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Fourth International Conference on Financing for Development in Seville

Arcebispo Caccia na Espanha: o desenvolvimento deve servir à dignidade de todos

O observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas intervém na Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que está sendo realizada em Sevilha, reiterando a importância de “um multilateralismo inclusivo, principal e justo, baseado na solidariedade e na busca do bem comumâ€.

Vatican News

O desenvolvimento é, antes de tudo, uma questão de “pessoas†e não apenas de “indicadores, instrumentos ou instituiçõesâ€, deve “promover a dignidade de cada pessoa humanaâ€, pois está a serviço do bem-estar de todos e não da economia. Por isso, a Santa Sé considera fundamental uma redução da dívida e necessária “uma ação urgente e coerente em grande escalaâ€, também através dos compromissos assumidos no Compromisso de Sevilha. Dom Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, em intervenção na Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que terminou nesta quinta-feira (03/07), em Sevilha, indica o caminho mais eficaz “para alcançar o desenvolvimento humano integral†que, para a Santa Sé, continua sendo “um multilateralismo inclusivo, principal e justoâ€, baseado na “solidariedade e na busca do bem comumâ€.

Servir ao bem comum

A Santa Sé, explica Caccia, “considera que a atual arquitetura financeira não reflete totalmente essa visão integral†de desenvolvimento, necessária sobretudo para aqueles que se encontram em maior dificuldade. A comunidade internacional, por outro lado, frequentemente expressa “decisões e prioridades†que, em vez de servir ao bem comum, deixam os mais vulneráveis em dificuldades, não satisfazendo necessidades básicas como “acesso à água potável, alimentação adequada, educação de qualidade e assistência médica essencialâ€. A dignidade humana, explica ainda o arcebispo, é respeitada quando se busca “um desenvolvimento integral verdadeiro que abranja o progresso econômico, social, ambiental, espiritual e cultural de cada pessoaâ€. Daí a necessidade de que “o financiamento para o desenvolvimento†não se concentre apenas na economia, mas adote “uma abordagem integral que favoreça o florescimento de cada pessoa, cada família, cada comunidade e cada nação, sem exceçõesâ€.

O desenvolvimento sufocado pela dívida

A insustentabilidade da dívida é um “dos maiores obstáculos para satisfazer as necessidades básicasâ€, continua o observador permanente. Um papel importante no desenvolvimento é desempenhado pela “responsabilidade no empréstimo e no créditoâ€, que deve basear-se na responsabilidade, na sustentabilidade e na proteção da dignidade humana. Mas, infelizmente, não é assim: a atual “arquitetura da dívida†e os “consequentes encargos da dívida†sufocam “as perspectivas de desenvolvimento de muitos países em desenvolvimentoâ€, impedindo o investimento “na saúde, na educação, na infraestrutura básica e na resiliência climáticaâ€, aspectos vitais “para o desenvolvimento integral das pessoas e para o desenvolvimento a longo prazo dos Estadosâ€.

Agir como uma única família humana

A Santa Sé reafirma, portanto, que “a redução da dívida é um imperativo moral e não apenas uma questão financeira†e pede aos credores, durante este Ano Santo para a Igreja Católica, “que renovem seu compromisso de proporcionar uma redução completa e oportuna da dívida, incluindo o cancelamento, especialmente para os países em situações especiaisâ€. Além disso, exorta-se a comunidade internacional “a enfrentar as lacunas sistêmicas através de uma reforma dos mecanismos financeiros internacionaisâ€. Nenhuma nação, conclui-se, “pode enfrentar os desafios do financiamento sozinhaâ€; somente através da cooperação e de um senso compartilhado de responsabilidade moral “o financiamento para o desenvolvimento pode servir à dignidade de todas as pessoasâ€. O momento de agir, é o forte apelo, “é agora, não como entidades isoladas, mas como uma única família humanaâ€.

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04 julho 2025, 12:29