Arcebispo Caccia: a Onu rumo ¨¤ melhoria do desenvolvimento global
Vatican News
Um julgamento atenuado, mas não negativo. A posição da Santa Sé sobre o documento final da IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, realizada em Sevilha, na Espanha, e encerrada esta quinta-feira, é clara.
Boa síntese
Em conversa com a mídia vaticana à margem dos trabalhos que reuniram governos, instituições financeiras e sociedade civil para tentar apoiar uma reforma da arquitetura financeira global, dom Gabriele Giordano Caccia, observador permanente da Santa Sé junto à Onu, destacou como, no final, se chegou a uma boa síntese: "Foram levadas em consideração diversas posições, às vezes distantes umas das outras, o que, no entanto, nos permitiu dar passos adiante que podem levar a novas soluções e a uma melhoria do sistema de financiamento para o desenvolvimento".
Pobreza, uma emergência global
O Compromisso de Sevilha, adotado durante o evento promovido pelas Nações Unidas, reafirma com determinação a vontade de implementar a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, reconhece a pobreza como um dos maiores desafios globais, incentiva o respeito e a promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos e alerta que seria prejudicial renunciar à cooperação internacional.
Defesa do meio ambiente
Há também uma referência ao meio ambiente: líderes mundiais admitem que há um atraso no combate às mudanças climáticas, à perda de biodiversidade e à desertificação. Por isso, comprometem-se urgentemente a "aumentar a ambição pela ação climática na implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre mitigação, adaptação às mudanças climáticas e disponibilização de meios de implementação, especialmente financeiros, aos países em desenvolvimento".
Déficit financeiro
"Não estamos mais falando de esperança, estamos construindo-a", explicou com orgulho Navid Hanif, subsecretário-geral para o desenvolvimento econômico do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, que considerou o documento uma resposta à necessidade urgente de reduzir o déficit financeiro para o desenvolvimento sustentável, que chega à impressionante cifra de 4 trilhões de dólares.
Conflitos e Tensões
Em um contexto geopolítico de crescentes tensões e conflitos, no qual também ocorrem profundas transformações econômicas e sociais, o Compromisso de Sevilha implementa ações concretas: relançar as políticas de investimento e financiamento público; fortalecer os sistemas tributários, garantindo transparência e responsabilização na gestão; incentivar o desenvolvimento sustentável; aumentar o apoio aos países em desenvolvimento; garantir um crescimento econômico inclusivo que também leve em conta as empresas privadas.
Esmagados pela dívida
Na segunda-feira, na abertura da conferência, o secretário-geral da Onu, António Guterres, lançou mais uma vez o doloroso alerta sobre o peso da dívida pública que paralisa os países em desenvolvimento: "Precisamos reparar um sistema que se tornou insustentável e injusto". De acordo com os dados mais recentes divulgados pelas Nações Unidas, os países do Sul do mundo estão sujeitos a taxas de juros sobre dívidas duas vezes maiores que as do Norte, enquanto sua exposição à dívida para com os países mais ricos nos últimos 15 anos chegou até mesmo a triplicar.
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