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Novo Missal em língua ge'ez, um serviço à unidade entre os católicos etíopes e eritreus

Enquanto o Pontifício Colégio Etíope sedia a apresentação de uma nova edição do Missal em língua ge‘ez, o cardeal prefeito Claudio Gugerotti elogia o livro litúrgico como um sinal da amorosa benevolência de Deus para com as Igrejas Católicas Orientais da ·¡³Ù¾±Ã³±è¾±²¹ e da Eritreia.

Devin Watkins - Cidade do Vaticano

Vários membros da imprensa, juntamente com bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, e fiéis leigos, foram brindados no final da tarde de terça-feir, 27, no Vaticano, com uma apresentação de cantos corais litúrgicos na língua ge'ez. O Pontifício Colégio Etíope, localizado nos Jardins Vaticanos, organizou uma apresentação da nova edição do Missal em língua ge'ez, a ser usado pelas Igrejas Católicas Orientais da Etiópia e da Eritreia.

Organizado pelo Dicastério para as Igrejas Orientais, o Missal — um livro litúrgico que contém instruções e textos para a celebração da Missa — destaca a importância de um texto litúrgico compartilhado para os fiéis do Chifre da África. O ge'ez é uma antiga língua semítica que continua a ser usada como língua litúrgica nas Igrejas Católica e Ortodoxa da Etiópia e da Eritreia.

Cardeal Gugerotti apresenta o Missal ao bispo da Eritreia, dom Kindane Yebio (@Vatican Media)
Cardeal Gugerotti apresenta o Missal ao bispo da Eritreia, dom Kindane Yebio (@Vatican Media)   (@Vatican Media)

O cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, disse na ocasião que o Missal Ge‘ez atualizado oferece um “instrumento de oração†para o povo da Eritreia e da Etiópia, acrescentando que o Departamento Litúrgico do Dicastério produz, há muitas décadas, textos que têm servido às Igrejas Orientais.

Essa tradição - ilustrou - é “coroada†com a produção do Missal Ge‘ez, definindo-o como “fonte daquela capacidade de sobreviver e sonhar que está na raiz da existência de um povoâ€.

“Se é tirada a fé de um povo — seu canto e, neste caso, também sua dança, que une a terra e o céu — corre-se o risco de sentir que a existência humana é muito dura, muito pobre: ​​pobreza imposta, não pobreza naturalâ€, afirmou o purpurado. “Que os povos da Eritreia e da Etiópia sintam verdadeiramente, por meio deste livro, ainda vibrar a benevolência amorosa de Deus e o carinho da Virgem Maria.â€

Sacerdotes e seminaristas etíopes entoam o hino pascal "Cristo ressuscitou" (@Vatican Media)
Sacerdotes e seminaristas etíopes entoam o hino pascal "Cristo ressuscitou" (@Vatican Media)   (@Vatican Media)

Pela primeira vez, o Missal Ge‘ez inclui anotações para o canto litúrgico e prevê que a Eucaristia seja celebrada com pão fonfeccionado recentemente e fermentado.

As Igrejas Católicas da Eritreia e da Etiópia criaram comissões para editar o Missal Ge‘ez, que, segundo um membro da comissão, foi um dos únicos exemplos de colaboração entre a Etiópia e a Eritreia nos últimos anos.

Dom Tesfasellassie Medhin, bispo da Eparquia Católica etíope de Adigrat, na Etiópia, afirmou que o Missal Ge‘ez servirá como fonte de unidade entre as Igrejas da Etiópia e da Eritreia.

“Nos momentos mais difíceis, quando a Missa é celebrada em união de espírito, ela traz alegria interior, força e esperançaâ€, disse ele.

“Identidade indiferenciada não é algo que Deus nos deuâ€, afirmou om Tesfasellassie. “Temos diversidade em nossas Igrejas, e esta Santa Missa, a ser celebrada de acordo com o novo Missal, servirá como um instrumento sagrado que esperamos implementar fielmente em nossas respectivas eparquias.â€

O cardeal Gugerotti se pronuncia na apresentação do Missal Ge'ez
O cardeal Gugerotti se pronuncia na apresentação do Missal Ge'ez   (@Vatican Media)

Em declarações ao Vatican News, dom Tesfasellassie sublinhou a unidade das Igrejas Católicas da Eritreia e da Etiópia, apesar dos obstáculos políticos que dificultam a colaboração. “Não temos divisãoâ€, reiterou ele. “Nossa liturgia, nosso patrimônio e nossa história litúrgica nunca tiveram divisão.â€

Ao final da apresentação, o cardeal Gugerotti entregou oficialmente o Missal aos bispos representantes das Igrejas Católicas da Etiópia e da Eritreia.

Entre eles estava dom Kindane Yebio, bispo de Keren, na Eritreia, que contou a Isabella H. de Carvalho, do Vatican News, que o Missal levou 25 anos para ser aperfeiçoado, pois se baseou fortemente em material de fontes antigas e no estudo de Missais Ge'ez anteriores.

O Missal Ge'ez levou 25 anos para ser produzido devido a uma pesquisa meticulosa (@Vatican Media)
O Missal Ge'ez levou 25 anos para ser produzido devido a uma pesquisa meticulosa (@Vatican Media)   (@Vatican Media)

"Este livro se tornará uma fonte de união para a própria Igreja Católica, pois até agora celebramos de maneiras diferentes", disse Dom Yebio. "De agora em diante, esperamos que todos sigamos este livro."

O Papa Leão XIV defendeu os ritos orientais na comunhão da Igreja Católica durante sua recente , em 14 de maio de 2025. “A Igreja precisa de vocêsâ€, disse o Papa. “A contribuição que o Oriente cristão pode nos oferecer hoje é imensa!â€

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28 maio 2025, 07:10