A Cidade do Vaticano e os 90 anos do Tratado de Latrão
Cidade do Vaticano
O Estado da Cidade do Vaticano “não é um escudo, nem uma proteção, mas muitas vezes é visto como uma estrutura árida e de gestão ineficaz e pouco transparente, mas sempre uma realidade funcional ao ministério petrinoâ€. São palavras do cardeal Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, ao abrir os trabalhos do Simpósio “Santa Sé e Estado da Cidade do Vaticano no novo contexto internacional†organizado pela Escola de Alta Formação em Direito Canônico, Eclesiástico e Vaticano da Livre Universidade Maria Santíssima Assunta (LUMSA).
O evento faz parte das comemorações dos 90 anos da assinatura do Tratado de Latrão (11 de fevereiro de 1929), ato que sancionou o início de relações bilaterais entre Itália e Santa Sé.
No seu discurso o cardeal Bertello recordou que “na recente Lei sobre o Governo do Estado da Cidade do Vaticano, o complexo organismo do Governatorato é indicado como uma comunidade de trabalhoâ€. Isso, destacou, “não apenas pela sua fisionomia, mas pelo fato que também os serviços e as atividades que parecem distantes da missão de Pedro na realidade fazem parte delaâ€.
O exemplo e o testemunho do serviço eclesial
O objetivo da Cidade do Vaticano “é participar da missão que a Igreja desenvolve no mundoâ€, afirmou o presidente do Governatorato evidenciando que “com as reformas desejadas pelo Papa Francisco, o Estado da Cidade do Vaticano apresenta-se de acordo com as normas solicitadas pelos compromissos internacionais, com a firme vontade de fazer disso uma realidade que atue segundo o princípio da boa administração e os critérios de eficácia, transparência e economicidadeâ€. Para o Papa – acrescentou o cardeal Bertello – o exemplo e o testemunho dos serviços eclesiais são os pilares que devem manter as estruturas de governo, chamadas a agir para que a Igreja possa continuar a sua missão de anunciar a Boa Nova a todosâ€.
Um terreno espiritual
Enquanto que Francisco Bonini, reitor da Universidade Lumsa, em seu discurso quis usar “um oxímoro†para definir a particularidade do Estado da Cidade do Vaticano, sublinhando que esta expressão representa principalmente “uma entrega por mais de 90 anosâ€. Por fim Bonini repercorre as etapas que levaram à instituição do Estado da Cidade do Vaticano, “cujo caráter – recordou – saem do esquema do Estado moderno e o tornam único, o que não o deslegitima, mas representa uma inovaçãoâ€. Na sua palestra, o reitor da Lumsa deteu-se sobre a história do nome: “De ‘minúsculo Estado pontifício’, a ‘Cidade livre do Vaticano’ e ‘Cidade do papa’â€, explicou Bonini evidenciando que “segundo o diário do professor Pacelli, seu nome deve-se a Pio XIâ€. Mas, acrescentou, “somente em 1929 que aparece a expressão Estado da Cidade do Vaticano, abreviada com o conhecido acrônimo SCVâ€.
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