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Na Audiência Geral, presentes também católicos de língua hebraica

Em Israel, os católicos de língua hebraica são uma comunidade especial dentro da Igreja Católica, oficialmente conhecida como "Vicariato de São Tiago para Católicos de Língua Hebraica" ((Hebrew-speaking Catholic Vicariate).

Vatican News

Entre os cerca de 14 mil fiéis presentes na Audiência Geral desta quarta-feira, estavam 35 fiéis da Comunidade de São Tiago para os Católicos de Língua Hebraica em Israel.

"Voltamos para casa para sermos sinais visíveis de esperança", afirmou o vigário patriarcal Piotr Zelazko ao Vatican News, explicando que o grupo está "em Roma em peregrinação jubilar, representando as sete comunidades que fazem parte do Vicariato e desta belíssima igreja de Jerusalém. E a nossa esperança cotidiana - confidenciou o sacerdote polonês, "é construir pontes entre os mundos judaico e católico, rezando pela libertação dos reféns, bem como pelo fim do sofrimento em Gaza e por todas as vítimas do conflito na Terra Santa".

Para ele, a perspectiva é a do perdão: "Procuramos estar sempre com quem vive na dor, porque as lágrimas das mães não têm bandeira, e nós, como cristãos, devemos oferecer uma luz para todos". "Nestes dias, distantes da devastação dos últimos dois anos e no coração do cristianismo, nossos fiéis sentem a liberdade de expressar sua fé e vivê-la junto com tantos outros católicos de todo o mundo", diz Pe. Benedetto di Bitonto, líder da comunidade católica de língua hebraica em Jerusalém.

Origem

 

Esta comunidade nasce para assistir os católicos que vivem em um contexto hebraico-israelense e para os quai so hebraico é a língua principal na vida cotidiana, o que inclui os imigrantes católicos (por exemplo da Europa ou da América) integrados na sociedade israelense; ou descendentes de famílias judias que se converteram ao catolicismo; filhos de casais mistos (um dos pais é judeu israelense e o outro é católico); trabalhadores estrangeiros ou requerentes de asilo que se estabeleceram em Israel e vivem em contextos judaicos.

Língua e Liturgia

 

Liturgias, catequeses e atividades pastorais são conduzidas principalmente em hebraico. A Missa é celebrada segundo o Rito Romano, mas adaptada culturalmente ao contexto local.

O Vicariato de Santiago faz parte do Patriarcado Latino de Jerusalém e possui missões em cidades como Jerusalém, Tel Aviv, Haifa e Berseba. Seu objetivo não é fazer proselitismo entre os judeus (o que é expressamente excluído), mas apoiar os católicos que vivem plenamente na sociedade judaica israelense, ajudando-os a viver sua fé católica em diálogo com o judaísmo. É uma realidade rara: um grupo católico que usa o hebraico como língua litúrgica e pastoral e que se move constantemente em um delicado equilíbrio entre o pertencimento à Igreja universal e o enraizamento na cultura judaico-israelense.

Contexto histórico

 

O Vicariato de São Tiago para odsCatólicos de Língua Hebraica foi fundado em 1955, em um momento muito particular da história de Israel e da Igreja. O Estado de Israel havia sido criado recentemente (1948). Após a independência, muitos judeus católicos (ou seja, judeus convertidos ou famílias católicas de origem judaica) já viviam no país, assim como imigrantes católicos da Europa, especialmente sobreviventes do Holocausto. Esses católicos, integrados à sociedade israelense, não se sentiam totalmente compreendidos pelas paróquias de língua árabe, tanto devido à língua quanto à tensa situação política. Até então, a maior parte da assistência pastoral católica na Terra Santa era em árabe (para as comunidades palestinas) ou em línguas europeias (para peregrinos e religiosos), e não em hebraico.

A iniciativa

 

O então Patriarca Latino de Jerusalém, dom Alberto Gori, compreendeu a necessidade de uma assistência pastoral específica para os católicos que viviam em um ambiente judaico e falavam hebraico, confiando então o projeto ao Pe. Jean-Baptiste Gourion (posteriormente bispo auxiliar), monge beneditino de origem argelina-judaica, juntamente com outros sacerdotes sensíveis ao diálogo judaico-cristão. Assim, foi criado um vicariato especial dentro do Patriarcado Latino, com paróquias e missões.

A criação na década de 1950

 

Após a Segunda Guerra Mundial, muitos católicos de origem judaica chegaram a Israel vindos da Europa Oriental e Ocidental. Muitos deles queriam se integrar à sociedade israelense, então aprenderam hebraico e passaram a viver em cidades judaicas, não em povoados árabes.

Ademais, mesmo antes do Concílio Vaticano II, a Igreja começava a refletir sobre como se relacionar com o povo judeu de uma nova maneira. O Vicariato representava um "laboratório" para esse diálogo, mas, sem um cuidado pastoral em hebraico, muitos católicos corriam o risco de se afastar da prática religiosa.

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13 agosto 2025, 15:32