O Papa aos jovens: contagiem com o seu entusiasmo e é todos aqueles que encontrarem
Mariangela Jaguraba - Vatican News
Na manhã deste domingo (03/08), o Papa Leão XIV presidiu a missa do Jubileu dos Jovens na esplanada de Tor Vergata, em Roma, que contou com a participação de mais de um milhão de pessoas. Antes do início da missa, o Santo Padre proferiu algumas palavras espontâneas:
"Espero que todos tenham descansado um pouco. Em breve, iniciaremos a maior celebração que Cristo nos deixou, a Sua própria presença na Eucaristia. Deus os abençoe a todos. Que esta seja uma ocasião verdadeiramente memorável para todos e cada um de nós, quando juntos, como Igreja de Cristo, seguimos, caminhamos juntos e vivemos com Jesus Cristo", disse ele.
No início de sua homilia, o Pontífice frisou que nesta experiência de encontro, "podemos imaginar que estamos percorrendo o caminho feito pelos discípulos de Emaús na tarde do dia de Páscoa". A liturgia deste domingo, não nos fala diretamente sobre este episódio, "mas nos ajuda a refletir sobre o que nele se narra: o encontro com o Cristo Ressuscitado que muda a nossa existência e que ilumina os nossos afetos, desejos e pensamentos".
Não enganemos o nosso coração
A seguir, o Papa comentou a primeira leitura, extraída do Livro de Eclesiastes, que nos convida a entrar em contato, como os dois discípulos de Emaús, "com a experiência dos nossos limites, da finitude das coisas que passam". Comentou também o Salmo responsorial, que ecoando a mesma mensagem, "propõe-nos a imagem da «erva que de manhã brota vicejante, mas à tarde está murcha e seca»". "São duas advertências fortes, talvez um pouco chocantes, mas que não devem assustar-nos, como se fossem temas “tabu” a evitar. Na verdade, a fragilidade de que nos falam faz parte da maravilha que somos", sublinhou.
"Pensemos no símbolo da erva: não é lindo um campo florido?" Perguntou Leão XIV. "Claro, é delicado, feito de caules finos, vulneráveis, sujeitos a secar, dobrar-se, partir-se, mas, ao mesmo tempo, imediatamente substituídos por outros que brotam depois deles e dos quais os primeiros se tornam generosamente alimento e adubo, ao desfazerem-se no solo. É assim que vive o campo, renovando-se continuamente e, mesmo durante os meses gelados do inverno, quando tudo parece silencioso, a sua energia vibra sob a terra e prepara-se para, na primavera, explodir em milhares de cores", sublinhou.
Diante dessa sede, "não enganemos o nosso coração, tentando extingui-la com subterfúgios ineficazes! Antes, devemos ouvi-la"! Mesmo aos vinte anos, é bom abrir o coração a Deus, "deixá-lo entrar, para depois nos aventurarmos com Ele rumo aos espaços eternos do infinito".
Leão XIV citou Santo Agostinho, que a propósito de sua intensa busca por Deus, perguntava-se: «Qual é, então, o objeto da nossa esperança […]? É a terra? Não». Pensando no caminho que tinha percorrido, Agostinho rezava, dizendo: «Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava do lado de fora! […] Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de tua paz».
Unidos a Deus e aos irmãos na caridade
A seguir, o Papa Leão XIV recordou as palavras do Papa Francisco aos jovens, em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude, em que o Pontífice falecido disse a eles que não devemos nos alarmar «se nos encontramos intimamente sedentos, inquietos, incompletos, desejosos de sentido e de futuro […] Não estamos doentes, estamos vivos!»
"Há uma solicitação importante no nosso coração, uma necessidade de verdade que não podemos ignorar, que nos leva a perguntar: o que é realmente a felicidade? Qual é o verdadeiro sabor da vida? O que nos liberta dos pântanos do absurdo, do tédio, da mediocridade?" Perguntou Leão XIV.
Segundo o Papa, em tudo isto, podemos "encontrar uma resposta importante: a plenitude da nossa existência não depende do que acumulamos nem do que possuímos, como ouvimos no Evangelho. Está ligada ao que sabemos acolher e partilhar com alegria".
Neste horizonte compreenderemos cada vez melhor o que significa «a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado».
Permanecer na amizade com o Senhor
"Queridos jovens, a nossa esperança é Jesus", disse ainda Leão XIV, recordando as palavras de São João Paulo II, que dizia que o Senhor é quem suscita nos jovens «o desejo de fazer de suas vidas algo de grande […], no aperfeiçoamento» deles e «da sociedade, tornando-a mais humana e fraterna».
"Mantenhamo-nos unidos a Ele, permaneçamos sempre na sua amizade, cultivando-a com a oração, a adoração, a Comunhão eucarística, a Confissão frequente, a caridade generosa, como nos ensinaram os beatos Piergiorgio Frassati e Carlo Acutis, que em breve serão proclamados Santos", disse ainda o Papa, convidando os jovens onde quer que estejam, a aspirar "a coisas grandes, à santidade. Não se contentem com menos. Então, vocês verão crescer todos os dias, em vocês e ao seu redor, a luz do Evangelho".
O Santo Padre confiou os jovens "a Maria, Virgem da Esperança. Com a sua ajuda, ao regressarem nos próximos dias aos seus países, em todas as partes do mundo, continuem caminhando com alegria seguindo as pegadas do Salvador e contagiem com o seu entusiasmo e o testemunho da sua fé todos aqueles que encontrarem".
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp