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Protestos em Israel pelo fim da guerra Protestos em Israel pelo fim da guerra  (ANSA)

Oriente Médio: protestos em Israel pelo fim da guerra, em Gaza se morre de fome

Pelo menos um milhão de manifestantes em Tel Aviv e em todo o país pedem ao governo israelense um acordo que liberte os reféns ainda nas mãos do Hamas. O pároco de Gaza: as crianças precisam de tudo. A Anistia Internacional volta a denunciar: a falta de comida é uma escolha deliberada.

Beatrice Guarrera – Vatican News

Enquanto continua há mais de 680 dias a ofensiva militar na Faixa de Gaza — com o chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Eyal Zamir, apresentando nesta terça-feira (19/08) o plano para ocupar a cidade de Gaza —, o governo de Israel precisa lidar com uma opinião pública cada vez mais contrária à guerra. Isso ficou evidente nas manifestações em massa que ocorreram neste domingo em todo o país. O Fórum das Famílias dos Reféns informou que pelo menos meio milhão de pessoas se reuniram na noite de domingo em Tel Aviv para pedir ao governo israelense que chegasse a um acordo para libertar todos os reféns em Gaza. Os organizadores estimam que mais de um milhão de israelenses participaram dos protestos, em que também foi convocada uma greve geral. Trata-se da maior mobilização desde o início da guerra. “Todo o povo de Israel quer a libertação de todos os reféns e o fim da guerra”, diz uma declaração do Fórum publicada pelo “Times of Israel”.

Protestos em Israel pelo fim da guerra
Protestos em Israel pelo fim da guerra   (ANSA)

O pároco de Gaza: ordem de evacuação

Um mês após o ataque sofrido pela paróquia da Sagrada Família, na cidade de Gaza, o pároco, padre Gabriel Romanelli, em sua atualização diária sobre as condições de vida dos refugiados no complexo da igreja, no bairro de al-Zaytun, lembrou que “as crianças ainda precisam de tudo”. Ele também falou de “sinais contraditórios” porque “uma associação distribuiu um pouco de verduras, tomates, batatas”, dando confiança às pessoas, mas depois chegou a ordem de evacuação para todo o bairro e a distribuição anunciada de tendas para se deslocarem.

Gaza
Gaza   (AFP or licensors)

A estratégia da fome

Entretanto, chegou nesta segunda-feira uma nova denúncia da Amnistia Internacional, que publicou novos testemunhos de civis deslocados e famintos. Os relatos, segundo a ONG, enfatizam que a combinação mortal de fome e doenças não é uma consequência infeliz das operações militares israelenses, mas “o resultado desejado de planos e políticas que Israel projetou e implementou, nos últimos 22 meses, para infligir deliberadamente aos palestinos de Gaza condições de vida calculadas para provocar sua destruição física”. Enquanto isso, retomam as negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza, com a mediação do Egito e do Catar. De acordo com a Al Jazeera Arabic, o primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores do Catar, o xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, viaja hoje para o Egito.

Ofensiva militar incessante

Enquanto isso, em Gaza, continua a contagem dos mortos entre os civis. Pelo menos 11 palestinos, segundo a Al Jazeera, foram mortos nos ataques do exército israelense (IDF) na Faixa de Gaza desde o início da manhã desta segunda-feira, incluindo quatro que aguardavam ajuda humanitária. Neste domingo, foram registradas 57 vítimas, escreve a emissora, das quais pelo menos 38 “mortas a tiros” enquanto tentavam conseguir comida. A situação catastrófica ainda está longe de melhorar, apesar da entrada na Faixa de Gaza ontem, domingo, 17 de agosto, de cerca de 320 caminhões carregados com ajuda humanitária, através dos postos de fronteira de Kerem Shalom e Zikim. A informação foi divulgada pelo Coordenador das Atividades Governamentais nos Territórios (Cogat), unidade do Ministério da Defesa israelense encarregada de supervisionar a política civil na Cisjordânia e facilitar a coordenação logística entre Israel e Gaza. Também teriam entrado “caminhões-tanque de combustível das Nações Unidas para o funcionamento dos sistemas humanitários essenciais”. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), ontem foram lançados de paraquedas mais cerca de 161 toneladas de alimentos provenientes da Itália, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Alemanha, Bélgica, França, Países Baixos, Dinamarca e Indonésia.

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18 agosto 2025, 15:37