Unicef e Programa Mundial de Alimentos alertam para risco de carestia em Gaza
Vatican News
"Estou profundamente consternado com o que ocorre na Faixa de Gaza. Cessar-fogo imediatamente! Que seja prestada ajuda humanitária à população civil extenuada e que todos os reféns sejam libertados".
Dirigindo-se aos mais de 100 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro para a oração do Regina Coeli - a primeira de seu pontificado, Leão XIV dirigiu seu olhar tammbém para o drama humanitário em Gaza.
Segundo um comunicado divulgado na segunda-feira, 12, o Unicef e o Programa Mundial de Alimentos alertam para o risco de carestia na Faixa de Gaza, devido à retomada dos combates, ao fechamento das passagens pela fronteira e à escassez de alimentos.
"A fome e a desnutrição se intensificaram significativamente desde que todo o acesso à ajuda foi cortado em 2 de março, revertendo claros ganhos humanitários obtidos durante o cessar-fogo no início deste ano", alertam as organizações humanitárias.
Segundo o Integrated Food Security Phase Classification (IPC), 470 mil pessoas em Gaza enfrentam uma fome catastrófica (IPC Fase 5), mas toda a população está vivendo uma situação de insegurança alimentar aguda.
O relatório prevê ainda que 71.000 crianças e mais de 17.000 mães precisarão de tratamento urgente devido à desnutrição aguda. No início de 2025, as agências estimaram que 60.000 crianças precisariam de cuidados neste sentido
O relatório do IPC sobre Gaza prevê que as novas operações militares, o bloqueio total em andamento e a falta crítica de suprimentos essenciais de sobrevivência podem elevar a insegurança alimentar, a desnutrição aguda e os níveis de mortalidade acima do limite da fome nos próximos meses.
A grande maioria das crianças em Gaza enfrenta uma privação extrema de alimentos, conforme confirmado por 17 agências da ONU e ONGs no relatório do IPC. Somado ao acesso severamente limitado a serviços de saúde e à escassez crítica de água potável e saneamento, prevê-se que a desnutrição aguda aumente rapidamente nas províncias do Norte de Gaza, Gaza e Rafah.
"O risco de fome não surge da noite para o dia - explica a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell. Ela ocorre em locais onde o acesso a alimentos é interrompido, onde os sistemas de saúde são dizimados e onde as crianças são deixadas sem as necessidades básicas para sobreviver. A fome e a desnutrição aguda são uma realidade diária para as crianças na Faixa de Gaza. Temos alertado repetidamente para essa perspectiva e, mais uma vez, apelamos a todas as partes para que evitem uma catástrofe."
De fato, as passagens de fronteira com Gaza estão fechadas há mais de dois meses – o período mais longo que a população já enfrentou –, o que fez com que os preços dos alimentos nos mercados disparassem, deixando o pouco alimento disponível fora do alcance da maioria das famílias.
Ao mesmo tempo, mais de 116.000 toneladasde assistência alimentar – o suficiente para alimentar um milhão de pessoas por até quatro meses – já estão posicionadas nos corredores de ajuda, prontas para serem entregues. Centenas de paletes com tratamentos nutricionais vitais também estão pré-posicionados para entrada. As agências da ONU estão prontas para trabalhar com todas as partes interessadas e parceiros de segurança alimentar para levar esses suprimentos de alimentos e nutrição e distribuí-los assim que as fronteiras forem reabertas para a entrega de ajuda baseada em princípios.
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