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2025.09.08 Irmãs de Jesus Crucificado Missionárias Franciscanas – itália

±õ³Ùá±ô¾±²¹: franciscanas apostam em formação lúdica liderada por scalabriniana brasileira

As Irmãs de Jesus Crucificado Missionárias Franciscanas se dedicaram à formação humana em agosto, em Torre Canne, um distrito da cidade de Fasano, no sul da ±õ³Ùá±ô¾±²¹, partir da pedagogia da ludicidade. “Foi uma ideia ousada de Madre Teresa de Carvalho, superiora-geral, para ajudá-las com a formação humana, cristã, espiritual e comunitária de um jeito novo e diferente por meio da arte, da pintura e de brincadeiras", disse Ir. Rosa Martins, scalabriniana, assessora brasileira do evento.

Irmã Rosa Martins

O evento aconteceu em Torre Canne di Fasano, na Itália, no mês de agosto, onde as  Irmãs de Jesus Crucificado Missionárias Franciscanas se reuniram para a formação continuada que teve como tema ‘relações afetivas e gentileza na vida comunitária’. “Através de atividades lúdicas como a construção de montes e castelos de areia, jogos e exercícios na água, a criação artística com conchinhas e a dinâmica do jogo de peteca, - que eram sempre feitos em grupos - trabalhamos concretamente a escuta, a gentileza e o manejo das emoções. Essas vivências simbólicas fortaleceram as relações afetivas e promoveram um amadurecimento individual e na vida comunitária. Ademais, as irmãs eram livres para uma conversa individual comigo. Pude escutá-las e posso afirmar a minha alegria em perceber nelas uma vontade firme de seguir trabalhando para melhor amar e servir ao Senhor â€, relata Irmã Rosa, scalabriniana brasileira.

“Foram momentos preciosos, ricos não só de conteúdos mas sobretudo de testemunho vivo que me encheu de muita luz e esperança. Levo comigo, não só os ensinamentos recebidos mas a experiência de fraternidade e proximidade â€, escreveu Irmã Micaela, de 32 anos. Madre Teresa de Carvalho enfatizou a sua crença na formação lúdica para a vida consagrada ao afirmar que seu desejo era “que as Irmãs pudessem sentir a beleza, a alegria, a paixão de viver e testemunhar Cristo com a própria vida através do jogo, do passeio, de uma experiência no mar e no interno da comunidadeâ€.

A formação na Itália com raízes brasileiras

De forma organizada e divertida, as religiosas dividiam as tarefas diárias. Os dias começavam com oração comunitária. Lá fora, um outro templo natural pleno de riquezas naturais e humanas para reverenciar o Criador as esperava: a praia. “Pedir licença e fazer uma prece para adentrar às dependências do mar, jogar, rezar para todos os que se encontravam ali em férias, se divertir e fazer silêncio, e exercícios na água reforçava o cuidado com a casa comum como missão da Vida Consagrada, onde tudo está interligado, conforme instrui a Laudato si'â€, enfatiza Irmã Rosa.

Uma das atividades mais significativas foi a arte com conchinhas para refletir sobre a escuta que começou longe dos pincéis. “Recolher cada concha na areia era o primeiro ato de escuta, exigindo atenção aos rumores. O grupo se uniu para criar juntas uma paisagem com uma bailarina. A analogia foi que, para dançar bem, precisa-se de escuta concentrada. Da mesma forma, na Vida Consagrada, a escuta do Senhor pela Palavra e Eucaristia é essencial para superar dificuldadesâ€, disse Irmã Maria Giulia.

Para a secretária-geral da Congregação, Irmã Mariangela, a escuta verdadeira na vida fraterna vai além das palavras, acolhendo também os silêncios e fragilidades. “Vistas de fora, as conchas parecem rígidas e fechadas, mas se nos aproximarmos com atenção, descobrimos que elas guardam um som: o eco do mar. Da mesma forma, cada irmão e irmã carrega dentro de si um mundo interior que nem sempre é imediatamente visível. A escuta paciente e respeitosa é como aproximar o ouvido de uma concha: requer silêncio, proximidade e disponibilidade para se deixar surpreenderâ€.

Os trabalhos lúdicos realizados pelas franciscanas durante a formação
Os trabalhos lúdicos realizados pelas franciscanas durante a formação

A obra da bailarina, explica Irmã Verônica, foi fruto das ideias de cada uma de nós, que unimos estes pareceres e nasceu esta bela arte, cuja metáfora é fundamental para a Vida Consagrada. Se a bailarina não escuta o seu professor, não consegue se mover. Ele indica os caminhos, observa os erros e corrige. Se na comunidade não escutamos o Senhor, os superiores, e entre nós se não escutamos umas às outras, não se pode caminhar juntas. Precisa sempre da comunicação, da escuta. Se sou capaz de escutar a outra, serei capaz de escutar a voz de Deus que fala em meu coraçãoâ€, afirma. Irmã Letizia, ao explicar a arte do seu grupo, contou que “o coração feito de conchinhas representava o amor que une em fraternidade as religiosas que, como flores, na diversidade, devemos juntas formar um só coração e uma só almaâ€.

O período formativo incluiu uma peregrinação a Gubbio, onde Francisco amansara um lobo; Assis, para rezar nos santuários de São Carlo Acutis, Francisco e Clara; e Cássia, para uma visita ao santuário de Santa Rita.

A Irmã Rosa Martins junto às franciscanas
A Irmã Rosa Martins junto às franciscanas

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08 setembro 2025, 15:02