A morte do cardeal Vingt-Trois, arcebispo emérito de Paris
Vatican News
Na sexta-feira 18 de julho, faleceu o cardeal André Vingt-Trois, criado cardeal pelo Papa Bento XVI e Arcebispo de Paris de 2005 a 2017. No mesmo dia foi celebrada uma missa de sufrágio na Catedral de Notre-Dame de Paris.
Homem de confiança do cardeal Lustiger
Nascido em 7 de novembro de 1942, em Paris, e ordenado sacerdote em 1969, André Vingt-Trois tornou-se bispo auxiliar de sua diocese natal em 1988. Até 1999, ele foi o homem de confiança do cardeal arcebispo Jean-Marie Lustiger, garantindo, em particular, a continuidade do governo da diocese durante as frequentes viagens do purpurado ao exterior. Em 1999 Dom Vingt-Trois foi nomeado arcebispo de Tours. Seu episcopado de seis anos nessa diocese foi marcado, sobretudo, pelo reconhecimento oficial, em 2001, das peregrinações a Île-Bouchard, local de aparições da Virgem Maria em 1947.
No dia 11 de fevereiro de 2005, João Paulo II o nomeou arcebispo de Paris. Seus 12 anos como arcebispo da capital francesa o tornaram um interlocutor essencial para a mídia e para os principais líderes políticos na França. De 2007 a 2013, também ocupou o cargo de presidente da Conferência Episcopal Francesa. A defesa da família, mesmo no contexto do debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi um dos principais temas de seu magistério episcopal.
Afastamento da vida pública devido à doença
A partir de março de 2017, o Cardeal André Vingt-Trois foi obrigado a limitar suas atividades, enfraquecido após contrair a síndrome de Guillain-Barré, uma doença que causa paralisia parcial. Ele informou ao Papa Francisco sua intenção de se afastar do cargo de arcebispo de Paris logo após seu 75º aniversário.
Criado cardeal pelo Papa Bento XVI durante o consistório de 24 de novembro de 2007, com o título de cardeal presbítero de São Luís dos Franceses, foi membro da Congregação para os Bispos e da Congregação para as Igrejas Orientais, e foi o presidente delegado durante os Sínodos sobre a Família de 2014 e 2015.
A homenagem da Igreja de Paris
Em uma mensagem publicada no site da CEF (Conferência Episcopal Francesa), o atual arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich, prestou homenagem àquele que "foi muito mais do que nosso arcebispo, mas um pastor, um pai, um exemplo; para mim, um irmão no ministério episcopal e no serviço, e um amigo". "Peço que hoje (18 de julho,n.d.e.), às 17h, o grande sino da nossa Catedral de Notre-Dame de Paris e os sinos de todas as igrejas paroquiais da nossa diocese badalem um toque fúnebre para cada um de seus 82 anos, para anunciar aos fiéis de Paris o retorno a Deus de seu arcebispo emérito".
A atenção aos cristãos do Oriente
Bento XVI o nomeou seu enviado especial no Líbano em 2009, durante o ano paulino, e na ocasião ele se encontrou com todos os representantes das Igrejas Orientais do Líbano, assim como com os líderes religiosos xiitas, drusos e sunitas. Durante sua presidência na Conferência dos Bispos Franceses, trabalhou em estreita colaboração com o Papa Bento XVI nas crises do Oriente Médio, como membro da Congregação para as Igrejas Orientais. No início do sínodo das Igrejas sobre o Oriente Médio de 2010, Dom Vingt-Trois destacou o apoio da Igreja Católica na França às Igrejas do Oriente Médio "através da instalação e das atividades de numerosas congregações na educação e na assistência, através de associações apoiadas pelas nossas paróquias latinas, em particular a Œuvre d'Orient".
A L'Œuvre d'Orient o recorda hoje em um comunicado por "sua inteligência estratégica, seu humor em qualquer situação e sua discrição, que acompanharam a vida dos parisienses e dos católicos orientais por muitos anos”.
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