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Reitor da PUC-Rio, o padre jesuíta Anderson Antônio Pedroso. Reitor da PUC-Rio, o padre jesuíta Anderson Antônio Pedroso. 

Padre Anderson, reitor PUC-Rio: “a crise climática exige soluções conjuntas”

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), acolhe de 20 a 24 de maio de 2024 o II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum, comemorando o 10º aniversário de um documento histórico do Magistério Pontifício, a Laudato si.

Padre Modino – Rio de Janeiro

Compromisso universitário com o cuidado da Casa Comum. Duzentas universidades de todo o continente americano e da Península Ibérica buscam consolidar o compromisso universitário com o cuidado da Casa Comum, no ano em que o Brasil acolhe a COP 30. Um encontro que dá continuidade à primeira reunião “Organizando a Esperança”, realizada em 2023 na Santa Sé com a participação do Papa Francisco. O congresso é organizado pela Rede Universitária para o Cuidado da Casa Comum (RUC), com o apoio da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL), da qual o Cardeal Robert Prevost, hoje Papa Leão XIV, foi presidente, por meio da iniciativa Construindo Pontes.

O mundo universitário é um ecossistema complexo, segundo o reitor da PUC-Rio, o padre jesuíta Anderson Antônio Pedroso, “mas unido, pode ir muito mais longe e exercer o seu papel na sociedade”, destaca o reitor. O Papa Francisco insistia, segundo o padre, na necessidade de “incluir todos, fazer convergência para além das nossas crenças e convicções pessoais”. Nessa perspectiva, ele destaca que “a emergência climática, a crise climática, ela nos exige soluções conjuntas. Não dá mais para pensar um mundo globalizado, simplesmente virtualmente. Tem que estar globalizado nas pessoas e nas ações”.

Igreja ator global que reúne pessoas

Junto com isso, o reitor da PUC-Rio vê o encontro como uma sequência do realizado com o Papa Francisco em 2023. Nesse sentido, ele afirma que esse segundo encontro, “ele consagra a relevância da Igreja como um ator global capaz de reunir as pessoas”, ressaltando que “o poder de convocação é a serviço da humanidade, e coloca a Igreja como esse ator que consegue no mundo de hoje se lançar nas grandes questões da humanidade de maneira mais sistêmica”, algo que, segundo ele, devemos ao Papa Francisco.

Reconhecendo que “antes os papas já falavam desde a Doutrina Social até algumas grandes questões, guerras, conflitos, mas quando o Papa Francisco fala de maneira sistêmica e traz o conceito da ecologia integral, ele coloca a Igreja num papel relevante, como ator relevante, fundamental, que consegue convocar todas as pessoas para servir”.

Unir um continente

Que participem universidades de tantos países e realidades “é uma força enorme, é um despertar das Américas. A gente está unindo o continente, um continente extraordinário, paradoxal, onde tem riqueza e pobreza. Você colocar todo mundo junto já é uma coisa muito grande. Ligar com a Europa, através da Península Ibérica, que tem raízes culturais comuns, por causa da origem da colonização do continente”, afirma o jesuíta.

Segundo ele, “unir o continente, baseado em instituições como as universidades, fornece um instrumental potente para que essa união não fique dispersa, porque o mundo universitário, a instituição universitária é o lugar do pensamento, da criatividade, é o lugar onde se faz ciência e, sobretudo, é o lugar que salvaguarda a democracia”. Tudo isso porque “na base da instituição universitária existe essa autonomia de pensamento, a liberdade de falar e de se expressar, existe a liberdade de cátedra, que é uma das bases da democracia, o pensamento crítico, construtivo. É uma potência enorme e formar gerações, a universidade é esse dispositivo, que encerra, que tem dentro dela esses princípios fundamentais, que é da autonomia do pensamento, liberdade de fala, pensamento crítico-construtivo, criatividade, ciência, cultura, humanismo”.

Um Congresso entre dois Papas

Um congresso que acontece num momento eclesial importante, como é a mudança no pontificado. O Colégio Cardinalício pediu para o novo Papa continuar os processos iniciados pelo Papa Francisco, sendo um dos elementos fundamentais, a ecologia integral e a conversa ecológica. Nessa perspectiva, o reitor da PUC-Rio sublinha que “o Congresso está profundamente implicado nesse processo. Esse Congresso é consequência desse processo, porque nasce como uma iniciativa da Rede de Universidades pelo Cuidado da Casa (RUC), nasce como uma iniciativa do Papa Francisco e estava sendo impulsionada pelo Cardeal Prevost”.

O padre Anderson lembra que “a rede tem autonomia, mas ela tem um polo de incentivo, que é a Pontifícia Comissão para a América Latina”, que era presidida pelo cardeal Prevost, e ele estava apoiando essa grande iniciativa. O reitor da universidade anfitriã ressalta como fundamental esse tripé: a Rede, que promove o encontro, a Pontifícia Comissão para América Latina, que apoiou de forma oficial e potente, e a PUC-Rio, que acolhe no território brasileiro, que é o lugar da COP30, que visibiliza esse grande esforço mundial. Finalmente, o jesuíta destaca que “nesse processo dos dois papas, esse encontro está profundamente implicado, ele não é a consequência, mas ele faz parte desse grande processo histórico”.

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20 maio 2025, 10:03