Fátima acolhe 4 mil alunos em encontro sobre Educação Moral e Religiosa Católica
Vatican News
Mais de 4 mil alunos, vindos de 69 agrupamentos de escolas de todo o país, aprofundaram o tema «Com a EMRC sou semente de Esperança» no último dia 30 de abril. À volta do Centro Pastoral Paulo VI, no Santuário de Fátima, eles participaram com mensagens escritas num “mural da esperançaâ€, música ao vivo e muitos anjos que deram um colorido especial, mesmo com o céu cinzento.
Maria Santos, da Escola Professor Pedro D’Orey da Cunha, na Damaia, já veterana, explica ao EDUCRIS que esta “é a segunda vez que participoâ€. Do alto dos seus 10 anos, a menina do 4º ano de escolaridade sabe bem porque está em Fátima e explica a sua opção pela disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC): “para mim, ser uma semente de esperança é uma coisa que é pequena, mas que vai se tornar grande. É bom trazermos a esperança desde pequenos, para sermos, na nossa vida, pessoas a amar o próximo, sermos pessoas respeitadoras, sermos pessoas realmente como Jesus foiâ€, disse.
Dentre os milhares de alunos presentes, que aguardavam para assistir a uma peça de teatro que reinterpretava o clássico de «Pinóquio», um pequeno grupo de alunos, vindos da Ilha das Flores, parecia feliz com a alegria que se vive. “Quisemos muito vir. Era desejo meu vir há muito tempo e só agora conseguimos. As entidades civis ajudaram, venderam rifas e conseguimos vir com um grupo de oito meninos e meninasâ€, explicou o Pe. Jorge Sousa, docente de EMRC na Ilha das Flores. Depois de “atravessarem o atlântico†e de “muita logísticaâ€, o sacerdote considerou que o Nacional da EMRC está, por fim, “completoâ€. “Esta é a edição mais completa (risos). Um encontro nacional só está completo quando as ilhas, Madeira e Açores, estão presentes. Os nossos alunos estão muito felizes e estou certo de que serão eles que passarão esta alegria e estas aprendizagens aos colegas e para o ano seremos ainda maisâ€, garantiu. No grupo de alunos das Flores, “muitos dos alunos, e mesmo professores, nunca tinham vindo a Fátima, e houve até um dos alunos que, emocionado, disse que queria trazer aqui a mãeâ€, disse.
Num outro ponto, e com muitos alunos ao fundo cantando ‘esta luz pequenina vou deixá-la brilhar’, António Pereira, do Montijo, explicou que o que gosta mais nos encontros de EMRC é “a parte da Basílica onde escutamos Jesusâ€. No quarto ano de escolaridade, o aluno dise que a disciplina o ajuda a ser “mais bondosoâ€. “Nas aulas aprendemos a ser melhores pessoas. Ficamos mais simpáticos e bondosos. Ainda agora no apagão eu tive esperança de que não ficássemos em casa e viéssemos aqui a Fátima. A disciplina ajuda-me, ainda, a ser verdadeiro e simpático para os outrosâ€, disse.
Mateus Pinto, é “estreante nos encontros nacionaisâ€, e disse que a disciplina “é fixeâ€, e que gosta de “fazer trabalhos sobre as várias matérias e temasâ€. Ao lado, Mariana Tina, de nove anos, gosta de “fazer as atividades no manualâ€, e sobre o tema do encontro considera “que a esperança se relaciona com o chegar mais longe e mais altoâ€. “A disciplina ajuda-nos a ver mais além. A ser uma pessoa melhorâ€, completou.
Crianças levam esperança a outras crianças
Enquanto uns cantavam, outros tiravam fotografias com os anjos e os que chegavam dirigiam-se a um pequeno, mas significativo ponto de recolha de bens alimentares não perecíveis das «Aldeias de Crianças SOS, Portugal», parceria desta iniciativa e que conta com 3 casas de acolhimento de crianças em Portugal. “As Aldeias SOS acolhem crianças que, por diversos motivos não podem viver com as suas famílias, todos os dias, em três casas diferentes, procuramos garantir que cada criança cresça respeito, amor e segurançaâ€, explicou ao Educris Bruna, técnica desta Instituição de Solidariedade Social.
Visivelmente surpreendida pela “quantidade de donativos recolhidosâ€, a responsável considera que o resultado recolhido “é muito importantes e faz toda a diferençaâ€. “Estes bens alimentares, recolhidos hoje, vão diretamente para a Guarda. Para nós foi um desafio aceite desde a primeira hora e agradecemos muito o apoio que o SNEC nos dá neste diaâ€, completou.
Na saída da celebração, que decorreu na Basílica da Santíssima Trindade e foi momento alto do encontro na opinião de vários alunos, dom António Augusto Azevedo considerou a iniciativa “um grande sinal de esperançaâ€, num contexto social, político e económico particular. “A EMRC está a fazer o trabalho de semear, o espírito do evangelho, a alegria da fé, valores que podem ajudar estas crianças a ser bons cidadãos, pessoas felizes, e já agora com féâ€, disse. Para o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), a “iniciativa que é, por si, um grande sinal de esperançaâ€, para o presente.
“Este encontro permite, antes de mais, a tomada de consciência de que, por todo o país, há milhares de crianças que fazem este caminho de encontro. A missão da Igreja também passa por aqui. Acompanhar, fazer crescer esta nova geração para que não se sintam sozinhos e desacompanhados. Queremos contribuir para o projeto educativo seja o mais abrangente e completo possível, para que possam crescer como pessoas de forma integra e integral, numa abertura aos valores. É isto que a EMRC tem para darâ€, completou.
Francisco foi recordado como “grande pedagogoâ€
Ainda antes de uma das três sessões culturais que estiveram disponíveis para os milhares de alunos, os participantes celebraram a vida e o legado do Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos, no dia 21 de abril, com um pequeno vídeo que recuperava do passado vários momentos e sinais da relação do Papa argentino com as crianças e com as escolas.
Para dom António Augusto Azevedo, o legado de Francisco, com os seus gestos e aquilo que deixou ao longo de 12 anos de pontificado ficou semeado “em muitos corações e ficou na memória do povo de Deus e da sociedadeâ€:
“Os pastores da Igreja, começando pelo Papa, são sempre pedagogos, são sempre alguém que tem como missão fundamental o anúncio, o testemunho da fé, e julgo que o próximo Papa o fará sempre com esta pluralidade da Igreja. Isto é, sendo cada um diferente, como foram os nossos educadores, catequistas, pastores, como são todos os professores, têm marcas especiais e isso é uma riqueza.â€
O 23º Encontro Nacional da EMRC foi uma iniciativa do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), através do Departamento Nacional da EMRC.
Colaboração: Educris
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