Escola e Ano Vocacional: ¡°fortalecer o caminho sinodal¡±
Padre Modino - CELAM
O Terceiro Ano Vocacional é uma oportunidade para ¡°preparar as lideranças e fazer com que se perceba que falar em animação vocacional não é só falar da vida sacerdotal, da Vida Religiosa, e sim falar do cristão leigo, da vocação à vida, dar essa ênfase a todas as vocações¡±, segundo a Ir. Maristela Ganassini.
A religiosa das Filhas do Sagrado Coração de Jesus, que foi uma das assessoras da Terceira Etapa da Escola Vocacional, realizada em Manaus de 11 a 15 de novembro de 2022, insiste em que ¡°por muito tempo se pensava a animação vocacional para que nós tenhamos sacerdotes, nós tenhamos religiosas¡±. Frente a isso faz um chamado a ¡°trabalhar nessa perspectiva da cultura vocacional que é para todos, que o trabalho é com todos¡±.
A Assessora do Setor Juventudes e Vocações da Conferência dos Religiosos do Brasil, reflete sobre como atingir as juventudes nesse trabalho, ¡°auxiliando-os nas suas escolhas, no projeto de vida, no processo de discernimento, realizando assim um processo de discernimento vocacional¡±. Para isso propões o acompanhamento personalizado, que também é um dos desafios que aparece entre os objetivos do nosso Terceiro Ano Vocacional do Brasil, que foi pensado ¡°para que chegue lá nas comunidades¡±, onde serão realizadas a maioria das atividades.
Busca-se atingir os católicos e ajudar especialmente as juventudes, segundo a religiosa, que faz um chamado a viver ¡°a questão da cultura vocacional, oportunizar as pessoas a tomarem conhecimento e assim estabelecer-se essa cultura vocacional¡±, uma temática presente desde o Primeiro Ano Vocacional em 1983. A religiosa o vê como um tema transversal, dizendo acreditar que ¡°a animação vocacional precisa perpassar por todas as pastorais, ela precisa perpassar pelos movimentos, precisa permear e interagir dentro de todos os movimentos, de toda nossa Igreja¡±.
Em relação à Escola Vocacional, ela tem essa preocupação dos diferentes eixos: sociológico, psicológico, antropológico, segundo a Ir. Maristela, ¡°justamente para fortalecer e auxiliar os animadores vocacionais nessa perspectiva formativa, para que não sejam pessoas que não tenham um envasamento, seja ele teórico como prático¡±. Uma escola que busca ¡°oferecer conteúdos, teorias, mas também ações práticas, oficinas, onde eles possam levar subsídios bem concretos para suas realidades, para seu trabalho bem efetivo¡±. A Escola Vocacional ¡°abre esse processo de crescimento pessoal, espiritual e também missionário¡± nos participantes, insiste a religiosa.
¡°Há décadas na Igreja do Brasil se faz Pastoral de Conjunto, pastoral orgânica, e nestes últimos anos estamos refletindo muito sobre a sinodalidade¡±, afirma dom José Albuquerque de Araújo. O bispo auxiliar de Manaus considera que ¡°o caminho sinodal de fato é necessário, urgente, porque é o caminho que nos ajuda a dar um testemunho de comunhão, de unidade, não só no meio eclesial, mas para o mundo inteiro. Nós temos um sonho que o Terceiro Ano Vocacional nos ajude como é bom caminhar juntos, planejar nossas atividades pastorais juntos, como é bom envolver as lideranças das nossas comunidades¡±.
Dom José, que é membro da Comissão Episcopal para Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, insiste em este Ano Vocacional não é um evento da Comissão nem da Pastoral Vocacional, é da Igreja. Sabendo que vai acontecer nas bases, ele deseja que seja um ano muito fecundo, vendo o tema e o lema ¡°Vocação, Graça e Missão¡±, e ¡°Pés a caminho e corações ardentes¡±, como inspirador para perceber que ¡°todos nós somos vocacionados, todos nós seguimos a Cristo¡±, insistindo em que ¡°o Ano Vocacional vai fortalecer o caminho sinodal que nós estamos fazendo¡±.
Na Amazônia os desafios são inúmeros, segundo o bispo, ¡°somos poucos, estamos muito distantes uns dos outros, os recursos financeiros são escassos, mesmo assim o Espírito Santo vem ajudado a Igreja que está aqui a ser criativa, ousada, profética, e na Amazônia temos essa esperança, que o Ano Vocacional nos ajude a celebrar o chamado que a gente recebeu e que essa dimensão missionária sempre vai fazer parte da nossa Igreja¡±. Como bispo nascida na Amazônia, ele lembra que ¡°nós somos uma Igreja que nasceu da ação missionária e o Ano Vocacional vai nos ajudar também a sermos missionários, a partilharmos da nossa pobreza com outras regiões mais carentes no Brasil e no mundo¡±.
¡°Aqui na Amazônia a dimensão missionária sempre vai ser fonte inspiradora para poder a gente encarar os desafios de viver a fé e de podermos valorizar todas as vocações, ministérios e serviços que aqui estão, de modo especial o ministério dos cristãos leigos e leigas, que são a grande força da Igreja da Amazônia¡±, destaca dom José Albuquerque de Araújo, que faz um chamado a ¡°suscitar a vocação missionária nos nossos jovens¡±.
Na Escola Vocacional participou Maria Élida Vital Aragua, indígena do Povo Baniwa, da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. Como leiga afirma que ¡°vocação é esclarecer para o nosso povo indígena o que é servir a Deus no momento de ser chamado¡±. Ela considera muito significativa sua participação, ¡°porque vou levar muito conhecimento e esclarecimento para o meu povo¡±. Nesse caminho vocacional, a leiga indígena afirma que o mundo indígena está no caminho do trabalho das vocações, como pessoas que conhecem a Palavra de Deus e sentem o chamado.
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