João Lourenço condena vandalismo e pilhagem e lamenta as mortes no país
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
E já são trinta pessoas que morreram durante os actos de vandalismo, arruaça e pilhagem ocorridos em oito províncias de Angola, nos dias 28, 29 e 30 de Julho.
O Presidente da República afirmou nesta sexta-feira 1/8 que o país assistiu, nos últimos dias, a actos premeditados de destruição do património público e privado. João Lourenço sublinhou que estes actos são puníveis e condenáveis a todos os níveis.
O Chefe de Estado, que endereçou uma mensagem à Nação para condenar os actos de vandalismo e pilhagem, sustentou que estas acções trouxeram luto e destruíram bens públicos e privados, pondo em causa muitos postos de trabalho.
O Presidente da República considerou que a pronta intervenção das forças da ordem pública foi determinante para repor a ordem e a tranquilidade públicas.
O Chefe de Estado condenou os actos criminosos e lamentou a perda de vidas humanas.
João Lourenço agradeceu o papel das Igrejas, da sociedade civil e dos partidos políticos que rapidamente condenaram estes actos, que não dignificam o povo angolano.
O Presidente da República disse que, 23 anos depois do fim do conflito armado e às vésperas da celebração dos 50 anos de independência, o país não pode mais aceitar dor e luto entre os angolanos.
João Lourenço reconheceu que o país ainda enfrenta muitos problemas por resolver, mas sublinhou que os investimentos em curso visam garantir melhores condições e qualidade de vida para os cidadãos.
O Chefe de Estado sublinhou que quem orquestrou ou conduziu esta acção criminosa saiu derrotado, e que tais actos ajudaram o Executivo e a sociedade a tornarem-se mais fortes e a tomarem medidas preventivas.
João Lourenço defendeu que estes acontecimentos demonstram que a educação dos filhos e da juventude não está nas plataformas digitais nem nas redes sociais sem rosto, mas sim na família e na Igreja.
O Executivo angolano decidiu aprovar, já na segunda-feira próxima, medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de stocks e manutenção dos postos de trabalho ameaçados, garantiu o Presidente da República.
Entretanto o Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu que as autoridades angolanas “realizem investigações rápidas, completas e independentes” sobre as mortes de pessoas, bem como as violações de direitos humanos associadas aos protestos desta semana.
As manifestações contra o aumento dos preços dos combustíveis no país já levaram à detenção de mais de mil pessoas, ressalta um comunicado citando relatos no terreno.
A nota menciona imagens não verificadas sugerindo que as forças de segurança usaram munição real e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, “o que aponta para um uso desnecessário e desproporcional da força”.
O escritório diz observar ainda que “alguns dos manifestantes recorreram à violência e que vários indivíduos teriam tirado proveito dos distúrbios para cometer atos criminosos, incluindo saques a lojas e vandalismo em diversos locais da capital, Luanda”.
O apelo às autoridades é para que “se abstenham de recorrer ao uso desnecessário ou desproporcional da força para manter a ordem pública”.
Outro pedido é que estas possam “garantir o pleno gozo dos direitos à vida, à liberdade de expressão, à reunião pacífica e à associação.”
O comunicado termina com um apelo pela libertação imediata de todos aqueles que possam ter sido detidos arbitrariamente.
O escritório ressalta que todos os manifestantes que vão às ruas para expressar suas opiniões devem fazê-lo pacificamente e “as violações de direitos humanos devem ser investigadas e os autores responsabilizados.”
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