Alda Espírito Santo - Matriarca da Nação santomense
Dulce Araújo - Vatican News
Acolhemos a data da independência de São Tomé e Príncipe para publicar a entrevista realizada no Sal, em Cabo Verde, com a poetisa, natural daquelas ilhas equatoriais, Alda de Barros, a 26 de junho de 2025. Foi por ocasião da 7ª edição do Festival de Literatura-Mundo do Sal que tem como principal promotora, a Rosa de Porcelana Editora.
Alda de Barros foi convidada não unicamente como escritora, mas também para falar de Alda Espírito Santo, figura incontornável do processo que levou São Tomé e Príncipe à soberania nacional. Nesse papel, a Espírito Santo foi homenageada pelo Festival ao lado doutros três poetas, respetivamente de Angola, Cabo Verde e Moçambique que, tal como São Tomé e Príncipe, comemoram, em 2025, 50 anos de independência.
Ainda jovem, Alda de Barros conviveu com aquela que considera a “Matriarca da Nação” e que continua a admirar pela sua firme postura, pelo papel que desempenhou em prol do país antes e depois da independência (faleceu em 2010 aos 84 anos de idade) e pelos valores que encarnou; valores que hoje tanta falta fazem às duas ilhas do Golfo da Guiné, onde o processo de desenvolvimento parece marcar passo e onde a cultura - sublinha - não é suficientemente valorizada como pilar da identidade nacional a dar a conhecer aos outros.
Se por um lado, Alda de Barros enalteceu no Festival a figura de Alda Espírito Santo, por outro, ela própria foi exaltada como escritora, poeta, já com duas obras publicadas - “A Flor Branca do Baobá” (2017) e “Chuva de Prata” (2019) - e outras duas a caminho, uma das quais “Outros Silêncios” tem uma vertente sobre saúde mental. Este é o tema também do seu poema “Worried Love”, sobre saúde mental dos funcionários da ONU, publicado em 2022 na antologia “Sauti-Poems of Healing” por esta organização internacional. É que depois de estudos de jornalismo em São Tomé e Príncipe, onde nasceu, Alda de Barros estudou Relações Internacionais em Angola tendo, mais tarde, desempenhado missões internacionais da ONU em diversos países que passavam por situações de conflito, como Guiné-Bissau, Timor Leste, República Democrática do Congo... Agora, à beira da reforma e praticamente desligada da ONU, ela conta poder dedicar-se mais à escrita e ver o que pode fazer para o bem-estar do seu país, São Tomé e Príncipe.
É de tudo isso que fala na entrevista, assim como da fonte de inspiração literário/poética que Alda Espírito Santo representa para ela e para as novas gerações de poetas, como Goretti de Pina, outra santomense presente no Festival de Literatura-Mundo do Sal, ao lado da curadora científica do mesmo, Inocência Mata, docente universitária e e ensaísta.
E não deixa de louvar esse Festival em cuja extensão, no dia 1 de julho, no Tarrafal de Santiago - acrescentamos - ela participou também, exprimindo o desejo de que outros países, mormente São Tomé e Príncipe, sigam o exemplo. Não ignora, contudo, que também São Tomé tem o FICA, Festival Internacional de Cultura e Alimentação que vai acontecer em outubro de 2025 sob a orientação de João Carlos Silva, autor do conhecido programa televisivo “Na Roça com os Tachos”.
Confira então as palavras da Alda de Barros que, pelo meio faz, a nosso pedido, um paralelismo entre as situações de conflito que viveu nas missões e o estado de inquietação por que o mundo passa atualmente, considerando o Papa Francisco o maior arauto da paz.
Se desejar pode também ouvir o podcast do programa "África em Clave Cultural: personagens e eventos" neste link:
/pt/podcast/africa-em-clave-cultural-personagens-e-eventos/2025/07/africa-em-clave-cultural-personagens-e-eventos-10-07-2025.html
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