MAP

Bispos do Quénia Bispos do Quénia  

Quénia - Bispos apelam ao diálogo entre jovens e governo

A um ano das confrontações do ano passado, e com vista numa marcha em recordação das vítimas, Bispos do Quénia exprimem o desejo de que o diálogo prevaleça e se salvem as vidas.

Dulce Araújo - Vatican News

Que o diálogo prevaleça entre o governo e os jovens. Este é o apelo lançado pelos Arcebispos de Nyeri e Nairobi, no Quénia, com vista na marcha em memória dos mortos do ano passado durante os protestos contra a lei do Orçamento Geral do Estado. A marcha está marcada para o próximo dia 25 de junho.

Segundo informações da Agência FIDES, ontem, domingo, 22 de junho, Dom Anthony Muheria, Arcibispo de Nyeri e Vice-Presidente da Conferência Episcopal do Quénia, juntamente com o Arcebispo de Nairobi, Dom Philip Arnold Subira Anyolo, convidou o Presidente, William Ruto, a ouvir os jovens do país.

"A pouco mais de 60 horas da marcha, o nosso premente apelo é pela salvaguarda da vida humana", disse Dom Muheria. “Não importa quais sejam os seus objetivos, o objetivo mais urgente é proteger a vida, melhorar a vida dos pobres e ouvir uns aos outros.”

 “Não temos o direito, em nenhum momento, de tirar a vida a outra pessoa - acrescentou Dom Anyolo. Como católicos - disse -  acreditamos que a vida começa na conceção, e essa crença nos impele a cuidar também das mães que choram os seus filhos nos tumultos.”

Os dois arcebispos dirigiram uma mensagem também aos jovens, exortando-os a moderar as suas posições intransigentes e a se engajarem positivamente na construção da Nação. Ao mesmo tempo, chamaram a atenção dos líderes políticos contra a retórica inflamatória que alimenta a divisão e a violência.

Dirigindo-se aos jovens, o Arcebispo Muheria pediu "um espírito de unidade", a fim de "caminharmos juntos e encontrarmos soluções, enquanto choramos os que faleceram".

"Os líderes políticos devem evitar discursos que inflamem os ânimos", acrescentou o Arcebispo Anyolo. "Como nos lembra o nosso hino nacional, devemos dialogar uns com os outros para vivermos juntos como uma só Nação".

Os dois prelados instaram o governo a dar prioridade à justiça em relação àqueles que perderam a vida durante os protestos do ano passado e àqueles que ainda estão a recuperar-se dos ferimentos sofridos em confrontos com as forças da ordem, confrontos que provocaram a morte de pelo menos 60 pessoas.

Nos últimos dias, houve confrontos durante manifestações para exigir a verdade sobre a morte, numa cela de segurança, do blogueiro, Albert Ojwang. 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

23 junho 2025, 14:54