²Ñ´Çç²¹³¾²ú¾±±ç³Ü±ð. D. Luiz: "paz requer inclusão e boa gestão dos recursos"
P. Bernardo Suate - Cidade do Vaticano
Sobre os trágicos ataques que têm abalado, desde outubro passado, a Província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, causando mortes, desestabilização, deslocamentos, abandono de aldeias, machambas e da vida normal, o Bispo da Diocese de Pemba, D. Luiz Fernando Lisboa, emitiu no último fim de semana um Comunicado “aos cristãos e às pessoas de boa vontadeâ€, sob o título “A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mimâ€.
Inclusão dos jovens e boa gestão dos recursos
Nos últimos anos – lê-se no comunicado - com a descoberta de muitos recursos naturais, temos sido alvo de uma verdadeira invasão de pessoas de diferentes proveniências, empresas e projectos. E o Bispo sublinha que tais riquezas poderão gerar emprego, estabilidade e esperança para a nossa juventude se esta for tida em conta no desenvolvimento; e poderão também gerar uma vida melhor para toda a população da Província e do País (crentes e não crentes, idosos e crianças, homens e mulheres) se elas forem bem geridas, repartidas e fiscalizadas. “As assimetrias que sempre existiram poderão desaparecer com uma partilgha séria e responsável dos bens†– ressalta o Prelado.
"Inimigo oculto" que grita forte o seu descontentamento
Quanto à matriz dos ataques D. Luiz fala de um “inimigo oculto†pois ninguém sabe exactamente quem é e o que quer: não tem rosto, nem proposta, nem interlocutor com quem se possa dialogar. Mas a única coisa que percebemos, se lê ainda no comunicado, é que ele é bem claro ao expressar a sua fúria, o seu descontentamento, a sua maneira de gritar e de chamar à atenção. E nesse sentido ele tem feito reflectir a todos, indistintamente, pobres e ricos, governantes e governados, crentes e não crentes, da Província e de todo o País.
E infelizmente, apesar de estes terríveis acontecimentos serem noticiados a nível internacional, não existe uma resposta clara do Governo Central acerca dos mesmos, denuncia o Prelado.
Que futuro para os jovens e quem beneficia dos recursos?
Os jovens envolvidos nos ataques, não são apenas uns estranhos, estrangeiros ou “terroristasâ€, pois estão também jovens das nossas famílias, das nossas aldeias, dos nossos partidos, das nossas profissões de féâ€, diz D. Lisboa, ressaltando que os ataques levantam sérias questões sobre que futuro se dá aos jovens e se estes são incluídos na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. O Bispo se pergunta ainda se os recursos naturais têm ajudado ao desenvolvimento real e integral da Província e dos cidadãos e em que medida se tem trabalhado para oferecer à juventude uma educação adequada e espaços culturais e recreativos que favoreçam o desenvolvimento das suas habilidades e da sua criatividade.
Estas e muitas outras perguntas devem ser objecto de preocupação para todas as pessoas de boa vontade, sobretudo para os governantes, adverte o Prelado, que também alerta ao povo em geral para não se sentir encurralado e paralisado pelo clima de insegurança e imprevisibilidade generalizadas, cujas maiores vítimas são os pobres que “já vivem com tão pouco e o pouco que têm acabam por perderâ€.
Não a preconceitos, sim a uma paz fruto da justiça
A terminar D. Luiz Lisboa exorta a todos a não se deixarem cegar por preconceitos religiosos, étnicos e políticos mas, pelo contrário, a formar uma grande corrente de bons sentimentos, boas práticas, bons relacionamentos, bons conselhos, boas iniciativas ..., “para que a paz, que é sempre um fruto da justiça, volte a reinar entre nósâ€.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp