Cardeal Re: Frassati ¨¦ atual num mundo dominado por uma desumanidade sem limites
Antonella Palermo ¨C Vatican News
Um retrato de Pier Giorgio Frassati que transmite sua profundidade humana e espiritual, bem como sua forte atualidade, "neste tempo em que o mundo é assolado por guerras que, em parte devido ao poder das armas atuais, estão causando horrores e desumanidade sem limites". Estas foram as palavras do decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re, proferidas em sua homilia na missa de Ação de Graças celebrada na segunda-feira, 8 de setembro, na Basílica romana de Santa Maria Sopra Minerva, um dia após a canonização do jovem de Turim.
Servir a Cristo não é distanciar-se do mundo
O local da celebração, um templo dominicano situado no centro da capital, onde o corpo de Frassati esteve exposto para a veneração dos peregrinos de 27 de julho a 4 de agosto, homenageia sua pertença à Ordem como Terciário. Essa escolha marcou uma vida de oração constante, frequência à Palavra e aos Sacramentos, prática da caridade evangélica e devoção mariana, marcada pela discrição e amizade autêntica com Jesus e em Jesus. Ele sempre usava o escapulário, lembrou o cardeal, e o tirava apenas ao mergulhar no mar. A paixão de Pier Giorgio pelo esporte era tão grande quanto sua extraordinária alegria pela vida, encorajada nessa direção pelos ensinamentos extraídos das leituras de Santo Agostinho. "Ele demonstrou", afirmou o cardeal, "que servir a Cristo não é um distanciar-se do mundo, mas uma forma de valorizar os dons recebidos de Deus, que gera a verdadeira alegria."
O compromisso sociopolítico e a caridade evangélica
A vida do novo santo foi dedicada a gerar fraternidade, tanto através do compromisso sociopolítico quanto na ajuda aos necessitados. Foi um modelo sobretudo para os universitários, sublinhou o cardeal Re, um jovem ¡°moderno, forte e brilhante, com gosto pelo belo e pela arte¡±. Em todos os ambientes, ele soube ser uma espécie de motor evangélico, graças ao apoio da fé. A Eucaristia sempre no centro de seus dias, a contemplação e o Terço como compromisso diário. Frassati foi o exemplo de quem não é indiferente, de quem não desiste diante das injustiças, de quem não é passivo: um caráter que o levou a fazer parte de muitas organizações religiosas, entre as quais a Ação Católica, a FUCI, a Conferência de São Vicente, o Círculo Cesare Balbo na universidade.
Envolvido na vida pública, atento aos necessitados
A solidariedade de Frassati era constante, atenta e nunca ostensiva. E não era apenas material, mas sobretudo baseada na proximidade, na escuta, na partilha e no silêncio. Concreta, profética, solícita, contagiante, frequentemente combativa e certamente criativa. Os seus estudos em engenharia minerária, por exemplo, nasceram do desejo de um dia estar próximo dos mineiros. Além disso, recordou o cardeal Re, o seu interesse particular pelo mundo dos operários era evidente numa época em que "a questão social era um problema sério, e o Papa Leão XIII tinha escrito, poucos anos antes, a Encíclica Rerum Novarum". Crítico severo do fascismo que se consolidava na Itália, Frassati optou pela militância no recém-formado Partido Popular, como manifestação de sua convicção madura de que os católicos deveriam participar da vida pública, aderindo às necessidades do povo e da sociedade.
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