Cultura da Vida: A verdade sobre a Fertiliza??o in vitro
Vatican News
Olá, bem-vindos a mais um episódio do programa Cultura da Vida. Somos Marlon e Ana Derosa, e hoje vamos refletir sobre um tema delicado e urgente: a Fertilização in vitro, uma prática que, embora pareça estar a serviço da vida, na verdade, levanta sérias questões morais e humanas.
Nós sabemos que o desejo de ter filhos é algo natural, faz parte do ser humano, e que infelizmente muitos casais vivem hoje o grande sofrimento da infertilidade. É muito importante buscar ajuda médica para buscar a cura da causa da infertilidade, mas infelizmente, muitos casais acabam acreditando que a fertilização in vitro vai resolver seus problemas, mesmo esta técnica apresentando baixas taxas de sucesso para se conseguir uma gravidez.
Na Encíclica Evangelium vitae, uma das mais marcantes na temática da bioética e defesa da vida, o Papa João Paulo II explicou que a fertilização in vitro - ou FIV - é moralmente errada porque separa a geração da vida do ato de amor entre o homem e a mulher, e também apresentam grandes chances de falha, especialmente no desenvolvimento dos embriões, que muitas vezes morrem logo depois de serem gerados (EV, 14).
E outro grande problema é que são criados mais embriões do que o necessário, e os chamados ¡°embriões excedentes¡±, são descartados ou usados em experimentos, como se fossem apenas um material de laboratório, e não vidas humanas com dignidade (EV, 14).
O próprio congelamento de embriões fere o respeito que se deve ter a todo ser humano, conforme já escrito na instrução Donum vitae. Todo ser humano deve ser gerado como fruto do amor entre o casal, e acolhido no corpo da mãe, como é o natural. Então o congelamento de embriões trata estas pessoas recém concebidas como objetos e não como vidas humanas, como filhos amados (DV, 6). Quando comparamos o número total de embriões criados em laboratório com o número de bebês que realmente nascem, percebemos que muitos embriões são perdidos no processo.
O mais preocupante é que a maior parte das pesquisas nessa área não se preocupa com o direito à vida de cada embrião, mas apenas com os números: quantas crianças nascem em relação ao número de mulheres que fazem a FIV. Os embriões, quando fecundados no ventre materno, são filhos, mas quando fecundados em laboratório, são tratados como simples números, como objetos descartáveis, e não como vidas humanas únicas e preciosas. Vejamos a incoerência disso. Essa triste realidade é muitas vezes escondida, mas não pode ser ignorada. Como já disseram os documentos da Igreja: mesmo parecendo estar a serviço da vida, essas técnicas acabam abrindo a porta a novos e graves ataques contra ela (EV, 14).
Na Evangelium Vitae, João Paulo II escreveu que nem todo desejo pode se transformar em direito (EV, 23). O desejo de um filho não pode justificar qualquer meio para obtê-lo. A técnica da fertilização in vitro separa a concepção do ato conjugal e, com isso, rompe a unidade entre amor e vida, entre corpo e alma, entre o dom de Deus e o projeto humano.
Como afirma a Donum Vitae, a vida humana deve ser acolhida dentro do matrimônio e pelo matrimônio, e não produzida em laboratório (DV, 1). Talvez tenhamos no nosso convívio pessoas que foram concebidas in vitro. Estas pessoas são plenas em dignidade e amadas por Deus como todas as outras. Mas nós temos que nos atentar ao fato de que os meios utilizados para a concepção nem sempre respeitam a dignidade humana. Os embriões são seres humanos em suas primeiras horas de vida. Reduzir um embrião a "material biológico" é esquecer que ali já existe uma vida humana plena de dignidade, imagem e semelhança de Deus.
A Igreja não se opõe ao progresso da ciência, mas alerta para o uso antiético da tecnologia. Nem tudo o que é possível fazer é moralmente aceitável. O respeito pela vida humana deve estar sempre acima da eficácia dos métodos. Inclusive, muitos casais que recorrem à fertilização in vitro nem são informados de que existem outras possibilidades moralmente éticas para conseguir engravidar, como é o caso da naprotecnologia, ou das abordagens de medicina integrativa, que costumam gerar resultados melhores, porque atuam justamente na causa da infertilidade, o que a Fertilização in vitro não faz.
Os casais que vivem a cruz da infertilidade precisam ser acolhidos e ajudados de todas as formas possíveis, especialmente nos ambientes pastorais. Isso inclui informá-los sobre as alternativas éticas que eles podem buscar, e também da possibilidade da adoção, que é um grande ato de amor e uma belíssima forma de exercer a fecundidade matrimonial. A Igreja, como mãe, acolhe, acompanha, consola seus filhos, e aponta o caminho da verdade, sempre com amor.
Obrigado por acompanhar o programa cultura da vida. Um abraço e até o próximo episódio.
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