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2025.07.20 Papa alla specola

Prefeito do Dicast¨¦rio para Comunica??o: o telefonema do Papa e a ora??o

A chamada em v¨ªdeo na noite de domingo, 20 de julho, entre Le?o XIV e o astronauta Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, h¨¢ 56 anos. As palavras do Pont¨ªfice sobre a cria??o, depois de contemplar a beleza do firmamento atrav¨¦s do telesc¨®pio. O apelo no Angelus para p?r fim ¨¤ barb¨¢rie da guerra em Gaza, porque toda vida ¨¦ sagrada. Quadros que nos dizem a mesma coisa sobre o sentido da paz e o absurdo da guerra, atrav¨¦s do artigo de Paolo Ruffini, prefeito do Dicast¨¦rio para a Comunica??o.

Paolo Ruffini

O telefonema com Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua há exatamente 56 anos; e a ver com seus próprios olhos a Terra lá de cima.

As palavras pronunciadas por Leão XIV sobre o mistério da criação, sua grandeza e sua fragilidade, depois de também ter contemplado com o telescópio a beleza do firmamento.

O apelo comovente do Papa, após o ataque do exército israelense contra a paróquia católica da Sagrada Família em Gaza City, para pôr fim à barbárie da guerra, buscar uma solução pacífica para o conflito, observar o direito humanitário, respeitar a obrigação de proteger os civis, a proibição da punição coletiva, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado da população. A escolha de pronunciar um por um os nomes das três vítimas do ataque à igreja, não por serem cristãos, mas para reiterar que toda vida é sagrada, assim como todo local de culto. Para dar um nome a todas as vítimas inocentes de um massacre inútil que continua. Vítimas, cada uma com um nome, um sobrenome, uma história; onde todos os dias apenas os números são listados.

São momentos diferentes entre si. Como quadros. Próximos no tempo, mas diferentes, eles nos dizem a mesma coisa sobre o sentido da paz e o absurdo da guerra. Descrevem com precisão como a comunicação ¡ª feita de gestos, imagens, palavras ¡ª pode ser ao mesmo tempo desarmada e desarmante.

A certa altura, a ligação com Buzz Aldrin se transformou em oração. Com as palavras do Salmo 8. Que fala ao Senhor da grandeza de suas obras: do céu, da Lua, das estrelas; e depois do homem. Tão pequeno e tão grande. Um pontinho minúsculo, nem mesmo visível da Lua. E, no entanto, ¡°tu o constituíste acima das obras de tuas mãos, tudo sujeitaste aos seus pé".

Para quê? Eis para quê.

Bastam poucas palavras e poucas imagens para colocar cada um diante de suas responsabilidades. Pelas coisas ditas e não ditas, feitas e não feitas. E para entender que bastaria pouco para parar e recomeçar. E compreender que ninguém pode considerar que a verdade em que acredita ou os sofrimentos suportados sejam tão absolutos a ponto de legitimar a destruição de vidas humanas inocentes. Porque violar a dignidade do ser humano é, em última análise, ofender a Deus, de quem ele é imagem. Negar a própria história, da qual cada um é filho. Arruinar a maravilha da criação, que é a nossa casa comum.

No filme Gravity, vencedor do Oscar em 2013, os dois astronautas protagonistas admiram a Terra do espaço e um pergunta ao outro: ¡°Onde você montou sua tenda?¡±. Expressão poderosa, visto que no Prólogo do Evangelho de João está escrito que o Verbo de Deus ¡°armou suas tendas entre nós¡±. Nosso pequeno planeta dilacerado pelas guerras é tão rico em promessas, já inscritas no ato da criação, que o próprio Deus decidiu habitá-lo e assim redimi-lo. Por isso, as guerras que o devastam não prevalecerão no final.

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22 julho 2025, 09:35