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O Papa Le?o XIV (E) recebendo um presente durante uma audi¨ºncia privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025. O Papa Le?o XIV (E) recebendo um presente durante uma audi¨ºncia privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025.  (ANSA)

A peregrina??o ¡°ad limina Petri¡± da pequena Igreja da ²Ñ´Ç²Ô²µ¨®±ô¾±²¹

De 15 a 18 de junho, um grupo da Igreja na ²Ñ´Ç²Ô²µ¨®±ô¾±²¹ realizou sua peregrina??o jubilar ¨¤ Cidade Eterna, passando primeiro por Turim e depois chegando a Assis. Uma peregrina??o ¨¤s fontes apost¨®licas da Igreja de Roma, empreendida por filhos e filhas de uma pequena e jovem Igreja mission¨¢ria. Dias marcados pela gratid?o, pontuados por muitas experi¨ºncias surpreendentes com uma realidade na qual tamb¨¦m puderam reconhecer algo familiar.

Por Gianni Valente - Agência Fides

Há menos de três anos, o Sucessor de Pedro foi ao seu encontro em Ulaanbaatar, mesmo se deslocando em cadeira de rodas. Agora, alguns deles vieram de lá para visitar Pedro, venerar suas memórias e também para saudar seu novo Sucessor.

Vinte e seis no total, incluindo seu bispo, o cardeal missionário Giorgio Marengo. Entre eles estão Cecília - da assessoria de imprensa da Prefeitura -, e Amanda, responsável pela casa de espiritualidade. Mas também Amaraa, motorista faz-tudo, e Zulaa, a cozinheira. E ainda o ecônomo Andrea, um irmão salesiano do Vietnã, e o padre coreano Pietro Hong com os 10 paroquianos da Igreja de Santa Maria. Uma pequena representação do pequeno rebanho que é a comunidade católica na Mongólia, formado por quase 1.500 almas dispersas  entre aquela população de 3,5 milhões de compatriotas budistas, muçulmanos ou não crentes.

De 15 a 18 de junho, realizaram sua peregrinação jubilar à Cidade Eterna, passando primeiro por Turim e depois chegando a Assis. Uma peregrinação às fontes apostólicas da Igreja de Roma, empreendida por filhos e filhas de uma pequena e jovem Igreja missionária. Dias marcados pela gratidão, pontuados por muitas experiências surpreendentes com uma realidade na qual também puderam reconhecer algo familiar.

Uma foto fornecida pela mídia do Vaticano mostra o Papa Leão XIV (E) durante uma audiência privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025. ANSA/VATICAN MEDIA
Uma foto fornecida pela mídia do Vaticano mostra o Papa Leão XIV (E) durante uma audiência privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025. ANSA/VATICAN MEDIA   (ANSA)

Você não se torna cristão sozinho

 

Antes de deixar Ulaanbaatar, estudaram a história e os tesouros das quatro basílicas papais de Roma, preparando-se um pouco para melhor compreender tudo o que veriam e ouviriam. Em seguida, tiveram seu primeiro contato fraterno com a comunidade paroquial de San Giuda Taddeo, uma igreja romana dedicada a um dos Apóstolos no bairro Appio Latino, cujo título pertence ao cardeal Marengo. Após a Missa, no convívio de um almoço comunitário, a familiaridade dos católicos mongóis com os traços reconhecíveis em todo evento apostólico autêntico emerge com palavras simples e diretas. "Para levar a mensagem de Jesus à Mongólia - repete Rufina Chamingerel - a Igreja não enviou pacotes de livros, mas pessoas, como livros vivos".

São Pedro veio de Jerusalém para Roma, onde foi martirizado. "O Evangelho vem de fora", recordou o o grande teólogo que foi da Ásia Menor para morrer mártir como Bispo de Lyon. Rufina repete a mesma coisa hoje: "Não poderíamos ter nos tornado cristãos sozinhos, se os missionários não tivessem chegado. A fé chegou até nós porque missionários, homens e mulheres, também foram para lá".

Na tarde de domingo, liderados pelo cardeal Marengo, os peregrinos da Mongólia visitaram as Basílicas de São João de Latrão e Santa Maria Maior, em Belém de Roma, que abriga as relíquias ligadas à Natividade de Jesus, o Ícone de Maria Salus Populi Romani e agora também os restos mortais do Papa Francisco. "Em certo momento -  lembra Rufina - o Papa Francisco também quis ir pessoalmente à Mongólia. Ele, que era Papa, quis ir pessoalmente até nós, como um missionário. Sua presença entre nós nos comoveu e nos deu grande conforto na fé."

Uma foto fornecida pela mídia do Vaticano mostra o Papa Leão XIV (E) durante uma audiência privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025. ANSA/VATICAN MEDIA
Uma foto fornecida pela mídia do Vaticano mostra o Papa Leão XIV (E) durante uma audiência privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025. ANSA/VATICAN MEDIA   (ANSA)

O Túmulo de Pedro e o Papa Leão

 

Durante a visita à Basílica de São Pedro, o cardeal Marengo leva seus amigos mongóis até o túmulo de Pedro, para rezarem juntos. Saboreando ali, no coração da memória guardada por quase dois mil anos, a íntima afinidade eletiva que une a pequena comunidade mongol ao coração da Igreja de Roma e a todos os eventos narrados nos Atos dos Apóstolos: palavras, obras, alegrias e tribulações daqueles que viram Jesus e viveram com ele.

Rufina, como Cecília e muitos outros que se tornaram cristãos na Mongólia, carregam os nomes dos Mártires de Roma e dos Santos dos primeiros séculos. O seu foi sugerido por uma religiosa, depois de lhe ter contado a história da jovem romana, filha do senador Astério, morta junto com sua irmã Seconda durante as perseguições do imperador Valeriano.

Ela conta que o que a tocou e atraiu ao batismo foram, a princípio, as homilias do pároco. "Ele - diz Rufina hoje - descrevia uma vida e uma realidade que eu sentia desejar desde criança. Agora estou no caminho. Nos primeiros passos está o entusiasmo do começo. Depois, lentamente, percebo que é necessário pedir para recomeçar todos os dias. É necessário pedir para viver o cotidiano na fé, com todos os problemas. O importante é que eu veja meu cotidiano dialogando cada vez mais com a fé."

Assim, também na Mongólia, se renova pela graça o mistério e o milagre de corações que se tornam cristãos. E na Igreja nascente da Prefeitura Apostólica de Ulaanbaatar, floresce  gratuitamente uma experiência preciosa para toda a Igreja universal. Agora que, como sempre, toda a Igreja universal precisa se reconhecer como uma Igreja nascente e olhar para os primórdios do cristianismo.

Também o Papa Leão pôde acolher o testemunho dos novos católicos da Mongólia e sentir-se confortado por ele ao recebê-los na terça-feira, 17 de junho, no Palácio Apostólico.

«Ficamos muito felizes em conhecer o Papa Leão. Recordamos a dimensão da Igreja na Mongólia como uma "Igreja em desenvolvimento", como também a descreveu o Papa Francisco», afrimou o cardeal Giorgio Marengo à Agência Fides. «Foi bom - acrescenta o Cardeal piemontês, missionário da Consolata -  recordar com ele a viagem do Papa Francisco à Mongólia. Agradecemos aos nossos fiéis mongóis presentes nesta peregrinação pelo seu testemunho de fé, sabendo que para eles a escolha de se tornarem cristãos não é algo óbvio. Pedimos ao Papa Leão que rezasse por nós e que ele também fosse à Mongólia».

Uma foto fornecida pela mídia do Vaticano mostra o Papa Leão XIV (E) durante uma audiência privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025.
Uma foto fornecida pela mídia do Vaticano mostra o Papa Leão XIV (E) durante uma audiência privada com o cardeal italiano Giorgio Marengo no Vaticano, Cidade do Vaticano, 17 de junho de 2025.   (@Vatican Media)

A missão da Igreja e a oração para a Novena

 

Na quarta-feira, 18 de junho, os peregrinos da Mongólia se encontraram com o cardeal Luis Antonio Tagle, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, no histórico Palazzo di Propaganda Fide.

A experiência da pequena comunidade eclesial da Mongólia parece sugerir ideias preciosas para toda a Igreja, a começar por aqueles que, por condição e vocação, estão mais diretamente envolvidos na obra apostólica e missionária da Igreja. Isso pode ser percebido nas palavras e imagens utilizadas por Rufina, que em Ulaanbaatar é responsável pelo Escritório Pastoral da Prefeitura Apostólica, quando questionada sobre em que consiste seu trabalho. "Apoiamos o cardeal Giorgio Marengo, os missionários, as paróquias, os apoiamos na execução de seu serviço, levando em conta as necessidades do dia a dia, momento a momento. Pode ser uma questão de encontrar uma pequena oração, escrever uma pequena catequese, cuidar de uma tradução, preparar um encontro."

Nenhum ativismo que se esforça e se esgota por trás de projetos abstratos e complexos. O esforço de cada dia consiste em reconhecer o que é necessário para a vida eclesial em curso, captar as necessidades reais e tentar responder. «Nas últimas semanas - continua Rufina, oferecendo imagens concretas do seu trabalho diário - nos mobilizamos para que todas as paróquias da Prefeitura compartilhem as mesmas orações pela Novena de Pentecostes». Iniciativas simples, realizadas com base no tesouro comum de devoções e práticas pastorais da Igreja universal, que ao longo dos anos ajudam a experimentar como «o próprio Deus nos fala através do que os nossos irmãos e irmãs nos pedem. E eles, que se tornaram cristãos recentemente, pedem-nos sempre coisas simples e essenciais, para caminhar na fé.

Há 20 anos - acrescenta - quando eu era uma jovem catequista, lembro-me de que ficávamos muito felizes quando, por exemplo, encontrávamos uma imagem que podia ser útil na nossa catequese. Agora que existe a internet, há mais possibilidades, mas continuamos a responder às necessidades que nos chegam da realidade concreta».

Cardeal Giorgio Marengo, Prefeito Apostólico de Ulaanbaatar, com Papa Leão XIV
Cardeal Giorgio Marengo, Prefeito Apostólico de Ulaanbaatar, com Papa Leão XIV   (@Vatican Media)

As obras e as iniciativas eclesiais não respondem a anseios de protagonismo ou voluntarismo abstrato. Florescem apenas para atender a necessidades reais. Com uma perseverança que só pode se basear na gratidão.

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20 junho 2025, 09:29