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2025.06.05 Convegno Dicastero Laici Famiglia Vita associazioni movimenti

Renova??o, esperan?a, perd?o: encontro dos movimentos eclesiais no Vaticano

De 4 a 6 de junho, o Dicast¨¦rio para os Leigos, a Fam¨ªlia e a Vida se re¨²ne com os moderadores das associa??es internacionais de fi¨¦is e das novas comunidades em vista do Jubileu dedicado a eles, que ser¨¢ realizado neste final de semana, nos dias 7 e 8 de junho. O encontro come?ou com uma liturgia penitencial, na qual os movimentos e os pastores da Igreja tiveram a oportunidade de pedir perd?o pelas falhas e erros cometidos.

Isabella H. de Carvalho e Lorena Leonardi ¨C Vatican News

Renovar a missão e a evangelização numa ¡°esperança vivida e anunciada¡± para levar Cristo ¡°aos homens e mulheres desta época¡± nas diversas situações em que vivem. Assim, o cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (DLFV), abriu na tarde de quarta-feira (04/06) o encontro anual com os moderadores das associações internacionais de fiéis, dos movimentos eclesiais e das novas comunidades, que se realiza na Nova Sala do Sínodo, de 4 a 6 de junho. Por ocasião também do evento jubilar dedicado a eles, que será realizado de 7 a 8 de junho, cerca de 250 participantes, de 115 realidades reconhecidas pelo Dicastério, se reuniram para refletir sobre o tema ¡°A esperança vivida e anunciada. O dom do Jubileu para as agregações eclesiais¡±. Em discurso, o cardeal destacou o objetivo de ¡°sintonizar-se¡± com o caminho da Igreja na ¡°consciência renovada¡± de ser chamado a caminhar não apenas com ela, mas ¡°junto com Pedro e todo o povo de Deus, como Igreja de Cristo¡±.

O início do encontro foi marcado também por uma liturgia penitencial e pela invocação do Espírito Santo, realizada durante a noite na Basílica de São Pedro. Os moderadores das associações e movimentos pediram ¡°perdão¡± pela não acolhida do Evangelho e pelas incoerências, pelas infidelidades, pela falta de respeito para com as pessoas e de zelo em colocar em prática os carismas, por todos os fechamentos e pelas feridas à comunhão eclesial. Uma invocação foi então feita em nome dos pastores da Igreja pelas falhas em relação a todas as associações, movimentos e novas comunidades. Em homilia, o prefeito ressaltou como, seguindo o exemplo de Pedro, é possível reconhecer as próprias culpas e predispor-se a uma ¡°segunda chamada¡±: nesse sentido, o momento penitencial ¡°não é autocompaixão¡±, nem ¡°amargura estéril¡±, ¡°desânimo¡± ou ¡°acusações¡±, mas ¡°dor sincera pelas infidelidades¡±, ¡°consciência lúcida da fragilidade¡± que nos predispõe a um novo ¡°chamado do Senhor¡±.

A liturgia penitencial
A liturgia penitencial

Os desafios para os movimentos hoje

Os ¡°desafios para os movimentos hoje¡± foram o tema central da primeira palestra, apresentada em duas vozes pelo fundador da Comunidade de Sant'Egidio, Andrea Riccardi, e pelo vice-presidente da A Economia de Francisco, Luigino Bruni. Os desafios ¡°nos chamam para além do vitimismo¡±, disse Riccardi: ¡°teremos futuro se acreditarmos e nos medirmos por esses e outros desafios históricos. Muito nos será perdoado, mas não sejamos indiferentes, retraídos, com o talento escondido debaixo da terra, sem colocá-lo a frutificar nos ¡®negócios¡¯ da história¡±. Analisando não apenas as dificuldades, mas também as oportunidades de um mundo transformado em nível cultural, antropológico e comunicativo, Bruni, por sua vez, destacou como podemos aprender com os erros e olhar ¡°mais uma vez para frente, juntos¡±: membros de ¡°comunidades certamente diferentes, mas ainda assim comunidades de corpos, de carne¡± em uma ¡°terra comunitária¡± vulnerável e frágil, mas a única ¨C ressaltou ¨C ¡°verdadeiramente humana e crist㡱.

Linda Ghisoni: os movimentos são chamados a ser testemunhas

Sobre esse tema, aos microfones da mídia vaticana à margem do evento, a subsecretária do Dicastério para os Leigos, Família e Vida, Linda Ghisoni, destacou como este encontro ajuda os movimentos e associações a ¡°não permanecerem fechados¡± e a ¡°terem uma consciência cada vez mais viva de serem um corpo, uma Igreja enviada às periferias, mesmo aquelas que são geograficamente e culturalmente mais distantes¡±. Essas realidades ¡°têm um forte chamado a serem testemunhas no cotidiano, testemunhas de vida, de capacidade de recomeçar¡± e da esperança cristã, especialmente na realidade atual ¡°muito fragmentada, muitas vezes polarizada¡± e que empurra muito para o ¡°individualismo¡±, explicou.

O cardeal Tagle durante a sua participação no evento
O cardeal Tagle durante a sua participação no evento

Cardeal Tagle: renovar os movimentos e a Igreja para ajudar uma humanidade cansada

O encontro continuou na manhã desta quinta-feira (05/06) com a missa do cardeal Pietro Parolin, celebrada na Basílica de São Pedro, e depois com a intervenção do cardeal Luis Antonio Tagle, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização, que sublinhou que ¡°é oportuno e urgente¡± que as associações e as novas comunidades imaginem de uma nova maneira a missão e a evangelização ¡°à luz da esperança¡±. ¡°Somente uma Igreja renovada ou um movimento renovado¡±, disse ele, ¡°pode renovar a missão, e somente uma missão renovada pode renovar a Igreja e todas as associações e comunidades¡±. ¡°A Igreja é chamada a ser missionária num momento histórico em que abundam coisas boas, criativas e benéficas, mas ameaçadas e eclipsadas pela injustiça, pelas guerras, pela destruição de vidas, famílias, sociedades e da criação¡±, insistiu o cardeal. ¡°Sentimos o Senhor ressuscitado que chama e envia sua Igreja para ser um sinal eficaz e um instrumento de esperança para uma humanidade cansada, fatigada e frustrada¡±. Em seguida, ele compartilhou imagens e experiências concretas que manifestam uma Igreja em missão, como, por exemplo, a porta que representa tanto uma Igreja que sai ao encontro quanto uma Igreja que acolhe, ou a inteligência cultural que ajuda cada fiel a refletir sobre as diferenças e a caminhar juntos com humildade.

O testemunho de Camilo e Margarita em ajuda a jovens em dificuldade

As palavras do cardeal Tagle foram concretizadas com o testemunho de Camilo Conejeros Anobile e Margarita Sillano Moya, casal chileno pertencente à Comunhão e Libertação, que desde 2018 ajuda jovens que moram na periferia da capital Santiago e vivem em contextos marcados pela pobreza, violência e tráfico de drogas. Eles começaram o trabalho, acompanhados por um padre de sua associação, passando tempo com crianças de 8 a 15 anos, que gradualmente ficaram curiosas e se aproximaram da fé. À margem do evento, aos microfones da mídia vaticana, Margarita e Camilo explicaram que ¡°de uma forma ou de outra, essas crianças também estão aqui conosco hoje¡±. Para o casal, há três elementos que resumem sua experiência: ¡°a comunhão¡± entre eles e com o padre que os acompanhava e o movimento CL, que lhes permitiu compartilhar sua fé com os jovens; ¡°seguir os sinais que o Senhor¡± lhes dava nas situações que viviam, sem fazer planos sobre o que deveria acontecer; e, finalmente, a ¡°fidelidade¡± de Deus em ajudar essas crianças, por meio de seus encontros semanais. 

O encontro que termina nesta sexta-feira, 6 de junho
O encontro que termina nesta sexta-feira, 6 de junho

Pessoas de esperança

À tarde, os participantes tiveram a oportunidade de se reunir em pequenos grupos para refletir e discutir sobre o que tinham ouvido pela manhã. Seguiu-se a intervenção da teóloga Donna Orsuto, da Pontifícia Universidade Gregoriana e cofundadora do Lay Center, sobre o tema ¡°Ser pessoas de esperança¡±. Orsuto destacou como o Jubileu é um tempo para ¡°recalibrar, renovar e reafirmar o compromisso¡± pessoal e comunitário e a importância da formação ¡°humana, espiritual, intelectual e pastoral¡± dentro dos movimentos e associações. Este Ano Santo é uma oportunidade para ¡°ajustar melhor¡± nossa ¡°visão original¡± e nos adaptarmos aos sinais dos tempos, explicou Orsuto, e um tempo ¡°para reafirmar nosso compromisso com o Senhor e com sua missão. Queremos abraçar plenamente seu chamado para nos tornarmos peregrinos de esperança em um mundo que precisa desesperadamente dessa mensagem¡±.

A coordenadora do Fórum Internacional da Ação Católica, Eva Fernández Mateo, e Manoj Sunny, do Movimento Jesus Youth, compartilharam as suas experiências concretas, estimulando uma reflexão sobre os percursos formativos para aproximar as pessoas da fé. À tarde, os grupos de trabalho continuaram, em particular sobre o Jubileu como uma oportunidade de relançamento missionário para redescobrir o chamado de cada agrupamento eclesial a ser um sinal de esperança para a Igreja e para o mundo. 

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06 junho 2025, 09:26