Teresa de Lisieux: o caminho da pequenez contra a autossufici¨ºncia do homem moderno
Antonella Palermo - Vatican News
"Uma das figuras mais originais e simpáticas do cristianismo": assim o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, definiu Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face (Alençon 1873 - Lisieux 1897), conhecida como Teresa de Lisieux, na homilia da missa presidida na manhã de sábado, 17 de maio, na igreja a ela dedicada em Trinità dei Monti, em Roma. A celebração foi realizada por ocasião dos 100 anos da canonização da religiosa carmelita, cujas relíquias são guardadas nesse local. Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo Papa Pio XI, e proclamada Doutora da Igreja por João Paulo II em 1997.
Não a infantilidade, mas o radicalismo evangélico
Padroeira das Missões juntamente com Francisco Xavier, difere do santo jesuíta por ter levado sua vida em oração, inteiramente em um mosteiro, sem nunca se mudar. Parolin recordou aquele ¡°pequeno caminho¡± escolhido pela santa, padroeira secundária da França e Doutora da Igreja, expressão de um estilo que, segundo ele, consiste em fazer as ¡°pequenas coisas¡± concretas da existência cotidiana com amor, com humildade, com confiança, com simplicidade e, sobretudo, com total abandono nas mãos de Deus. Não deve ser confundido com uma espécie de infantilismo fácil, observou o cardeal; aqui, de fato, trata-se de "um retorno radical ao Evangelho".
Superar a busca desenfreada de autossuficiência
A figura de Santa Teresa de Lisieux também foi destacada pela atenção que ela soube dar a um Deus que considera cada pessoa em sua singularidade e que dá amor não olhando para os méritos pessoais, mas em total gratuidade. O cardeal explicou a forte relevância da mensagem de Santa Teresa, que escolheu a pequenez, enquanto o homem de hoje, como no passado, "rejeita de diferentes maneiras a dependência natural e mútua dos outros e do ecossistema para ser como Deus". E acrescentou que "nessa busca desenfreada e espasmódica por autonomia, autossuficiência, independência de todos e de tudo, o homem moderno é incapaz de dar a resposta aos enigmas ocultos da condição humana", desde o significado da vida até o conceito de bem e pecado, desde a origem da dor até o caminho para alcançar a verdadeira felicidade.
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