N¨²ncio na Ucr?nia: como Igreja e humanidade, a ora??o ¨¦ a ¨²nica arma que temos
Svitlana Dukhovych ¨C Cidade do Vaticano
Apelos do Papa Leão XIV ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, 28, com seu pensamento voltado inicialmente ao povo ucraniano, "atingido por novos e graevs ataques contra civis e infraestruturas", ataques brutais que ¨C confirmou o núncio apostólico na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas ¨C têm aumentado ao longo do tempo:
Ao final da Audiência Geral, o Papa Leão XIV dedicou um amplo apelo ao povo ucraniano "atingido por novos e graves ataques contra civis e infraestruturas". O que o senhor poderia falar a respeito?
As palavras do Santo Padre Leão referindo-se aos ataques contra cidades ucranianas, contra infraestruturas, e o convite à oração pela paz são muito importantes. Gostaria de destacar especialmente o último aspecto: a oração pela paz. Porque o contexto é que, no quarto ano de guerra, os ataques contra cidades e contra infraestruturas civis não estão diminuindo, mas aumentando. Nos últimos dias, assistimos também na capital Kiev a contínuos bombardeios, todos os dias, todas as noites. Nenhum exército no mundo seria capaz de se defender de ataques tão intensos. Diante dessa realidade ¨C o fato de que ninguém é capaz de defender a vida, as cidades, as infraestruturas ¨C o apelo do Papa é à oração pela paz. Ainda estamos no mês de maio, o mês dedicado à oração do Rosário. Aqui, as palavras da Virgem Maria em Fátima sempre me vêm à mente: "Rezem, rezem, rezem. Com a oração vencereis a destruição e a guerra e alcançareis a conversão dos corações". Portanto, é praticamente a única arma que temos, como Igreja e como humanidade. Pessoalmente, sou muito grato ao Santo Padre por este apelo.
Nos últimos dias, ocorreu a maior troca de prisioneiros entre a Ucrânia e a Rússia desde o início da guerra. Sabemos que a questão dos prisioneiros é muito importante para a Santa Sé. O que o senhor gostaria de dizer sobre essa troca?
Sim, por um lado, nós, como Nunciatura, somos contatados várias vezes ao dia por famílias ou associações de familiares que pedem ajuda para encontrar seus entes queridos desaparecidos ou presos, muitos dos quais são civis. A troca que ocorreu foi muito importante porque se trata de 1.000 prisioneiros de cada lado. É realmente uma alegria para as pessoas que retornaram para casa. Uma grande alegria. Sabemos que foi o resultado, quase o único resultado, das negociações realizadas em Istambul em 16 de maio. Portanto, ainda que não tenhamos conseguido resolver questões políticas, o diálogo serve, pelo menos do ponto de vista humanitário. Portanto, é um resultado muito bonito. Certamente, a maior dificuldade diz respeito aos civis e também às crianças, porque quase não há possibilidade de troca. Que troca? O que a Ucrânia pode dar em troca? Paradoxalmente, muitas vezes é mais fácil trocar prisioneiros de guerra militares, porque a Ucrânia também pode oferecer algo em troca: não é o caso dos civis. Portanto, devemos intensificar ainda mais as orações e os esforços. É difícil ter clareza em que direção concentrar as forças, porque estamos em um beco sem saída. Uma parte dos prisioneiros trocados eram civis. Fiquei feliz em ver esse aspecto, mas na Ucrânia o número de civis (russos, ndr.) restantes é muito limitado, remotamente comparável ao número de civis (ucranianos, ndr.) restantes do outro lado.
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