Cardeal Dziwisz: atentado contra Jo?o Paulo II ainda ¨¦ um sinal para a Igreja
Karol Darmoros - Vatican News
As primeiras palavras do cardeal Stanis?aw Dziwisz foram dirigidas ao novo Papa, Leão XIV, eleito no dia da festa de Nossa Senhora de Pompeia e confiado pelo cardeal à intercessão de Maria e de São João Paulo II. Assim, em homilia na missa presidida na tarde de terça-feira, 13 de maio, na Basílica de São Pedro, o metropolita emérito de Cracóvia enfatizou que os últimos meses permitiram que os fiéis se aproximassem ainda mais da Igreja. Recordando o período da doença do Papa Francisco e o acompanhamento coletivo com a oração durante aqueles dias, até a sua última bênção dada no domingo de Páscoa, o cardeal Dziwisz lembrou a emoção geral ¡°com a notícia de sua passagem para a eternidade¡± e a despedida ¡°com tristeza e com gratidão a Deus por seus 12 anos de serviço à Igreja universal e ao mundo¡±.
O cardeal polonês enfatizou que a eleição de Leão XIV foi "um dom do Senhor Ressuscitado para a sua Igreja", outro "cumprimento da promessa de Deus registrada no Livro do Profeta Jeremias: ¡®Eu vos darei pastores segundo o meu coração¡¯". A Igreja na Polônia, disse ele, sempre se lembrará de que o novo Papa foi eleito em 8 de maio, dia da festa do principal santo padroeiro do país: Santo Estanislau, bispo e mártir.
Tiros na Praça de São Pedro
A Eucaristia celebrada na Basílica Vaticana recordou o aniversário de 44 anos do atentado de João Paulo II na Praça São Pedro. "Os inimigos de Cristo e da Igreja", disse ele, "procuraram privar da vida um pastor que, ao pregar o Evangelho do amor e da paz, estava restaurando a esperança de povos oprimidos e escravizados que ansiavam por verdade e liberdade". Na qualidade de ex-secretário do Papa Wojty?a e, portanto, testemunha direta do atentado, o metropolita emérito de Cracóvia relembrou a corrida para o Hospital Gemelli e a unção dos enfermos dada ao Pontífice gravemente ferido. "Fiquei de vigília com ele depois de uma operação que durou horas e rezei por um milagre para salvar sua vida, porque a Igreja e o mundo precisavam dele", lembrou novamente.
O perdão desde o início
E apesar de seus graves ferimentos, enfatizou o cardeal Dziwisz, João Paulo II não pensou em si mesmo, mas rezou pela Igreja e pelo mundo. "Ele não se importava com quem o havia atingido, desde o início ele dirigiu palavras de perdão ao ¡®seu irmão¡¯, como chamava o agressor que o havia ferido", lembrou o ex-secretário de São João Paulo II. Naquele momento, continuou o cardeal polonês, Karol Wojty?a serviu à Igreja com seu sofrimento, sabendo também que os fiéis rezavam por ele da mesma forma "como a Igreja primitiva rezava constantemente por Pedro que havia sido jogado na prisão". O cardeal Dziwisz também recordou a convicção de João Paulo II de que devia sua salvação a Nossa Senhora, porque 13 de maio é a memória da sua aparição em Fátima. "Foi ela quem (...) frustrou os planos do assassino e daqueles que o haviam enviado. Isso foi e é um sinal para a Igreja".
O Evangelho a um mundo sem paz
Ainda na sua homilia, o metropolita emérito de Cracóvia também destacou a contribuição dos fiéis para a vida e a missão da Igreja moderna, que é proclamar o Evangelho a um mundo sem paz, citando uma passagem da primeira homilia de Leão XIV sobre as pessoas que, em vez da fé, buscam "outras seguranças, como tecnologia, dinheiro, sucesso, poder e prazer". Em um mundo assim, observou o cardeal Dziwisz, a missão da Igreja é ainda mais urgente porque, como disse o Papa, a falta de fé muitas vezes leva ao drama.
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