Parolin: contra as ¡°doen?as espirituais¡± da ³¾¨ª»å¾±²¹, comunicar sem gritar
Lorena Leonardi - Vatican News
Com a voz, com a escrita, com as imagens, ¡°vocês são chamado a contar¡±, mas sem nunca desconsiderar ¡°o valor primário¡± dos outros, usando uma palavra ¡°adequada e nunca gritada¡±, garantindo ¡°confidencialidade, magnanimidade¡± e ¡°discrição¡±. É assim que se trabalha com responsabilidade na comunicação, de acordo com o o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que celebrou a missa na Basílica Vaticana nesta terça-feira, 28 de janeiro, em memória a São Tomás de Aquino, para os participantes da Conferência Internacional de Comunicadores Institucionais Católicos. O evento foi organizado no âmbito do Jubileu da Comunicação que termina nesta quarta-feira (29/01).
Dirigindo-se do Altar da Cátedra aos cerca de 200 bispos, presidentes das Comissões Episcopais para a Comunicação e diretores dos Departamentos de Comunicação das Conferências Episcopais e das famílias religiosas, o cardeal aproveitou as direções do Evangelho do dia - Jesus falando aos escribas e fariseus - para traçar os sintomas de algumas ¡°doenças espirituais¡± desenfreadas e seus respectivos ¡°remédios¡±. ¡°Acredito que a nenhum de nós falta a humilde consciência de reconhecer que nossos corações também podem ser afetados por tais doenças¡±, comentou, referindo-se à hipocrisia mencionada por Jesus na passagem.
A tentação de dominar os outros
Em primeiro lugar, o Evangelho diz: ¡°não seja chamado de rabino: tenha cuidado¡±, advertiu ele, ¡°porque aquele que tem em seu coração o desejo de ter discípulos e, portanto, de ser chamado de mestre, tem em seu coração, talvez até escondido por boas intenções, o desejo de dominar os outros". Em particular, para aqueles que trabalham com o sistema de mídia de massa e até mesmo com a mídia social, esse desejo é ¡°um perigo que não é apenas evidente, mas também sempre iminente¡±, disse Parolin. Quando não aspiramos a ser ¡°discípulos da grande mídia¡±, pode acontecer de usarmos a mídia como uma ¡°autoexposição narcisista¡±, construindo a percepção de nós mesmos como mestres, acrescentou. Bem, a ¡°cura¡± proposta pelo secretário de Estado é lembrar ¡°sempre que há apenas um Mestre, aquele interior que é o Espírito Santo, aquele que nos guiará a toda a verdade".
Somos todos filhos
O Evangelho continua dizendo: ¡°e não chameis a nenhum de vós de Pai na terra¡±. "Todos nós somos filhos¡±, refletiu Parolin sobre isso, "e se pensarmos bem, nossos pais também foram filhos por sua vez". Filho deve ser entendido como ¡°aquele que sabe reconhecer que sua própria origem não está em si mesmo¡±: e, nesse sentido, o que nos torna ¡°filhos¡± é o batismo, que nos imerge ¡°no mistério da morte e ressurreição de Jesus¡±, fazendo-nos passar ¡°da morte para a vida, da vida segundo a natureza para a vida dos filhos de Deus¡±. É à luz dessa filiação que somos todos irmãos e irmãs chamados não apenas para ¡°iluminar uma determinada realidade¡±, não apenas ¡°de maneira verdadeira¡±, mas para valorizar o mistério da paternidade e da filiação, reconhecendo as pessoas como irmãos e irmãs.
Comunidades de trabalho livres e criativas
Por fim, o Evangelho conclui: ¡°não sejais chamados de guias¡±. Um antídoto para essa doença espiritual é o conhecimento de que somente Jesus ¡°é o guia, o pastor que conduz as ovelhas para fora do redil, para a terra da liberdade¡±. Embora as ações realizadas como pastor e guia possam parecer opostas. Primeiro, ele tira as ovelhas do aprisco e as deixa livres para pastar - temendo o risco de dispersão - depois, em aparente contradição, ele as une a outras ovelhas de outros aprisco. Assim como Jesus ¡°derruba todas as cercas para formar um rebanho livre no pasto, também vocês¡±, pediu o secretário de Estado, ¡°abram à liberdade e à criatividade todas as pessoas que trabalham com vocês¡±.
Reconhecer a voz do Pastor nas pastagens da comunicação
Ao contrário, se alguém quer ser reconhecido como líder, perdendo de vista o fato de que somos ¡°todos irmãos porque somos todos filhos do Pai¡±, então experimenta o ¡°medo da novidade¡± e a ¡°patologia de controlar tudo e todos¡±. Por outro lado, considerou Parolin, ¡°muitas vezes, em nossos ambientes, há a afirmação exasperada da defesa de uma competência que se considera própria e exclusiva¡±, enquanto Jesus quer que cada um, ¡°nos pastos da Igreja¡± como naqueles ¡°da comunicação¡±, viva ¡°livre e sem medo de se perder, porque reconhece a voz do Pastor¡±.
Sob a orientação do Espírito Santo
Portanto, ninguém, resumiu o cardeal, ¡°deve se afirmar como rabino, como pai e como guia: deixe que o Espírito Santo guie o ministério e a responsabilidade que vocês são chamados a viver no mundo da comunicação¡±. Daí o convite final a considerar como ¡°competência única e específica¡±, confiada a cada um, a de ¡°fazer crescer e amadurecer na história as comunidades de trabalho na mídia, para que, a partir de suas histórias em palavras e imagens, saibam sempre afirmar o primado do Pai que nos gera dia após dia como filhos¡±.
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