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Cardeal Parolin: F¨¢tima ¨¦ ¡°sinal e an¨²ncio¡± da possibilidade concreta da paz

Secret¨¢rio de Estado do Vaticano apela ¨¤ unidade das ¡°diversidades culturais, sociais e pol¨ªticas¡± dentro das comunidades crist?s, a partir do exemplo da Cova da Iria.

Fátima - ECCLESIA

O cardeal Pietro Parolin sublinhou nesta manhã de sábado, em Fátima, na Missa internacional que encerrou a peregrinação de maio, que a partir da Cova da Iria,  a humanidade pode aprender o valor da unidade, da esperança e da paz, construída a partir da pluralidade, porque Maria nunca está do lado dos ¡°profetas das desventuras¡±.

¡°A história dos crentes, de que Fátima é simultaneamente sinal e anúncio, sempre nos mostra Maria solícita e presente, por graça de Deus, no dia a dia dos fiéis e no seu tempo para que a luz da Páscoa ilumine as inteligências, os corações, as mãos, as obras e os dias, abrindo-os assim ao futuro de Deus, que é sempre um futuro de paz e esperança¡± afirmou o Secretário de Estado do Vaticano aos mais de 200 mil peregrinos presentes este sábado no Recinto de Oração, entre eles 320 doentes que marcaram presença sublinhando o lugar da fragilidade em Fátima.

O presidente da celebração destacou a ¡°maternidade universal¡± da Virgem Maria, que ¡°não conhece os muros das diversidades culturais, sociais, políticas¡±.

¡°Pelo contrário, ensina a dilatar os espaços da Igreja, para que seja a comunidade onde a harmonia das diferenças inutiliza a vontade de domínio e homologação, ao serviço da qual tantas vezes estão injustamente as leis humanas seja por cumplicidade seja por cobardia¡±, acrescentou.

Parolin em Fátima
Parolin em Fátima

A este propósito o cardeal afirmou que a fé cristã rejeita  as visões catastrofistas da história, aportando esperança ao mundo.

¡°A história não é um afastamento progressivo e inexorável de Deus, como poderia levar-nos a crer aquilo que geralmente consideramos sinais da sua ausência: as lágrimas sem resposta, o luto contínuo, os lamentos causados pela infidelidade, a traição e a violência, a fadiga que se sente em viver numa cidade baseada na opressão, a morte que apaga e silencia tudo e todos¡± afirmou o cardeal Parolin. 

A reflexão do cardeal Italiano, número dois da Cúria Romana, destacou a transformação que a Páscoa de Cristo representou, sublinhando que a fé cristã é mais do que ¡°meras fantasias consoladoras, sem frutos reais¡±.

¡°O ressuscitado é precisamente aquele Jesus que foi crucificado; aquele Jesus que sentiu no próprio corpo os efeitos da ausência de Deus, aceite e procurada; aquele Jesus que suspendeu o afastamento de Deus, preenchendo-o com a sua presença e o seu amor levado «escandalosamente» até ao perdão; aquele Jesus que tornou possível buscar e encontrar Deus onde  habitualmente não se procura, ou seja, nos pobres, nos últimos, naqueles que o mundo esquece e descarta. O ressuscitado é aquele Jesus que faz novos o viver e o morrer¡±,  afirmou.

O secretário de Estado do Vaticano convidou, ainda, os peregrinos a superar a lógica da ¡°lei do mais forte¡± e a defender um ¡°planeta saqueado¡±, para ¡°abrir espaço à lei do amor¡±.

¡°Que a luz e os valores da Páscoa de Cristo não nos faltem jamais a nós, a este lugar santo, à Igreja universal e particular, para que a alegria do Evangelho continue a ser anunciada, com zelo e humildade, ao mundo inteiro, a todos os homens e a todas as mulheres que Deus ama¡±, concluiu.

Os peregrinos, durante a oração dos fiéis foram convidados a rezar pela paz em todas as partes do mundo, a começar na Ucrânia, particularmente hoje, dia em que o presidente Vlodymir Zelenski estará em Roma. Mas, também por todas as pessoas ¡°vítimas de qualquer espécie de abusos no seio da Igreja¡±.

"O tempo de escuridão é sempre passageiro¡±

A Palavra ao Doente foi proferida pela irmã Ana Luísa Castro, da Aliança de Santa Maria, que, evocando as palavras do Papa Francisco, apresentou a fé como ¡°chave para descobrir o sentido mais profundo¡± do sofrimento humano.

¡°Contemplar Jesus na cruz e na Eucaristia, (¡­) a partir da dor física e psicológica, da solidão, do sentimento de abandono, do medo, da impotência, da fragilidade ou da morte, (¡­) talvez traga uma perspetiva diferente ao que aconteceu quando Ele se ofereceu por nós na cruz, ou se oferece em cada Eucaristia. Estás lado a lado, com Ele, na Sua Paixão, e o teu sofrimento, aquele que os medicamentos para a dor não conseguem tirar, não será jamais invisível aos olhos de Deus ou inútil nesta História de Salvação¡±, assegurou a religiosa, ao apresentar Nossa Senhora como intercessora dos que sofrem junto de Deus e a fraternidade da comunidade que se reúne em assembleia Eucarística como guia.

Na mensagem dirigida aos doentes que acompanharam a celebração na Colunata ou através da transmissão televisiva, a irmã Ana Luísa Castro destacou a ¡°consciência profunda de que o tempo de escuridão é sempre passageiro¡± e apontou como exemplo afé na ¡°glória da ressurreição¡± expressada pelos santos Pastorinhos, atitude que apontou como caminho ideal perante o sofrimento e a finitude da vida terrena, para se poder ¡°escrever a história¡± no ¡°tempo precioso e único¡± que é dado a viver.

¡°Os Pastorinhos escreveram uma história de graça e misericórdia com o pouco ou muito tempo que tiveram. Mantiveram o olhar fixo em Jesus presente em todos os sacrários da terra, guiados por Nossa Senhora que na Cova da Iria lhes mostrou o Seu Coração como refúgio e caminho. O que era provisório, o sofrimento, os sacrifícios, os cansaços e as angústias passaram, mas o amor com que amaram tanto Jesus e Maria, ou com que se entregaram pelos pobres pecadores e pela Igreja, isso permanece e continua atuante hoje na sua presença e intercessão¡±, concluiu.

Após o momento de Adoração Eucarística, o bispo de Leiria-Fátima, nas palavras finais, agradeceu a presença do cardeal Pietro Parolin, que presidiu à Peregrinação, aos bispos e, por último, aos peregrinos, especialmente aos que chegaram a pé na Cova da Iria.

¡°No seu caminhar, os peregrinos a pé dizem-nos o que deve ser a Igreja: que percorre os caminhos do mundo e das culturas. Maris vos guie sempre nesta vossa peregrinação.¡±

A última palavra foi para as crianças, a quem apontou a fé na ¡°alegria da certeza¡± da presença de Deus e de Nossa Senhora na vida de cada um.

Esta primeira grande peregrinação do ano contou com a presença dos símbolos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude, que durante este mês estarão a percorrer a diocese de Leiria-Fátima.

A Peregrinação Internacional de 13 de maio, marcada pelo grande número de peregrinos a pé, contou com a presença de 151 grupos, vindos de Portugal (82) e de outros 26 países.

Este sábado concelebraram em Fátima 274 padres, 23 bispos e três cardeais.

Peregrinação internacional

Fonte: Ecclesia

 

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13 maio 2023, 15:48