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B¨ºn??o com o Sant¨ªssimo Sacramento nas Primeiras V¨¦speras da Solenidade da M?e de Deus, com o canto do Te Deum, em 31 de dezembro de 2019 B¨ºn??o com o Sant¨ªssimo Sacramento nas Primeiras V¨¦speras da Solenidade da M?e de Deus, com o canto do Te Deum, em 31 de dezembro de 2019 

Igreja-casa, pilar do p?o

O pilar do p?o ¨¦ um dos fundamentos da Igreja como casa. "O Pilar do P?o aqui se refere ¨¤ Eucaristia, a liturgia e a espiritualidade. A fra??o do p?o estava entre os ritos fundamentais da celebra??o na Igreja primitiva", explica padre Gerson Schmidt.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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¡°A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança. (Papa João Paulo II)¡±

¡°A Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis e seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história¡±. A Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, de São João Paulo II, inspira a reflexão do padre Gerson Schmidt* no programa quarta-feira, quando nos fala sobre ¡°Igreja-casa, pilar do Pão¡±. No documento publicado em 2003, o Pontífice polonês observa que embora o Concílio Vaticano II não tenha publicado qualquer documento específico sobre o mistério eucarístico, ¡°todavia ilustra os seus vários aspectos no conjunto dos documentos, especialmente na Constituição Dogmática sobre a Igreja  e na Constituição sobre a sagrada Liturgia ":

"As orientações atuais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), usam essa imagem da Igreja como casa que já exploramos com insistência aqui em nossa abordagem sobre a Constituição Dogmática Lumen Gentium. Segundo as novas diretrizes da CNBB essa casa é construída a partir de quatro pilares, que fazem parte dos fundamentos sólidos e constitutivos da Igreja de Cristo: pilar da Palavra, pilar do Pão, pilar da Caridade e pilar da Missão. Já aprofundamos o pilar da Palavra, também com apontamentos atuais do Papa Francisco.

Aprofundemos agora o pilar do pão, que é um dos fundamentos da Igreja como casa. O Pilar do Pão aqui se refere à Eucaristia, a liturgia e a espiritualidade. A fração do pão estava entre os ritos fundamentais da celebração na Igreja primitiva. Os quatro relatos sobre a instituição da Eucaristia descrevem o gesto de Jesus. Esse rito se tornou prática concreta nas primeiras comunidades. Os Atos dos Apóstolos identificam os cristãos de Jerusalém como ¡°assíduos, perseverantes (...) na fração do pão¡± (At 2,42), recordando uma prática ligada às casas (At 2,46). O documento número 109 das Diretrizes gerais da CNBB dizem assim com precisão: ¡°A liturgia é o coração da comunidade. Ela remete ao mistério e, a partir deste, ao compromisso fraterno e missionário¡± (DGAE, 160). As Diretrizes propõem a valorização do Domingo, dia do Senhor e do encontro com Cristo, de toda a família (DGAE, 161). É necessário promover uma liturgia essencial que possibilite o verdadeiro encontro com Jesus Cristo, evitando-se ações litúrgicas frias ou demasiadamente subjetivistas e emotivas. As celebrações devem ter os pés firmados na realidade da vida das pessoas levando-as a mergulhar no mistério de Deus, possibilitando a comunidade beber da riqueza da Reforma Litúrgica (DGAE, 162). Em tempos de individualismo extremo, em que o eu parece ser o centro de tudo, é preciso dar um salto para uma espiritualidade comunitária. É preciso evitar a separação entre o culto e a misericórdia, liturgia e ética, celebração e serviço aos irmãos (DGAE,163).

São João Paulo II, no ano de 2003 editou a Carta Encíclica , onde reflete sobre a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja, e afirma que: ¡°A eucaristia faz a Igreja, e a Igreja faz a Eucaristia¡±.

O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é ¡°fonte e centro de toda a vida crist㡱. Com efeito, « na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo ». Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor. 

Afirmava assim o Papa João Paulo II: ¡°A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: ¡°Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo¡± (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança¡±[1]. Do mistério pascal nasce a Igreja. Por isso mesmo a Eucaristia, que é o sacramento por excelência do mistério pascal, está colocada no centro da vida eclesial[2]."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] , n.01

[2] Idem, 3. 

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23 fevereiro 2022, 08:06