Tagle: mensageiros da compaix?o nas periferias geogr¨¢ficas e existenciais
Debora Donnini ¨C Vatican News
Todos os batizados são chamados à missão como expressão de gratidão e alegria, que nasce da experiência do amor de Deus. Na apresentação do 95º Dia Mundial das Missões, nesta quinta-feira (21/10), o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Luis Antonio Tagle, retomou a Mensagem do Papa Francisco para a edição 2021 deste encontro. ¡°Não podemos ficar calados sobre o que vimos e ouvimos¡± é o tema desse dia, que envolverá todas as dioceses com numerosas iniciativas, encontros e compromissos.
"O encontro com Deus que tocou o nosso coração e que realizou obras maravilhosas nós não podemos conservá-lo para nós", afirmou o purpurado, exortando a partilhar o amor "que experimentamos" como um dom para os outros. O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos advertiu que se não partilharmos a fé, se a mantivermos num pequeno grupo, torna-se assunto de uma elite e se enfraquece. "Os missionários", observou ele, "são inspirados pelo amor de Deus a sair de si mesmos, de seus medos, para chegar a todas as nações, geográficas e existenciais. Por um motivo fundamental: para a gratidão". ¡°Devemos nos tornar mensageiros da compaixão. Referindo-se à evangelização também em contextos de antiga tradição cristã como a 'Europa, que vivem tempos de "descristianização", o purpurado afirmou que ¡°antes de tudo é preciso rezar, porque a fé é um dom do Espírito Santo. O Evangelho nos ensina a amar, mesmo nos pequenos gestos quotidianos e nas pequenas coisas¡±.
O testemunho de Pauline Jaricot
¡±O Evangelho é transmitido por meio de encontros pessoais¡±, destacou o arcebispo Giampietro Dal Toso, presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos, ressaltando também a importância de implementar caminhos de iniciação cristã. Em seu discurso na Sala de Imprensa da Santa Sé, ele recordou os importantes aniversários ligados ao mundo missionário 2022: os 400 anos da Congregação, os 200 anos da fundação da primeira Obra Missionária, a Obra de Propagação da Fé, e os 100 anos da elevação a Pontifícias de três das quatro de nossas Obras.
¡°Nesse grande contexto celebraremos em Lyon no próximo dia 22 de maio a beatificação de Pauline Jaricot, fundadora da primeira Obra¡±, enfatizou, detendo-se na experiência desta mulher francesa, nascida em 1799 numa família de ricos trabalhadores de seda, que desde jovem teve uma enorme influência na vida da Igreja. ¡°Uma grande missionária¡±, extraordinariamente moderna.
Pauline decidiu ajudar os missionários espiritualmente com a oração e concretamente com as arrecadações: aos 19 anos, em 1818, ela deu vida à arrecadação de fundos para a missão entre os trabalhadores de seu pai, uma verdadeira rede organizada na qual os participantes se encontravam para doar e trocar novidades das missões. Logo o sistema se espalhou pela França e Europa, e depois se institucionalizou com a criação da Obra de Propagação da Fé, fundada oficialmente em 3 de maio de 1822. Ela ainda deu vida ao Rosário vivo, e a outras obras. ¡°A contribuição das Obras, que nasceu dessa intuição¡±, disse Dal Toso, ¡°foi essencial para a história das missões nos séculos XIX e XX, porque envolveram a base dos fiéis católicos e os conscientizaram da missão¡±. Não só no passado, mas também hoje: neste ano, a Obra de Propagação da Fé apoiou com uma contribuição para as despesas, 893 circunscrições eclesiásticas em território de missão e investiu mais de 10 milhões de dólares na formação de catequistas.
As Servas Franciscanas de Maria
Tomando a palavra, irmã Alessandra Dalpozzo, madre geral das Servas Franciscanas de Maria, ilustrou a história desta Congregação que nasceu, em 1744, em Quadalto, Palazzuolo sul Senio, na província de Florença, por três jovens: as irmãs Annamaria e Apollonia Tani e Caterina Benelli. As Servas Franciscanas de Maria unem o espírito de contemplação ao do apostolado: nas paróquias, nas missões populares, na educação, na pastoral juvenil e na assistência aos pobres e enfermos. Hoje, elas estão presentes não só na Itália, mas também na Colômbia e na Indonésia. Administram dois internatos em Timor desde 2010 para dar a cem meninas a oportunidade de frequentar o ensino médio. Elas também cuidam de seu crescimento humano e espiritual no momento crucial da adolescência. Mostrando algumas fotos, a irmã Dalpozzo também falou sobre a construção da capela no local.
Missionários leigos em aumento
Também foram citadas na Sala de Imprensa da Santa Sé algumas estatísticas que a Agência Fides apresenta - extraídas do último "Anuário Estatístico da Igreja" - relativas a 2019 em comparação com o ano anterior. Além do aumento de 17,7% do número de católicos no mundo - crescem em todos os continentes exceto na Europa - o número de missionários leigos no mundo, que chega a mais de 410 mil. O número total de bispos no mundo diminuiu em 13 unidades, chegando a 5.364, enquanto o número total de sacerdotes no mundo aumentou para 414.336. Mais uma vez a Europa marca uma diminuição substancial no número de sacerdotes (-2,608) à qual se somam a América (-690) e a Oceania (-69). Os aumentos são registrados na África (+1.649) e na Ásia (+1.989).
Também foram fornecidos dados sobre o compromisso no campo da instrução e da educação: a Igreja administra 72.667 creches em todo o mundo; 98.925 escolas primárias; 49.552 escolas secundárias. Também acompanha 2.395.540 alunos do ensino médio e 3.833.012 estudantes universitários. Também é importante a presença com os institutos de caridade e assistência administrados no mundo pela Igreja que incluem, para citar apenas alguns dados, 5.245 hospitais com as maiores presenças na África e na América; 14.963 dispensários, principalmente na África e na América, e também leprosários, lares para idosos e pessoas com deficiência, orfanatos e outros.
De acordo com a última variação registrada, as circunscrições eclesiásticas dependentes da Congregação para a Evangelização dos Povos totalizam 1.117. A maioria delas se encontram na África (517) e na Ásia (483). Seguem-se a América (71) e a Oceania (46).
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