Parolin: cinco anos depois, o Acordo de Paris ¨¦ um ¡°desafio de civiliza??o¡±
Alessandro De Carolis/Mariangela Jaguraba ¨C Vatican News
O aquecimento climático e agora a pandemia. Duas questões ¡°globais¡± que nenhum governo do planeta pode fugir ou tratar com inércia, nem - nas palavras do Papa Francisco - pode enfrentá-las pensando em se salvar sozinho. A análise feita pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, sobre o cenário internacional que amadureceu depois dos Acordos de Paris é clara: uma maior sensibilidade geral sobre o tema das mudanças climáticas, perceptível a partir de 2015, é contrabalançada por um crescimento mais ¡°lento¡± da ¡°vontade política¡± de pôr em prática ações de combate.
Agenda para uma mudança
Numa mensagem de vídeo o secretário de Estado dá a sua contribuição à mesa redonda on-line promovida pelas Embaixadas do Reino Unido, França e Itália junto à Santa Sé sobre o tema ¡°Enfrentar a mudança climática: de Paris a Glasgow via Milão¡±. O horizonte de reflexão se desenvolve levando em conta uma série de encontros a partir do de 12 de dezembro de cinco anos atrás - quando o Acordo assinado na capital francesa se tornou realidade: a partir da High Level Virtual Climate Ambition Summit (Cúpula Virtual de Alto Nível sobre Ambição Climática) do próximo sábado - que segundo o cardeal Parolin, o Papa Francisco também ¡°tomará a palavra¡± - mas com um olhar para a COP26, a cúpula climática em Glasgow prevista para novembro de 2021, precedida pela etapa intermediária em Milão, em setembro.
A política ¡°lenta¡±
¡°Na Cop-26 não pode faltar a oportunidade de manifestar este momento de mudança e de tomar decisões concretas e inadiáveis¡±, é o convite dirigido aos líderes políticos pelo Secretário de Estado, que havia citado anteriormente os valores da Laudato si' e, em particular, o desejo do Papa, depois do Acordo de Paris, para que o mesmo fosse implementado de forma solidária, com ¡°particular atenção às populações mais vulneráveis¡±. Na realidade, disse o cardeal, diante de um aumento da consciência da sociedade civil sobre ¡°a complexidade do fenômeno das mudanças climáticas e seus impactos¡±, os ¡°compromissos atuais assumidos pelos Estados¡± neste âmbito ¡°estão muito longe daqueles realmente necessários¡± para alcançar os objetivos estabelecidos pelo acordo de Paris. Portanto, o objetivo de fortalecer a vontade política ¡°é um dos motivos pelos quais estamos aqui¡±, ressaltou o purpurado.
Três conceitos para o bem comum
Para o cardeal Parolin é necessário ¡°elaborar um novo modelo cultural baseado na cultura do cuidado¡±, entendido como ¡°cuidar dos outros, cuidar do meio ambiente, no lugar da cultura da indiferença, da degradação e do descarte: descarte de si, dos outros e do meio ambiente¡±. Um modelo que ¡°deve se apoiar em três conceitos: consciência, sabedoria e vontade¡±. A consciência se baseia na ¡°pesquisa¡± das ciências físicas e humanas ¡°capaz de fazer dialogar os vários tipos de saber em nível interdisciplinar¡±. A sabedoria é aquela fundada nos ¡°princípios éticos a longo prazo e construtivos¡±, com a Igreja na vanguarda ao propor os ensinamentos da doutrina social. Por fim, a vontade, que traduz a ação política na busca do bem comum.
¡°Mudança de olhar¡±
O secretário de Estado enfatizou o que o Papa Francisco irá tratar na Cúpula de 12 de dezembro: a ¡°aliança entre o ser humano e o ambiente¡±, que respeita as pessoas ¡°mais frágeis¡±, e em segundo lugar, a identificação de ¡°soluções políticas ou técnicas¡± que favoreçam um ¡°processo educativo¡± capaz de promover ¡°especialmente entre os jovens, novos estilos de vida e uma nova ¡°humanidade¡±, favorecendo uma mudança de ¡°olhar¡±. A COP26 que se realizará em novembro de 2021, ¡°será um momento central para medir e estimular a vontade coletiva e o nível de ambição de cada Estado¡±, concluiu o cardeal.
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