Briefing S¨ªnodo: a Amaz?nia ¨¦ terra de migra??o e de f¨¦
Amedeo Lomonaco ¨C Cidade do Vaticano
As comunidades da Amazônia e os representantes dos povos indígenas veem no compromisso da Igreja e no Sínodo ¡°um sinal de esperança¡±, ¡°um momento de luz¡±. Foi o que disse durante o briefing realizado na Sala de Imprensa da Santa Sé, nesta terça-feira (15/10), dom Eugenio Coter, vigário apostólico de Pando, na Bolívia.
¡°A assembleia sinodal é um caminhar juntos¡±, disse ele. ¡°Fazemos parte de uma Igreja maior e podemos enfrentar os desafios com a força da comunhão.¡± Sobre a questão do ¡°viri probati¡±, ou seja, sobre a proposta de ordenação sacerdotal de homens adultos casados, dom Coter disse que na Sala do Sínodo ¡°continua-se falando todos os dias sobre o tema da sacramentalidade¡±. ¡°Devemos nos perguntar como podemos ajudar a refletir e dar respostas concretas às necessidades dessas comunidades.¡± ¡°Estamos nos perguntando como formar as pessoas para que possam alcançar as comunidades mais distantes.¡±
Migração
Dentre os vários desafios que a Igreja enfrenta na região Pan-amazônica, se encontram também os desafios relacionados à questão da migração. Nos últimos anos, a Amazônia foi afetada por vários e relevantes fluxos migratórios. O pe. Sidney Dornelas, diretor do Centro de Estudos Migratórios Latino-americanos, lembrou que muitos imigrantes do Haiti chegaram a essa região após o terrível terremoto que abalou o país. Desde 2017, milhares e milhares de migrantes também vieram da Venezuela. São grandes fluxos de pessoas que atravessam a Amazônia, mas também há muitos que permanecem na região. A Igreja, explicou o padre Sidney Dornelas, deve trabalhar em rede, também com as instituições, para responder às necessidades dos migrantes. Ele preciso ter uma atenção e preparação específicas, acrescentou, em relação a pessoas que vêm de outros países e muitas vezes de contextos que não são pan-amazônicos.
Uma Igreja de rosto amazônico
A Igreja na Amazônia é uma Igreja em que povos, culturas e compromisso missionário estão entrelaçados. Dom Rafael Alfonso Escudero López-Brea, bispo de Moyobamba, no Peru, expressou uma esperança: ¡°A Igreja¡±, disse ele, ¡°tenha logo um rosto amazônico com bispos, sacerdotes e religiosos amazônicos. Depois de todos os passos dados no trabalho de evangelização com missionários da Europa e do Ocidente, é preciso promover também a formação de um clero autóctone¡±.
O papel das mulheres
O compromisso das mulheres nas comunidades da América Latina e da Amazônia estiveram no centro do discurso de Marcia María de Oliveira, estudiosa das culturas amazônicas e especialista em História da Igreja na Amazônia. ¡°A presença de mulheres¡± enfatizou, ¡°é preciosa¡±. ¡°As mulheres podem ensinar muito sobre ecologia integral a propósito de participação comunitária, através do trabalho e do cuidado das crianças. Em algumas comunidades, as mulheres são líderes religiosas, se dedicam aos cuidados e à saúde de suas comunidades¡±. ¡°O seu compromisso¡±, sublinhou Marcia María de Oliveira, ¡°deve ser reconhecido e valorizado¡±.
Rito litúrgico na Amazônia
Dentre os aspectos abordados pelo Sínodo, há também questões relacionadas à liturgia. ¡°Não se pede um rito litúrgico diferente¡±, disse dom Rafael Alfonso Escudero López-Brea. ¡°A Igreja¡±, lembrou, ¡°recebeu do Senhor e dos Apóstolos o ensinamento essencial que, posteriormente, desenvolveu-se com ritos complementares¡±. ¡°Durante os trabalhos sinodais¡±, disse o prelado, ¡°falou-se da possibilidade de introduzir na celebração símbolos ou ritos que não tenham um impacto sobre o essencial. Trata-se de entender as especificidades de cada povo ou grupo¡±. ¡°Na liturgia latina¡±, por exemplo, lembrou dom Eugenio Coter, ¡°usa-se o incenso como sinal da presença de Deus. Na cultura de alguns grupos indígenas, o incenso expressa o subir ao céu. É usado na oração dos fiéis para indicar que as orações sobem ao Pai¡±. ¡°Por isso¡±, concluiu o prelado, ¡°entre as propostas que surgiram durante os trabalhos sinodais está a de criar comissões que trabalhem no método para dar um rosto amazônico também à liturgia¡±.
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