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Migrantes venezuelanos aguardando atravessar a fronteira com a Col?mbia Migrantes venezuelanos aguardando atravessar a fronteira com a Col?mbia 

Venezuela. Carriquiry: evitar banho de sangue

O secret¨¢rio-vice-presidente da Pontif¨ªcia Comiss?o para a Am¨¦rica latina (CAL). Guzm¨¢n M. Carriquiry Lecour, comenta a situa??o atual da Venezuela e faz votos de que a mesma desemboque "num processo de transi??o" por um governo de unidade nacional que tenha credibilidade e consenso popular

Cidade do Vaticano

¡°A questão fundamental é evitar um banho de sangue. Qualquer repressão violenta das manifestações populares ou tentativas de intervenção militar estrangeira seria a pior das ¡®soluções¡¯ possíveis.¡±

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É o que escreve o secretário-vice-presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), Guzmán M. Carriquiry Lecour, comentando a situação atual vivida pela Venezuela.

Palavras do Papa Francisco

Recordando, em primeiro lugar, os pronunciamentos do Papa Francisco a respeito, Carriquiry reitera que o Pontífice ¡°não ficou certamente em silêncio¡±: basta pensar nas palavras pronunciadas no Panamá, durante o Angelus por ocasião da 34ª Jornada Mundial da Juventude, bem como tanto no que disse aos jornalistas durante a coletiva de imprensa no voo de retorno do próprio Panamá, em 27 de janeiro, quanto no retorno dos Emirados Árabes, em 5 de fevereiro. Em todas essas ocasiões, o Papa chamou a atenção para a importância de uma solução justa e pacífica, o respeito pelos direitos humanos e a rejeição à violência.

Igreja disposta a mediar, se houver as condições

¡°É óbvio ¨C ressalta o secretário-vice-presidente da CAL ¨C que a Igreja, baseada na missão que lhe é própria, está disposta a facilitar o diálogo ou a negociação, inclusive uma mediação, se as condições a tornam aceitável, realista e aberta a resultados positivos.¡±

E ¡°ainda mais¡± diante de ¡°uma situação de extrema polarização, com o risco iminente que deflagre em violências e repressões fora de controle e com as terríveis consequências de um banho de sangue¡±, continua.

Além disso, Carriquiry reitera que esta disponibilidade da Igreja ¡°permanece sempre aberta¡±, embora por parte da própria Igreja se levantem dúvidas sobre a credibilidade do pedido de mediação.

Abrir canais humanitários para a população

¡°Uma hipótese que não se pode deixar de levar em consideração ¨C explica o representante da CAL ¨C é que ¡°o pedido de uma mediação¡± chegue de ¡°um regime que se sente isolado dentro e fora, com a finalidade de ganhar tempo, mas que não é movido pelo sincero propósito de ajudar o país a sair¡± da crise.

Por isso, como afirmou o Papa, ¡°é preciso o consenso de ambas as partes¡±. E tal consenso implica também ¡°a abertura de canais humanitários para ir ao encontro das necessidades da população e aliviar seus sofrimentos; a convocação, em termos próximos e realistas, de eleições livres e transparentes; o reconhecimento da Assembleia nacional, controlada pela oposição; a libertação de prisioneiros políticos e o fim de violências e repressões¡±.

É preciso solidariedade de toda a América Latina

Em seguida, Carriquiry evoca ¡°a solidariedade que o povo venezuelano merece por parte dos povos irmãos da América Latina¡± e faz votos de ¡°um maior diálogo¡± entre ¡°o grupo do Rio¡±, ou seja, os países latino-americanos que reconheceram Guaidò como presidente, e ¡°o grupo internacional de contato¡±, reunido em Montevidéu, convocado pela União Europeia, com a participação dos governos do Uruguai, México, Costa Rica e Bolívia.

Ao mesmo tempo, o secretário-vice-presidente da CAL recorda as palavras do arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, cardeal Baltazar Porras, o qual ressalta a unidade de intentos entre episcopado venezuelano e Vaticano e evoca a responsabilidade e a obrigação, para bispos e clero local, de estar do lado da população.

Abrir caminhos de esperança, paz e reconstrução

Os votos conclusivos de Carriquiry é de que a situação atual da Venezuela desemboque ¡°num processo de transição¡± por ¡°um governo de unidade nacional que tenha a credibilidade e o consenso popular para abrir caminhos de esperança, paz e reconstrução no país¡±, sem esquecer ¡°as dificuldades sofridas durante décadas por vastos setores da população que continuam sofrendo por causa da marginalização e condições de vida indignas¡±.

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11 fevereiro 2019, 14:52