Papa nos 5 anos da explos?o em Beirute: diante da escurid?o, a luz da f¨¦ em Deus
Andressa Collet - Vatican News
Todo 4 agosto, desde 2020, tem se tornado um dia de homenagens e pedido de justiça pelas mais de 200 pessoas que morreram e cerca de 6.500 que ficaram feridas por causa da explosão que partiu de um armazém no porto da cidade de Beirute, no Líbano. Inclusive o Papa Leão XIV recordou a data ao enviar uma mensagem às famílias e amigos das vítimas daquela tragédia, uma das maiores não nucleares da história, que há 5 anos esperam pelos resultados da investigação judicial para julgar os responsáveis. O desastre também fez com que 300 mil pessoas perdessem as suas casas.
A mensagem de esperança do Papa
O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, assinou a mensagem enviada pelo Pontífice por ocasião do aniversário de 5 anos da "trágica explosão" no porto de Beirute. O texto em francês foi lido neste domingo (03/08) pelo núncio apostólico no Líbano, dom Paolo Borgia, durante uma vigília de oração, com apresentação de vários testemunhos e quando também foram abençoadas 253 oliveiras em nome das vítimas. O Papa assegurou aos presentes no local e a todos os libaneses "proximidade espiritual e comunhão em oração", convidando a meditar sobre a atitude e as palavras de Cristo diante da morte do amigo Lázaro.
Jesus chorou "e suas lágrimas se unem às nossas diante da perda e do sofrimento de nossos entes queridos. Assim, Cristo está próximo de cada um de vocês", disse o Papa. Jesus também "rezou ao Pai, fonte da vida, e para nos dar um sinal, ordenou a Lázaro que saísse do túmulo. E foi isso que aconteceu. A esperança cristã encontra aqui a certeza de que Cristo é o Deus da vida e que a morte não tem e nunca terá a última palavra: Jesus é nosso Salvador", enalteceu ainda o Pontífice, ao acrescentar:
Através da mensagem, o Papa ainda convidou os fiéis libaneses e as famílias das vítimas "a olhar também para o céu, pois é lá que se encontra Deus, nosso Pai!". Ao expressar o carinho do Pontífice e de toda a Igreja, Leão XIV também disse rezar "ao Pai misericordioso para que acolha, junto a Ele, em sua casa de descanso, luz e paz, todos aqueles que perderam a vida nesta explosão", além de reiterar "compaixão a todos aqueles que têm o coração ferido e sofrem pela perda de seus entes queridos, bem como àqueles que foram feridos ou perderam tudo em consequência desta catástrofe". O amado e sofredor Líbano permanece no centro das orações do Papa, que concedeu a bênção apostólica e também aproveitou a oportunidade para agradecer bispos, padres e religiosos que estão próximos e apoiam o povo, "ajudando-o a manter o olhar voltado para o céu e a caminhar na terra com esperança, especialmente nas provações".
Em busca de verdade e justiça
Além da vigília de oração, neste domingo (03/08) também foi inaugurada a Rua das Vítimas do 4 de agosto em memória aos afetados pela explosão de 2020. Segundo a agência de notícias Lusa, o primeiro-ministro do Líbano, Nawaf Salam, que participou do evento, defendeu que "revelar a verdade e julgar os responsáveis não é uma exigência pessoal, mas uma causa nacional", já que a investigação judicial enfrentou diversas obstruções políticas. O armazém, que explodiu no porto devastando o coração de Beirute, tinha toneladas de nitrato de amônio mal armazenadas.
O próprio Papa Francisco, em encontro emocionante em 26 de agosto do ano passado com vítimas da tragédia no Vaticano, disse rezar pelas famílias e se unir às suas lágrimas e também ao pedido "de verdade e justiça, que não chegou: verdade e justiça¡±, prosseguiu o Pontífice naquela audiência, reconhecendo que a questão é complicada e espinhosa, já que pesam sobre ela poderes e interesses conflituosos. ¡°Mas a verdade e a justiça devem prevalecer sobre tudo¡±, acrescentou: ¡°o povo libanês, e vocês por primeiro, têm direito a palavras e fatos que demonstrem responsabilidade e transparência¡±.
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