Papa Le?o XIV a crist?os na ³§³Ü¨¦³¦¾±²¹: enfrentar a divis?o com coragem
Andressa Collet - Vatican News
A capital da Suécia está sediando até domingo (24/08) a Semana Ecumênica em comemoração aos 100 anos da histórica Conferência de Estocolmo de 1925, bem como - assim recorda o Papa Leão XIV em mensagem - o aniversário de 1700 anos do Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia, "um evento profundo na história do cristianismo". No ano de 325, "ao afirmar a divindade de Jesus Cristo", bispos do mundo inteiro reunidos em Niceia (atual Iznik, na Turquia), "formularam nossas declarações de fé de que ele é 'Deus verdadeiro de Deus verdadeiro' e 'consubstancial (homoousios) com o Pai'". Dessa forma, afirma o Pontífice, eles articularam a fé que continua a unir os cristãos:
"Esse Concílio foi um sinal corajoso de unidade em meio às diferenças ¨C um primeiro testemunho da convicção de que nossa confissão comum pode superar as divisões e promover a comunhão."
O ecumenismo na Estocolmo de 1925
A mensagem de Leão XIV foi lida nesta sexta-feira (22/08) por dom Flavio Pace, secretário do Dicastériao para a promoção da Unidade dos Cristãos aos participantes da , onde 100 anos atrás um pioneiro do movimento ecumênico - o arcebispo luterano Nathan Söderblom (1866-1931) - havia convocado a Conferência de 1925. Na oportunidade, o encontro reuniu cerca de 600 líderes ortodoxos, anglicanos e protestantes, focados na união dos cristãos para uma ação prática e social.
O Pontífice afirmou em mensagem, que a convicção de Söderblom, teólogo que inclusive recebeu o Nobel da Paz de 1930 por sua dedicação em prol do ecumenismo e da paz universal, "era que 'o serviço une'". Por isso, exortou os "irmãos cristãos a não esperarem por um consenso sobre todos os pontos da teologia, mas a se unirem no 'cristianismo prático' ¨C para servir juntos ao mundo na busca pela paz, justiça e dignidade humana". E Leão XIV continuou:
A unidade a partir do Concílio Vaticano II
De fato, disse o Papa em mensagem, o , o decreto do Concílio sobre o ecumenismo, "nos chamou ao diálogo em humilde e amorosa fraternidade, fundamentada em nosso batismo comum e em nossa missão compartilhada no mundo". A unidade que Cristo deseja para sua Igreja, continuou Leão XIV, "deve ser visível" e "cresce através do diálogo teológico, do culto comum, quando possível, e do testemunho compartilhado diante do sofrimento da humanidade". Tanto que, o tema escolhido para a Semana Ecumênica de Estocolmo, ¡°Tempo para a paz de Deus¡±, acrescentou o Papa na mensagem, não poderia ser mais oportuno em meio a um mundo que "carrega as profundas cicatrizes do conflito, da desigualdade, da degradação ambiental e de um crescente sentimento de desconexão espiritual":
"No entanto, em meio a esses desafios, lembramos que a paz não é apenas uma conquista humana, mas um sinal da presença do Senhor entre nós. Isso é tanto uma promessa quanto uma tarefa, pois os seguidores de Cristo são chamados a se tornarem artesãos da reconciliação: a enfrentar a divisão com coragem, a indiferença com compaixão e a levar cura onde houve ferida."
O despertar de uma nova esperança pela unidade
A missão em busca da unidade, aprofundou ainda o Papa na mensagem, se fortaleceu inclusive por meio de marcos ecumênicos recentes. Leão XIV citou a primeira visita de um Pontífice à Suécia em 1989, com o Papa João Paulo II sendo recebido na Catedral de Uppsala pelo arcebispo Bertil Werkström, Primaz da Igreja local: "esse momento marcou um novo capítulo nas relações entre católicos e luteranos". Já em 2016, o Papa Francisco se uniu aos líderes luteranos "na oração e no arrependimento comuns" durante as comemorações da Reforma em Lund, em 2016: "lá, afirmamos nosso caminho partilhado 'do conflito à comunhão'¡±.
Agora, em 2025, Leão XIV compartilhou em mensagem a felicidade de uma delegação do Vaticano participar da Semana Ecumênica para dialogar e celebrar juntos, "como um sinal do compromisso da Igreja Católica de continuar o caminho de oração e trabalho conjunto, sempre que possível, pela paz, justiça e o bem de todos". O desejo final do Papa foi que o Espírito Santo, que inspirou o Concílio de Niceia, aprofunde a comunhão durante as comemorações dos 100 anos da histórica Conferência de Estocolmo de 1925 e "desperte uma nova esperança pela unidade que o Senhor tanto deseja entre seus seguidores".
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