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Papa Le?o XIV Papa Le?o XIV  (ANSA)

Papa Le?o XIV: somos chamados a criar novos sinais de esperan?a

"Tu ¨¦s a minha esperan?a" ¨¦ o tema da mensagem do Papa Le?o XIV para o 9¡ã Dia Mundial dos Pobres que ser¨¢ celebrado em 16 de novembro pr¨®ximo. "Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, s?o um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperan?a", escreve o Santo Padre no texto, divulgado nesta sexta-feira.

Vatican News

Foi divulgada, nesta sexta-feira (13/06), a que será celebrado em 16 de novembro próximo, 33° Domingo do Tempo Comum.

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O tema do 9° Dia Mundial dos Pobres deste ano é "Tu és a minha esperança", extraído do Salmo 71. "No meio das provações da vida, a esperança é animada pela firme e encorajadora certeza do amor de Deus, derramado nos corações pelo Espírito Santo. Por isso, ela não decepciona. O Deus vivo é, verdadeiramente, o «Deus da esperança», que em Cristo, pela sua morte e ressurreição, se tornou a «nossa esperança». Não podemos esquecer que fomos salvos nesta esperança, na qual precisamos permanecer enraizados", escreve o Papa.

Pobre, testemunha de uma esperança forte e confiável

Segundo Leão XIV, "o pobre pode tornar-se testemunha de uma esperança forte e confiável, precisamente porque professada numa condição de vida precária, feita de privações, fragilidade e marginalização. Ele não conta com as seguranças do poder e do ter; pelo contrário, sofre-as e, muitas vezes, é vítima delas. A sua esperança só pode repousar noutro lugar. Reconhecendo que Deus é a nossa primeira e única esperança, também nós fazemos a passagem entre as esperanças que passam e a esperança que permanece. As riquezas são relativizadas perante o desejo de ter Deus como companheiro de caminho porque se descobre o verdadeiro tesouro de que realmente precisamos".

"A pobreza mais grave é não conhecer a Deus", recorda o Papa, "embora importantes, todos os bens desta terra, as realidades materiais, os prazeres do mundo ou o bem-estar econômico não são suficientes para fazer o coração feliz".

¡°Frequentemente, as riquezas iludem e conduzem a situações dramáticas de pobreza, sendo a primeira dessas ilusões pensar que não precisamos de Deus e conduzir a nossa vida independentemente d¡¯Ele.¡±

A seguir, lembra as palavras de Santo Agostinho: «Seja Deus todo motivo de presumires. Sente necessidade d¡¯Ele para que Ele te cumule. Tudo o que possuíres fora d¡¯Ele é imensamente vazio».

A esperança nasce da fé

"A esperança cristã, à qual a Palavra de Deus remete, é certeza no caminho da vida, porque não depende da força humana, mas da promessa de Deus, que é sempre fiel. Por isso, desde os primórdios, os cristãos quiseram identificar a esperança com o símbolo da âncora, que oferece estabilidade e segurança. A esperança cristã é como uma âncora, que fixa o nosso coração na promessa do Senhor Jesus, que nos salvou com a sua morte e ressurreição e que retornará novamente no meio de nós", escreve ainda Leão XIV, sublinhando que a "esperança nasce da fé, que a alimenta e sustenta, sobre o fundamento da caridade, que é a mãe de todas as virtudes. Precisamos de caridade hoje, agora. Não é uma promessa, mas uma realidade para a qual olhamos com alegria e responsabilidade: envolve-nos, orientando as nossas decisões para o bem comum. Em vez disso, quem carece de caridade não só carece de fé e esperança, mas tira a esperança ao seu próximo".

O Papa recorda que a caridade é «o maior mandamento social». "

¡°A pobreza tem causas estruturais que devem ser enfrentadas e eliminadas. À medida que isso acontece, todos somos chamados a criar novos sinais de esperança que testemunhem a caridade cristã, como fizeram, em todas as épocas, muitos santos e santas.¡±

"Os hospitais e as escolas, por exemplo, são instituições criadas para expressar o acolhimento aos mais fracos e marginalizados. Eles deveriam fazer parte das políticas públicas de todos os países, mas as guerras e as desigualdades frequentemente ainda o impedem. Hoje, cada vez mais, as casas-família, as comunidades para menores, os centros de acolhimento e escuta, as refeições para os pobres, os dormitórios e as escolas populares tornam-se sinais de esperança: são tantos sinais, muitas vezes ocultos, aos quais talvez não prestemos atenção, mas que são muito importantes para se desvencilhar da indiferença e provocar o empenho nas diversas formas de voluntariado", ressalta.

Os pobres não são um passatempo para a Igreja

De acordo com o Pontífice, "os pobres não são um passatempo para a Igreja, mas sim os irmãos e irmãs mais amados, porque cada um deles, com a sua existência e também com as palavras e a sabedoria que trazem consigo, levam-nos a tocar com as mãos a verdade do Evangelho. Por isso, o Dia Mundial dos Pobres pretende recordar às nossas comunidades que os pobres estão no centro de toda a ação pastoral. Não só na sua dimensão caritativa, mas igualmente naquilo que a Igreja celebra e anuncia. Através das suas vozes, das suas histórias, dos seus rostos, Deus assumiu a sua pobreza para nos tornar ricos. Todas as formas de pobreza, sem excluir nenhuma, são um apelo a viver concretamente o Evangelho e a oferecer sinais eficazes de esperança".

Leão XIV recorda que "este é o convite que emerge da celebração do Jubileu".

¡°Não é por acaso que o Dia Mundial dos Pobres seja celebrado no final deste ano de graça. Quando a Porta Santa for fechada, deveremos conservar e transmitir os dons divinos que foram derramados nas nossas mãos ao longo de um ano inteiro de oração, conversão e testemunho.¡±

"Os pobres não são objetos da nossa pastoral, mas sujeitos criativos que nos estimulam a encontrar sempre novas formas de viver o Evangelho hoje. Diante da sucessão de novas ondas de empobrecimento, corre-se o risco de se habituar e resignar-se. Todos os dias, encontramos pessoas pobres ou empobrecidas e, às vezes, pode acontecer que sejamos nós mesmos a possuir menos, a perder o que antes nos parecia seguro: uma casa, comida suficiente para o dia, acesso a cuidados de saúde, um bom nível de educação e informação, liberdade religiosa e de expressão", sublinha o Papa no texto.

Combate às antigas e novas formas de pobreza

"Promovendo o bem comum, a nossa responsabilidade social tem o seu fundamento no gesto criador de Deus, que dá a todos os bens da terra: assim como estes, também os frutos do trabalho do homem devem ser igualmente acessíveis. Com efeito, ajudar os pobres é uma questão de justiça, muito antes de ser uma questão de caridade", recorda o Santo Padre, detendo-se nas palavras de Santo Agostinho: «Damos pão a quem tem fome, mas seria muito melhor que ninguém passasse fome e não precisássemos ser generosos para com ninguém. Damos roupas a quem está nu, mas Deus queira que todos estejam vestidos e que ninguém passe necessidades sobre isto».

O Papa deseja que "este Ano Jubilar possa incentivar o desenvolvimento de políticas de combate às antigas e novas formas de pobreza, além de novas iniciativas de apoio e ajuda aos mais pobres entre os pobres. Trabalho, educação, habitação e saúde são condições para uma segurança que jamais se alcançará com as armas", conclui o Pontífice, congratulando-se com as iniciativas já existentes e com o compromisso manifestado diariamente no mundo "por um grande número de homens e mulheres de boa vontade".

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13 junho 2025, 12:35