ÐÓMAPµ¼º½

Mártires dos nazistas ou da Guerra Civil Espanhola, a Igreja terá 175 novos beatos e quatro novos veneráveis Mártires dos nazistas ou da Guerra Civil Espanhola, a Igreja terá 175 novos beatos e quatro novos veneráveis 

A Igreja terá 175 novos beatos e quatro novos veneráveis

O Papa autorizou o Dicastério das Causas dos Santos a promulgar os Decretos relativos a 124 ³¾Ã¡°ù³Ù¾±°ù±ð²õ mortos por ódio à fé durante a Guerra Civil Espanhola e 50 pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, além de um sacerdote que se tornará beato pelo reconhecimento do milagre. Também foram promulgados os Decretos relativos a quatro novos veneráveis, dentre eles o brasileiro João Luiz Pozzobon, diácono permanente e pai de família.

Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta sexta-feira (20/06), no Vaticano, o prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, ao qual autorizou a promulgação dos decretos relativos a 175 novos beatos e quatro novos veneráveis.

Os futuros beatos

Dos próximos beatos, um se tornará beato pelo reconhecimento do milagre: trata-se do venerável Servo de Deus, Salvador Valera Parra, sacerdote diocesano, arcipreste e pároco de Huércal-Overa, nascido em 27 de fevereiro de 1816, em Huércal-Overa, na Espanha, e falecido em 15 de março de 1889.

Os outros 174 serão elevados às honras dos altares pelo reconhecimento do martírio: 124 foram mortos por ódio à fé durante a Guerra Civil Espanhola e 50 pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Trata-se do martírio dos Servos de Deus Manuel Izquierdo Izquierdo, sacerdote diocesano, e 58 Companheiros da Diocese de Jaén, na Espanha, assassinados entre 1936 e 1938, por ódio à fé, em diferentes lugares da Espanha, no contexto da mesma perseguição; do martírio dos Servos de Deus Antonio Montañés Chiquero, sacerdote diocesano, e 64 companheiros da Diocese de Jaén, na Espanha, mortos entre 1936 e 1937, por ódio à fé, em diferentes lugares da Espanha, no contexto da mesma perseguição; e do martírio dos Servos de Deus Raimond Cayré, sacerdote diocesano, Gerard Martin Cendrier, religioso professo da Ordem dos Frades Menores, Roger Vallée, seminarista, Jean Mestre, fiel leigo, e 46 companheiros, mortos entre 1944 e 1945 por ódio à fé, em diferentes lugares, no contexto da mesma perseguição.

Os novos veneráveis

Os Decretos relativos aos veneráveis ​​dizem respeito às virtudes heroicas do Servo de Deus Raffaele Mennella, clérigo professo da Congregação dos Missionários dos Sagrados Corações, nascido em 22 de junho de 1877 em Torre del Greco, na Itália, e ali falecido em 15 de setembro de 1898; às virtudes heroicas do Servo de Deus João Luiz Pozzobon, diácono permanente e pai de família, nascido em 12 de dezembro de 1904 no distrito de Cachoeira, no Estado brasileiro do Rio Grande do Sul, e falecido em Santa Maria, em 27 de junho de 1985; às virtudes heroicas da Serva de Deus Teresa Tambelli (nascida Maria Olga), religiosa professa das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, nascida em 17 de janeiro de 1884 em Revere, na Itália, e falecida em 23 de fevereiro de 1964 em Cagliari (Itália); e às virtudes heroicas da Serva de Deus Anna Fulgida Bartolacelli, fiel leiga, da Associação das Operárias Silenciosas da Cruz, nascida em 24 de fevereiro de 1928 em Rocca Santa Maria, na Itália, e falecida em 27 de julho de 1993 em Formigine (Itália).

Sobre o novo venerável João Luiz Pozzobon nós conversamos com o superior geral dos Padres de Schoenstatt, pe. Alexandre Awi Mello.

Ouça e compartilhe

Salvador Valera Parra, um sacerdote corajoso ao lado dos pobres e doentes

O venerável servo de Deus Salvador Valera Parra nasceu em 27 de fevereiro de 1816 em Huércal-Overa, perto de Almeria, Espanha. Em 1830, ingressou no seminário de São Fulgêncio, em Múrcia, e, ao concluir seus estudos, em 4 de abril de 1840, foi ordenado sacerdote na cidade de Alicante e enviado à sua cidade natal, onde serviu como assistente paroquial e, posteriormente, como pároco por muitos anos. Por seu trabalho de caridade em prol dos mais necessitados, foi condecorado como Cavaleiro da Real Ordem de Isabel, a Católica, e com a Ordem Civil de Carlos III. Em 1864, foi nomeado pároco de Santa María de la Gracia, a maior paróquia de Cartagena. No ano seguinte, ao eclodir uma epidemia de cólera, o Servo de Deus corajosamente assistiu os moribundos. Em 1868, seu pedido de retorno à sua cidade natal foi atendido, onde serviu como pastor até o fim da vida, dedicando-se particularmente aos pobres e doentes e promovendo um Lar para Idosos Abandonados. Faleceu em 15 de março de 1889.

Cura milagrosa

Para sua beatificação, a postulação apresentou ao Dicastério a cura milagrosa, atribuída à sua intercessão, de uma criança nascida em 14 de janeiro de 2007 no Memorial Hospital em Rhode Island (EUA). Na noite daquele dia, após amniorrexe, a mãe foi internada no Memorial Hospital em Pawtucket e, como a frequência cardíaca fetal não correspondia aos parâmetros clínicos esperados, o parto foi induzido artificialmente. Os médicos decidiram realizar uma cesariana após o diagnóstico de corioamnionite com o feto com falta de oxigênio. O recém-nascido nasceu prematuro com sintomas de apneia secundária, cianótico, sem respirar, com frequência cardíaca baixa e, uma hora após o nascimento, não apresentava sinais de melhora, a ponto de os médicos não perceberem nenhum batimento cardíaco. O médico assistente, naquele momento de extrema urgência, invocou o Servo de Deus Salvador Valera Parra, seu conterrâneo, a quem nutria sincera devoção e, com uma prece espontânea, pediu sua intercessão pela salvação do pequeno. Pouco tempo depois, o recém-nascido, sem nenhuma intervenção externa, recuperou os batimentos cardíacos e começou a se reanimar. No dia seguinte, foi transferido para a unidade de terapia intensiva neonatal do Hospital da Mulher e do Bebê, onde permaneceu por 15 dias com o diagnóstico de encefalopatia hipóxico-isquêmica, a ponto de os médicos terem certeza de que ele sofreria sérios danos do ponto de vista do desenvolvimento, como paralisia cerebral ou retardo mental. Em vez disso, apesar dos sintomas clínicos, o pequeno demonstrou atividade espontânea. Em 19 de janeiro, iniciou-se uma melhora progressiva do quadro neurológico e comportamental. Em 1º de março de 2007, recebeu alta da terapia intensiva neonatal e foi transferido para o Hospital Infantil Hasbro devido a uma colectomia descendente para estreitamento do cólon sigmoide devido a enterocolite necrosante estágio II. Em 3 de abril, o bebê recebeu alta e exames subsequentes mostraram um desenvolvimento psicomotor que o levaria a falar aos 18 meses e a andar aos 2 anos. O pequeno Tyquan continuou crescendo como uma criança normal, levando uma vida normal e praticando esportes.

Izquierdo Izquierdo e 58 companheiros martirizados durante a Guerra Civil Espanhola

Os Servos de Deus da diocese andaluza de Jaén foram mortos em diferentes lugares e em diferentes momentos durante a Guerra Civil Espanhola, que começou em julho de 1936, e teve aspectos de cruel perseguição anticatólica e também afetou gravemente Jaén. A causa em exame diz respeito ao martírio do padre diocesano Manuel Izquierdo Izquierdo e 58 companheiros, agrupados em referência ao local da morte. Durante a Guerra Civil, os milicianos estabeleceram um clima de perseguição contra todos aqueles que se professavam membros da Igreja Católica, fossem eles sacerdotes, consagrados ou leigos. O martírio formal foi realizado pelos revolucionários que, movidos por sentimentos antirreligiosos e anticristãos, massacraram numerosos sacerdotes, religiosos e leigos, profanando e saqueando igrejas, locais de culto e ultrajando objetos sagrados. O ódio à fé dos guerrilheiros, impelidos pela propaganda ateísta, foi amplamente demonstrado pela violência generalizada contra a Igreja, seus ministros e muitos de seus fiéis. O líder dos mártires de Jaén, pe. Manuel Izquierdo Izquierdo, foi particularmente afetado pelos maus-tratos e torturas infligidos pelos perseguidores, assim como aconteceu com o servo de Deus, pe. Manuel Valdivia Chica, cujas mãos, com as quais havia consagrado, foram decepadas antes de sua morte. Quanto ao martírio formal ex parte victimarum, o mérito dos Servos de Deus foi por terem perseverado na fidelidade a Cristo a ponto de sacrificar suas vidas. Em alguns casos, também foi observada uma atitude de perdão e oração para com os assassinos.

Antonio Montañés Chiquero e os outros 64 companheiros mártires, incluindo 9 leigos

A Causa, então, diz respeito ao martírio do padre diocesano Antonio Montañés Chiquero e 64 companheiros, incluindo 54 sacerdotes, 9 homens e uma leiga, todos mortos entre 1936 e 1937, sempre no clima de perseguição permanente vivido pela Igreja na Espanha durante a Guerra Civil. Esses Servos de Deus também atuaram no território da diocese de Jaén; a maioria foi capturada pelos milicianos ou denunciada, e alguns deles sofreram insultos, perseguições e espancamentos cruéis. O odium fidei, como comprovam os documentos e testemunhos coletados, motivou a perseguição contra os Servos de Deus apenas por serem sacerdotes e leigos comprometidos. O martírio formal ex parte persecutoris situa-se, portanto, nesse clima de violência, e eles foram brutalmente assassinados por sua fé e pertencimento à comunidade católica local. O martírio formal ex parte victimae dos Servos de Deus é documentado para todos, em particular para os padres que desejavam permanecer próximos das pessoas nas paróquias onde exerciam seu ministério, sem fugir, apesar do perigo. Alguns padres, incluindo pe. Antoni Montañes Chiquero, pediram para serem mortos por último para que pudessem confessar os outros e ajudá-los a morrer uma morte santa. Sua fama de martírio se espalhou para alguns após seus assassinatos, para outros em tempos posteriores, especialmente em suas dioceses de origem.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

20 junho 2025, 12:57