Crian?as e esquecidos recordam Papa Francisco, um m¨ºs ap¨®s a sua morte
Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano
¡°Ciao Papa Francesco¡±: Pedro o retrata de perfil, em close-up e com aquele polegar para cima que se tornou parte da iconografia de Jorge Mario Bergoglio. E depois, entre outros, um ¡°nos vemos no céu¡± que se destaca entre um sol e uma nuvem, acima de um coração vermelho, porque é assim que Ida intui o que acontecerá quando chegar a hora.
Na mídia vaticana, estão os desenhos de oito crianças da quarta série da Escola de San Martino in Badia, na Província de Bolzano, para recordar, entre emoção e espontaneidade, os 30 dias da morte de Francisco.
Dignidade redescoberta
No L¡¯Osservatore Romano, em particular, uma página dupla apresenta uma mistura de sentimentos e histórias oferecidas por pessoas que raramente veem seus nomes nos "especiais" de um jornal. Porque, além das crianças de Bolzano, há algumas das muitas pessoas invisíveis que o Papa argentino trouxe de volta ao centro da dignidade, vindas das muitas periferias de sua miséria.
Como por exemplo Francisco Salvati, um morador de rua que assina, e se limita a escrever, a memória do encontro com Francisco, de sua infinita ajuda aos que vivem nas ruas e do renascimento pessoal experimentado graças ao periódico L¡¯Osservatore di Strada: ¡°Colaborar com este jornal me devolveu aquele papel, existencial e social, que eu havia perdido¡±.
A esperança atrás das grades
A história de Claudio Bottan tem alguns pontos em comum, ainda que não tenha começado nas ruas, mas em uma cela. Hoje vice-diretor da revista "Voci di dentro", Claudio era detento na prisão de Busto Arsizio quando, no Ano Santo da Misericórdia, em 2016, estava entre os "escolhidos" - como escreve ele -, que teriam assistido de perto o Papa durante a Missa do Jubileu dos presos. Junto com outros companheiros, ele teve que ser, com emoção e constrangimento, o coroinha do altar e diz que as palavras ditas por Francisco naquela ocasião "abriram os corações" dos "coroinhas-presidiários".
Outra história da prisão vem de dois anos mais tarde. Em 2018, durante uma Viagem Apostólica, o Papa Bergoglio , no Chile. Presente naquela ocasião, estava uma Jeannette Zurita muito emocionada, que se descreve como "uma mulher que cometeu erros graves, desprezada e sem valor para a sociedade" e que, portanto, jamais imaginaria encontrar-se "face a face com o Santo Padre". Hoje, livre para morar com o filho, ela diz sentir "a necessidade" de levar seu testemunho "a quem quiser ouvi-lo, porque Deus operou uma mudança em mim e eu o sinto como algo muito poderoso em meu coração".
Francisco, próximo dos pobres
Da América Latina à África profunda, também estão os , subúrbio de Antananarivo, capital de Madagascar, visitada por Francisco em 2019.
Um mês após sua morte, eles oferecem uma recordação por meio do Pe. Pedro Opeka, argentino e ex-aluno de Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, além de fundador e "alma" da Cidade.
Padre Pedro está certo de que um dos legados deixados pelo falecido Pontífice é ter mudado a própria maneira de ver a pobreza, com sua proximidade radical com os mais marginalizados.
No dia da visita do Papa, o protocolo exigia certas medidas, mas Padre Pedro convenceu os responsáveis ??pela segurança a não colocarem barreiras no Ginásio da Cidade da Amizade, onde mais de 8.000 crianças aguardavam Francisco. A celebração que surgiu desse contato direto com Francisco no final, relata Pe. Pedro, comoveu até mesmo os responsáveis ??pela segurança, que inicialmente estavam relutantes em ceder espaço.
Skorka: Ele era uma tocha com sua humildade
¡°O adeus que o mundo inteiro deu ao Papa Francisco foi um testemunho eloquente do respeito que ele conquistou com sua humildade e honestidade¡±, disse à imprensa do Vaticano Abraham Skorka, rabino emérito do Seminário Rabínico Latino-Americano de Buenos Aires e grande amigo de Jorge Mario Bergoglio. Mesmo aqueles que poderiam discordar dele sabiam, afirma, ¡°que ele era um líder que buscava incansavelmente a paz e a justiça e que se dedicava totalmente a ajudar os necessitados em todas as comunidades¡±. Ele era ¡°uma tocha que mantinha viva a chama da espiritualidade e da santidade, iluminando um caminho que nunca se apaga¡±.
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