Cardeal Mamberti: Francisco fiel ¨¤ sua miss?o, at¨¦ consumir as suas for?as
Alessandro Di Bussolo ¨C Cidade do Vaticano
A Missão de Pedro e dos Apóstolos ¡°é o próprio amor, que se faz serviço à Igreja e a toda a humanidade¡±. E o Papa Francisco, ¡°animado pelo amor do Senhor¡±, foi fiel à sua Missão ¡°até ao extremo consumo das suas forças¡±. Assim o cardeal protodiácono Dominique Mamberti, na homilia da nona e última Missa dos Novendiais em sufrágio do Papa Francisco, com a participação do Colégio Cardinalício, comenta a passagem do Evangelho de João, proposta pela liturgia do terceiro Domingo de Páscoa, que apresenta o encontro de Jesus ressuscitado com alguns Apóstolos no Mar de Tiberíades, que se conclui com a Missão confiada a Pedro pelo Senhor e o mandamento de Jesus: ¡°Segue-me!¡±.
Ele proclamou à humanidade a alegria do Evangelho
Uma Palavra de Deus bem adaptada à Igreja que lhe pede um novo Sucessor de Pedro, no Conclave que terá início em 7 de maio, assim como a primeira Leitura dos Atos dos Apóstolos, com o testemunho de Simão e seus irmãos: "É preciso obedecer a Deus antes que aos homens". E o Pontífice recentemente falecido, recorda o cardeal francês, com as mesmas palavras admoestou os poderosos "e proclamou a toda a humanidade a alegria do Evangelho, do Pai Misericordioso, Cristo Salvador".
Ele o fez em seu Magistério, em suas viagens, em seus gestos, em seu estilo de vida. Estive perto dele no dia de Páscoa, na sacada das bênçãos desta Basílica, testemunha de seu sofrimento, mas sobretudo de sua coragem e de sua determinação em servir o Povo de Deus até o fim.
Quando Jesus se adapta à fragilidade do Apóstolo
Diante de duzentos cardeais concelebrantes e de outros cem cardeais, bispos e prelados, Mamberti destaca que o amor é a palavra-chave do Evangelho deste domingo. O amor de João, "o discípulo a quem Jesus amava", o primeiro a reconhecê-lo, mas também o de Pedro, que imediatamente "se lança ao mar para alcançar o Mestre". No diálogo entre Jesus e Pedro, a tríplice pergunta do primeiro e a tríplice resposta do segundo, observa o cardeal protodiácono, "Jesus usa o verbo amar, uma palavra forte, enquanto Pedro, consciente de sua traição, responde com a expressão ¡°querer bem¡±, menos exigente". É o próprio Jesus, pela terceira vez, que usa a expressão amar, "adaptando-se à fragilidade do Apóstolo".
Bento XVI e São João Paulo II: o Amor Pobre de Pedro
O purpurado francês cita o comentário do Papa Bento XVI: ¡°Simão compreende que a Jesus basta seu pobre amor, o único amor de que é capaz. (...) É precisamente esta adaptação divina que dá esperança ao discípulo, que conheceu o sofrimento da infidelidade¡±. Que a partir daquele dia segue o Mestre ¡°com a precisa consciência da sua própria fragilidade¡±. Recorda também São João Paulo II, que na Missa do 25º aniversário do seu Pontificado confidenciou que ¡°Todos os dias se realiza no meu coração o mesmo diálogo entre Jesus e Pedro¡±, com o primeiro a encorajá-lo ¡°a responder com confiança como Pedro: ¡®Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo¡¯. E então convida-me a assumir as responsabilidades que Ele mesmo me confiou¡±.
Francisco e a dimensão essencial da adoração
Por fim, o cardeal Mamberti lança seu olhar para a segunda leitura, do Livro do Apocalipse, e o louvor e a adoração a Deus e ao Cordeiro, destacando como o Papa Francisco frequentemente recordava que ¡°a adoração é uma dimensão essencial da missão da Igreja e da vida dos fiéis¡±. Em sua homilia na Missa na Solenidade da Epifania de 2024, ele lamentava que ¡°perdemos o hábito de adorar, perdemos esta capacidade que a adoração nos dá. Redescubramos o sabor da oração de adoração. A adoração está faltando entre nós hoje¡±.
Esta capacidade que a adoração dá não era difícil de reconhecer no Papa Francisco. Sua intensa vida pastoral, seus inúmeros encontros, baseavam-se nos longos momentos de oração que a disciplina inaciana havia impresso nele. Tantas vezes nos recordou que a contemplação é ¡°um dinamismo de amor¡± que ¡°nos eleva a Deus, não para nos separar da terra, mas para nos fazer habitar nela em profundidade¡±.
Francisco, conclui o protodiácono, fazia tudo sob o olhar de Maria, a Salus Popoli Romani, diante da qual se rezou 126 vezes. "E agora que repousa junto à amada imagem", convida-nos a confiá-lo à intercessão da Mãe do Senhor e nossa Mãe.
A oração pelo Papa Francisco
Durante a oração universal, pediu-se ao Senhor para acolher em seu Reino o Papa Francisco, que confiou na oração da Igreja, purificando-o "da fragilidade humana" e concedendo-lhe "a recompensa prometida" aos servos fiéis.
No domingo, alguns cardeais celebraram a missa em suas igrejas titulares espalhadas por Roma. Amanhã de manhã, 5 de maio, os cardeais se reunirão para as Congregações Gerais, tanto pela manhã, às 9h, quanto à tarde, às 17h. No momento, apenas uma sessão está planejada para a manhã de terça-feira, 6 de maio, mas poderão eventualmente adicionar outra à tarde, se necessário.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp