ÐÓMAPµ¼º½

Busca

O entusiasmo dos jovens em uma das ¨²ltimas edi??es da JMJ O entusiasmo dos jovens em uma das ¨²ltimas edi??es da JMJ 

O Papa aos jovens: prefiro o cansa?o dos que est?o a caminho do que o t¨¦dio dos que est?o parados

Na mensagem para a 39? Jornada Mundial da Juventude, o Papa fala das novas gera??es, que muitas vezes pagam o pre?o mais alto pelas guerras, pelas injusti?as sociais, pela pobreza, pela explora??o dos seres humanos e da cria??o. O convite, em vista do Jubileu, ¨¦ vencer a apatia e o ref¨²gio nas transgress?es. Partir, por¨¦m, n?o como meros turistas, mas como peregrinos.

Vatican News

Foi divulgada, nesta terça-feira (17/09), a que será celebrada, em 24 de novembro próximo, sobre o tema ¡°Os que esperam no Senhor, caminham sem se cansar¡±, extraído do Livro do Profeta Isaías.

Ouça e compartilhe

O Santo Padre ressalta no texto que "esta expressão é retirada do chamado Livro da Consolação, que anuncia o fim do exílio de Israel na Babilônia e o início de uma nova fase de esperança e de renascimento para o povo de Deus, que pode regressar à sua pátria graças a um novo ¡°caminho¡± que, na história, o Senhor abre aos seus filhos".

"Também nós vivemos hoje tempos marcados por situações dramáticas que geram desespero e nos impedem de olhar para o futuro com espírito sereno: a tragédia da guerra, as injustiças sociais, as desigualdades, a fome, a exploração do ser humano e da criação", escreve ainda Francisco. "Muitas vezes, quem paga o preço mais alto sois vós, jovens, que sentis a incerteza do futuro e não vislumbrais perspectivas seguras para os vossos sonhos, correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia, por vezes arrastados para a ilusão da transgressão e das realidades destrutivas. Por isso, queridos amigos, gostaria que, como aconteceu ao povo de Israel na Babilônia, chegasse também a vós o anúncio da esperança: hoje o Senhor abre diante de vós um caminho e convida-vos a percorrê-lo com alegria e esperança", ressalta o Papa, dividindo a mensagem em quatro pontos.

1. A peregrinação da vida e os seus desafios

Isaías profetiza um ¡°caminhar sem cansaço¡±. Francisco então reflete sobre estes dois aspectos: caminhar e cansaço.

"A nossa vida é uma peregrinação, uma jornada que nos empurra para além de nós mesmos, um caminho em busca da felicidade; e a vida cristã, em particular, é uma peregrinação em direção a Deus, à nossa salvação e à plenitude de todo o bem", escreve ele.

Segundo o Papa, as pressões sociais para atingir determinados padrões de sucesso nos estudos, no trabalho e na vida pessoal provocam ansiedade e cansaço interior. "Isto produz tristeza, pois vivemos no afã de um ativismo vazio que nos leva a preencher os nossos dias com mil coisas e, apesar disso, a sentir que nunca conseguimos fazer o suficiente e que nunca estamos à altura. Este cansaço é muitas vezes acompanhado pelo tédio. É o estado de apatia e de insatisfação de quem não se põe a caminho, não decide, não escolhe, nunca arrisca e prefere ficar na sua zona de conforto, fechado em si mesmo, vendo e julgando o mundo por detrás de uma tela, sem nunca ¡°sujar as mãos¡± com os problemas, com os outros, com a vida. Este tipo de cansaço é como um cimento no qual mergulhamos os pés, e que acaba por endurecer, pesar, paralisar e impedir-nos de avançar. Prefiro o cansaço dos que estão a caminho do que o tédio dos que estão parados e não têm vontade de andar", escreve Francisco.

De acordo com o Papa, "a solução para o cansaço, paradoxalmente, não é ficar parado para descansar. É, pelo contrário, pôr-se a caminho e tornar-se peregrino da esperança. Este é o convite que vos faço: caminhai na esperança! A esperança vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus: Ele enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida. A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma ¡°visão de longo alcance¡±, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna".

2. Peregrinos no deserto

"Na peregrinação da vida, haverá inevitavelmente desafios a enfrentar. Mesmo para aqueles que receberam o dom da fé, houve momentos felizes em que Deus esteve presente e o sentistes próximo, e outros momentos em que experimentastes o deserto. Pode acontecer que o entusiasmo inicial nos estudos ou no trabalho, ou o impulso para seguir Cristo ¨C tanto no matrimônio, quanto no sacerdócio ou na vida consagrada ¨C sejam seguidos por momentos de crise, que fazem com que a vida pareça uma difícil caminhada no deserto. Estes momentos de crise, porém, não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança", escreve o Papa na mensagem.

De acordo com o Pontífice, "nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho. Como dizia o Beato Carlo Acutis, a Eucaristia é a autoestrada para o céu. Um jovem que fez da Eucaristia o seu compromisso quotidiano mais importante! Assim, intimamente unidos ao Senhor, caminhamos sem nos cansarmos, porque Ele caminha junto a nós. Convido-vos a redescobrir o grande dom da Eucaristia! Nos inevitáveis momentos de cansaço da nossa peregrinação neste mundo, aprendamos então a descansar como Jesus e em Jesus".

3. De turistas a peregrinos

O Papa convida os jovens a se colocarem a caminho "para descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus". "Mas o que vos recomendo é o seguinte: não partam como meros turistas, mas como peregrinos", ressalta Francisco. "Isto é, que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie. O turista faz isso. O peregrino, pelo contrário, mergulha de alma e coração nos lugares que encontra, faz eles falar, os torna parte da sua busca de felicidade. A peregrinação jubilar quer, portanto, tornar-se o sinal do caminho interior que todos somos chamados a fazer para chegar ao destino final".

Francisco espera que os jovens possam vir "a Roma em peregrinação para atravessar as Portas Santas", mas para os que não puderem vir "haverá a possibilidade de fazer esta peregrinação também nas Igrejas particulares, para redescobrir os numerosos santuários locais que guardam a fé e a piedade do povo santo e fiel de Deus". O Papa  exorta os jovens a viverem esta peregrinação jubilar com três atitudes fundamentais: "A ação de graças, para que o vosso coração se abra ao louvor pelos dons recebidos, principalmente o dom da vida; a procura, para que o caminho exprima o desejo constante de procurar o Senhor e de não deixar apagar a sede do coração; e, por fim, o arrependimento, que nos ajuda a olhar para dentro de nós mesmos, a reconhecer os caminhos e as opções erradas que por vezes tomamos e, assim, a poder converter-nos ao Senhor e à luz do seu Evangelho".

4. Peregrinos de esperança para a missão

"Deixo-vos mais uma imagem sugestiva para a vossa viagem. Ao chegar à Basílica de São Pedro, em Roma, atravessa-se a praça que está rodeada pela colunata criada pelo grande arquiteto e escultor Gian Lorenzo Bernini. A colunata, no seu conjunto, parece um grande abraço: são os dois braços abertos da Igreja, nossa mãe, que acolhe todos os seus filhos! Neste próximo Ano Santo da Esperança, convido-vos a todos a experimentar o abraço do Deus misericordioso, a experimentar o seu perdão, a remissão de todas as nossas ¡°dívidas interiores¡±, como era tradição nos jubileus bíblicos. E assim, acolhidos por Deus e renascidos n'Ele, também vós vos tornais braços abertos para tantos dos vossos amigos e colegas que precisam sentir, através do vosso acolhimento, o amor de Deus Pai. Cada um de vós ofereça ¡°ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe¡±, e assim vos tornareis incansáveis missionários da alegria", conclui a mensagem do Papa.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp

17 setembro 2024, 12:00