Papa Francisco: a previd¨ºncia nos recorda que somos interdependentes
Vatican News
¡°O tema das aposentadorias é cada vez mais atual¡±, afirmou Papa Francisco no início de seu discurso aos dirigentes e alguns dependentes do Instituto responsável pela administração de quase toda a previdência social italiana, que busca assegurar o futuro da maioria dos trabalhadores autônomos e funcionários dos setores público e privado.
O Pontífice iniciou sua fala com a preocupação de que ¡°a sociedade parece ter perdido o seu horizonte de futuro: reduzindo-se ao presente e pouco interessando-se ao que pode acontecer às gerações vindouras.¡± E citou como exemplo a crise ecológica e a dívida pública que está sendo deixada para filhos e netos. Segundo Francisco, a ¡°escolha da sustentabilidade, por outro lado, responde ao princípio de que é injusto confiar fardos irreversíveis e pesados demais aos jovens.¡±
De certo modo, a previdência exige um forte vínculo entre as gerações, visto que ¡°a merecida aposentadoria de um trabalhador se sustenta não só pelos seus anos de trabalho, mas também pelo fato de haver alguém que, através da sua atividade, esteja efetivamente pagando a aposentadoria de outros¡±, ressaltou o Santo Padre, incluindo também os estrangeiros, que contribuem para o mesmo sistema mesmo sem possuir a cidadania.
No centro do discurso papal, podem-se destacar ainda três apelos que, segundo Francisco, são essenciais para salvaguardar uma aposentadoria à altura dos desafios das sociedades que envelhecem cada vez mais rapidamente: ¡°não ao trabalho informal¡±, que ainda que possa parecer num primeiro momento trazer benefícios econômicos, distancia as famílias da capacidade de garantir seu futuro previdenciário. ¡°Não ao trabalho precário¡±, como sendo aquele temporário que não oferece segurança de continuidade. Este tipo de trabalho incide particularmente ¡°nas escolhas de vida dos jovens e por vezes os obriga a trabalhar mesmo quando lhes faltam as forças¡±, afirma o Papa. Por fim, o terceiro apelo é um ¡°sim ao trabalho digno¡±, já anteriormente delineado pela Exortação Apostólica como aquele "livre, criativo, participativo e solidário" (192).
Em seguida, Papa Francisco recordou passagens bíblicas que apresentam modelos de boa e má previdência, contrapondo a parábola evangélica do avarento (cf. Lc 12, 16-21), que manda construir armazéns cada vez maiores para guardar os seus bens, àquela do patriarca José que, tendo-se tornado governador do Egito, cuida de guardar o cereal nos anos de fartura para enfrentar melhor o tempo de fome. Por este motivo, o Pontífice o apresenta ainda como um exemplo para os políticos, para que ¡°guiados pelo critério da fraternidade saibam discernir entre as estações, evitando desperdiçar os recursos quando existem e deixar as gerações futuras em sérias dificuldades.¡±
Por fim, agradecendo o serviço prestado pelos dirigentes, especialmente o de garantir a assistência aos desempregados e em favor dos doentes, feridos ou idosos, pediu orações.
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