Papa encoraja miss?o em favor de escravos modernos da m¨¢fia, v¨ªtimas da prepot¨ºncia
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (23), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 350 participantes de um encontro promovido pela Pontifícia Academia Mariana, conhecida como , por ocasião dos 30 anos de criação da Direção de Investigação Antimáfia (DIA), "um trabalho a serviço do povo", disse o Pontífice. De fato, a própria organização pontifícia internacional encarregada de promover a mariologia, também trabalha com um departamento ad hoc para estudar fenômenos criminosos e mafiosos, evitando instrumentalizar a figura de Nossa Senhora pelos chefes e clãs criminosos presentes na Itália.
Em discurso, o Papa manifestou o seu agradecimento pela construção de um trabalho comum, que ele chamou de "casas" com um objetivo comum, para difundir a "cultura de legalidade, do respeito e da segurança das pessoas e do meio ambiente":
"Todos vocês estão ativamente envolvidos na construção dessas 'casas': elas agem como anticorpos leves e fortes contra interesses já instalados, da corrupção, da ganância, da violência, que são o DNA das organizações mafiosas e criminosas. As máfias vencem quando o medo toma conta da vida, razão pela qual elas tomam conta das mentes e dos corações, despojando as pessoas de sua dignidade e liberdade. Vocês que estão aqui, trabalhem para garantir que o medo não possa vencer: vocês são, portanto, um apoio à mudança, um lampejo de luz em meio à escuridão, um testemunho de liberdade. Eu os encorajo a continuar neste caminho: sejam fortes e levem esperança, especialmente entre os mais fracos."
Os escravos modernos das máfias
Justamente quando acaba faltando segurança e legalidade, continuou o Papa, "os primeiros a serem prejudicados são, na verdade, os mais frágeis e todos aqueles que, de várias maneiras, podem ser chamados de 'últimos'".
Francisco, assim, falou da importância de se "resistir ao colonialismo cultural mafioso", através de pesquisas, estudos e atividades de formação para promover "o progresso civil, social e ambiental" que "não provém da corrupção e do privilégio, mas sim da justiça, da liberdade, da honestidade e da solidariedade". O Pontífice enalteceu o trabalho dos envolvidos, "delicado e arriscado", encorajando a continuar com entusiasmo nesse caminho, "apesar da presença no tecido social - e até no eclesial", de realidades que não tomam "distância de antigas, errôneas e até imorais formas de agir":
"O pensamento mafioso entra como se fizesse uma colonização cultural, a ponto que se tornar mafioso faz parte da cultura, como se fosse o caminho a se seguir. Não! Isso não. Esse é um caminho de escravidão. O trabalho de vocês é tão grande para evitar isso: obrigado! [...] É necessário que todos, em todos os níveis, avancem decisivamente no caminho da justiça e da honestidade. E onde houve conivência e opacidade, as causas devem ser estudadas, deixando um espaço justo para uma 'vergonha' saudável, sem a qual a mudança não é possível e a colaboração mútua para o bem comum continua sendo uma quimera."
Por fim, o Papa novamente agradeceu a missão em promoção à cultura da legalidade, pedindo para não se cansarem de ficar ao lado das pessoas, "com ternura e compaixão":
"Tornem-se sempre mais promotores desse amor pelo povo, por suas vidas e por seu futuro, que representa a síntese dos seus próprios ideais, sabendo que esse amor é capaz de gerar novas relações e de dar vida a uma ordem mais justa através de 'casas' e 'famílias' animadas pelo fermento da igualdade, da justiça e da fraternidade."
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