O Papa: "A confiss?o ¨¦ secreta, do come?o ao fim"
Jane Nogara - Vatican News
O Papa Francisco recebeu nesta manhã (25) os participantes do Curso do Tribunal da Penitenciaria Apostólica sobre o Foro Interno organizado na sua 32ª edição. Este ano conta com 800 participantes que aprofundam o Sacramento da Confissão. ¡°Isto é um bom sinal¡± disse Francisco ¡°porque hoje em dia uma mentalidade generalizada tem dificuldade de entender a dimensão sobrenatural, ou até mesmo quer negá-la¡±.
Depois de recomendar os presentes a lerem com atenção a ¡°Nota sobre o foro interno e a inviolabilidade do sigilo sacramental¡±, documento publicado em 2019, o Papa disse que o documento ajuda a ¡°redescobrir o quanto seja precioso e necessário o ministério da Reconciliação¡±.
Ecologia espiritual do mundo
Ao falar sobre o sacramento da Reconciliação o Papa destacou com veemência que ¡°o perdão é um direito humano¡±. Explicando ¡°é um ¡®direito¡¯ no sentido de que Deus, no Mistério Pascal de Cristo, o deu total e irreversivelmente a toda pessoa disposta a aceitá-lo, com um coração humilde e arrependido. Ao dispensar generosamente o perdão de Deus, nós confessores colaboramos na cura dos homens e do mundo¡±.
Acolhida, escuta, acompanhamento e alegria
Ao sugerir alguns pontos de reflexão, Francisco focalizou três palavras-chave: acolhida, escuta, acompanhamento. ¡°Três dimensões essenciais ¨C afirmou - do ministério do confessor; três faces do amor, às quais devemos acrescentar a alegria, que sempre o acompanha¡±. ¡°A acolhida deve ser a primeira característica do confessor¡±, afirmando:
A escuta
¡°O segundo elemento é a escuta¡±, continuou o Papa. ¡°Escutar - como sabemos - é mais do que ouvir. Requer uma disposição interior feita de atenção, vontade, paciência¡±. E advertiu, ¡°se, enquanto o outro está falando, você já está pensando no que dizer, o que responder, então você não está ouvindo a ele ou ela, mas a si mesmo¡±.
Aprofundando o momento da escuta com o penitente o Papa disse ainda: ¡°A escuta implica uma espécie de esvaziamento: esvaziar-me de mim mesmo para acolher o outro. É um ato de fé no poder de Deus e na tarefa que o Senhor nos confiou. É somente pela fé que irmãos e irmãs abrem seus corações ao confessor; portanto, eles têm o direito de serem ouvidos com fé, e com aquela caridade que o Pai reserva para seus filhos. E isso gera alegria!¡±
Acompanhamento
Por fim o Santo Padre falou sobre a terceira palavra-chave é acompanhamento. E recordou que ¡°o confessor não decide no lugar dos fiéis, ele não é o mestre da consciência da outra pessoa. O confessor simplesmente acompanha, com toda a prudência, discernimento e caridade de que é capaz, o reconhecimento da verdade e da vontade de Deus na experiência concreta do penitente¡±. Chamando a atenção para que se saiba distinguir o ¡°diálogo confessional¡± propriamente dito, que está vinculada pelo sigilo e é secreto do começo ao fim, do ¡°diálogo de acompanhamento espiritual¡±, que também é reservado, embora de uma forma diferente. ¡°O confessor¡±, contiuou o Papa falando sobre o acompanhamento, ¡°tem sempre como objetivo o chamado universal à santidade e o acompanha discretamente na sua direção¡±.
Recomendação
Concluindo seu encontro com os participantes do Curso, Francisco deixou algumas preciosas recomendações aos confessores:
¡°Vão de boa-vontade ao confessionário, acolham, escutem, acompanhem, sabendo que todos, mas realmente todos, precisam de perdão, isto é, sentir-se amados como filhos de Deus Pai. As palavras que dizemos: ¡®Eu te absolvo de seus pecados¡¯ também significam "você, irmão, irmã, é precioso, precioso para Deus; é bom ter você conosco". E este é um remédio muito poderoso para a alma, e também para a psique de todos".
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