Que a visita do Papa Francisco restabele?a a esperan?a e a dignidade do povo malgaxe
Mariangela Jaguraba - Antananarivo
O Papa Francisco viveu dois dias de encontros intensos em Antananarivo, capital de Madagascar.
O Pontífice chegou a terras malgaxes, na última sexta-feira (06¨M09), e já em seu primeiro discurso, no sábado (06¨M09), com o presidente e demais autoridades, chamou a atenção para uma das chagas desse país que é a pobreza, na qual vivem milhões de pessoas.
Além das autoridades civis, Francisco encontrou-se também com os bispos, sacerdotes, religiosos, seminaristas e consagrados, e também com os jovens, visitou o túmulo da beata Vitória Rasoamanarivo, beatificada por São João Paulo II, em 1989, em Antananarivo, primeira malgaxe a alcançar a honra dos altares, e presidiu a celebração eucarística no Campo Diocesano de Soamandrakizay.
Mas o coração da viagem apostólica do Papa Francisco, a Madagascar, foi a tão esperada visita à Cidade da Amizade em Akamasoa, que significa ¡°bons amigos¡±, situada na periferia da capital, fundada 30 anos atrás pelo missionário Lassalista pe. Pedro Opeka, argentino de origem eslovena. Ali, Francisco encontrou-se com as crianças e jovens no Auditório Manantenasoa e a seguir, com os trabalhadores da pedreira de Mahatazana, administrada pela Cidade da Amizade que acolhe 25 mil pessoas.
A obra do pe. Pedro iniciou perto do lixão da capital Antananarivo e tirou da marginalização milhares de malgaxes. Ali dentro, os adultos trabalham nas pedreiras e as crianças frequentam as escolas, não ficam abandonadas pelas ruas da capital, pedindo esmolas e procurando algo nos lixos para comer ou vender, conforme se vê habitualmente.
¡°Akamasoa é a expressão da presença de Deus no meio do seu povo pobre; não uma presença esporádica, casual: é a presença de um Deus que decidiu viver e permanecer sempre no meio do seu povo¡±, disse o Papa Francisco em seu discurso, ressaltando ¡°que faz parte do sonho de Deus não apenas o progresso pessoal, mas sobretudo o progresso comunitário, já que não há escravidão pior ¨C como nos lembrou o padre Pedro ¨C do que viver cada um só para si¡±.
Que essa visita do Papa Francisco, a Madagascar, possa restabelecer a esperança e a dignidade do povo malgaxe, renovar suas forças a fim de continuar lutando contra toda forma de injustiça e pela conquista de seus direitos, pelo respeito, pelo direito à saúde, moradia e educação, e possa incentivar os políticos a se comprometerem com a causa social do povo malgaxe.
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