Papa: precisamos de uma cultura que reconhe?a em todos o rosto de Jesus
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
Precisamos de uma cultura que reconheça o valor da vida, sobretudo da vida frágil, ameaçada, ofendida, de uma cultura que reconheça em todo rosto, mesmo o menor, o rosto de Jesus: foi o que disse o Papa aos membros do Instituto Hospital dos Inocentes de Florença ¨C região italiana da Toscana ¨C recebidos, por Francisco (cerca de 70 ao todo) na manhã desta sexta-feira (24/05), na Sala Clementina, no Vaticano.
O discurso do Papa não foi lido, mas entregue aos presentes.
Ao dar as boas-vindas aos dirigentes, funcionários do Instituto e às crianças ¨C que são as protagonistas desta instituição que há seiscentos anos acolhe, assiste e promove a infância ¨C, Francisco ressaltou que o Instituto dos Inocentes de Florença, com seus seis séculos de história, nos fala de uma cidade que deu o melhor de si no acolhimento das crianças, a fim de que não fossem mais ¡°abandonadas¡±, mas acolhidas, confiadas ao amor e aos cuidados da comunidade.
Às crianças, o necessário para crescer de modo digno
Atendo-se ainda à história multissecular do Instituto, ressaltou que este teve em sua origem a generosidade de um rico banqueiro, Francesco Datini, que doou o montante com o qual foi possível iniciar a realização desta obra.
¡°Também hoje, a responsabilidade social e ética do mundo das finanças é um valor indispensável para construir uma sociedade mais justa e solidária¡±, ressaltou o Pontífice.
O Papa destacou que nestes seiscentos anos o Instituto sempre se preocupou em oferecer a suas crianças ¡°todo o necessário para crescer de modo digno¡±.
Oferecer aos pobres o melhor que temos
¡°Esta é uma verdade que hoje deve ser dita com força: devemos oferecer aos pobres, às criaturas frágeis, a quem vive nas periferias, o melhor que temos. E entre as pessoas mais frágeis das quais devemos cuidar estão certamente muitas crianças rejeitadas, que tiveram sua infância e seu futuro roubados; menores que empreendem viagens desesperadas para fugir da fome ou da guerra.¡±
O Santo Padre mencionou ainda aquelas ¡°crianças que não vêm a luz porque suas mães sofrem condicionamentos econômicos, sociais, culturais que as levam a renunciar aquele dom maravilhoso que é o nascimento de um filho¡±.
Uma cultura que reconheça o valor da vida
¡°Como precisamos de uma cultura que reconheça o valor da vida, sobretudo da vida mais frágil, ameaçada, ofendida, e ao invés de pensar em poder colocá-la de lado, de excluí-la com muros e fechamentos, se preocupe em oferecer cuidados e beleza! Uma cultura que reconheça em todo rosto, inclusive o menor, o rosto de Jesus.¡±
Aludindo ao V Congresso Eclesial Nacional, realizado em Florença em novembro de 2015, ao qual na ocasião fez um discurso, disse neste ter feito referência também a um aspecto particular: ¡°o fato que muitas vezes as mães deixavam, junto a seus recém-nascidos, medalhas quebradas ao meio, com as quais esperavam, apresentando a outra metade, poder reconhecer seus filhos em tempos melhores¡±.
Eis o motivo porque ¨C ressaltou ter dito na ocasião ¨C devemos imaginar que nossos pobres tenham uma medalha quebrada ao meio. ¡°Nós temos a outra metade. Porque a Igreja mãe tem na Itália metade da medalha de todos e reconhece e todos os seus filhos abandonados, oprimidos, cansados¡±, frisou.
Infância seja sempre protegida e assistida
O objetivo que hoje devemos propor, em vários níveis de responsabilidade, é que nenhuma mãe se encontre nas condições de ter que abandonar sua criança.
¡°Devemos fazer de modo que diante de qualquer evento, inclusive trágico, que possa separar uma criança de seus pais, haja estruturas e percursos de acolhimento em que a infância seja sempre protegida e assistida no único modo digno: dando às crianças o melhor que podemos oferecer-lhes.¡±
Agradeço e convido-os a continuar o serviço de vocês com competência e ternura, profissionalismo e dedicação, concluiu Francisco.
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