Aos jovens Papa fala sobre o ideal do amor e matrim?nio
Jackson Erpen ¨C Cidade do Vaticano
¡°Pensem bem no amor, mas no amor que arrisca, o amor fiel, o amor que faz crescer o outro e reciprocamente crescem. Pensem no amor fecundo¡±.
O amor, especialmente na juventude, um tema muitas vezes delicado de ser tratado e compreendido. Mas não para Francisco, que gosta de falar e que lhe falem com sinceridade.
¡°É corajosa Martina, hein! Abala nossa estabilidade, e também fala com fogo! Eu teria vontade de perguntar a você, se talvez é a sobrinha de São João Crisóstomo pela forma como fala, assim forte, com tanta força¡±.
Martina, 24 anos, foi a terceira jovem a dirigir uma pergunta ao Santo Padre, falando da necessidade de pontos de referência, apaixonados e solidários, sobre o desafio da fidelidade por toda a vida nos tempos atuais, sobre o amor: ¡°Por que o desejo de tecer relações autênticas, o sonho de formar uma família, são considerados menos importantes do que outros e devem ser subordinados a seguir uma realização profissional?¡±, questiona.
O Papa começou explicando que ¡°a ideia de escolha que hoje respiramos, é uma ideia de liberdade sem vínculos, sem compromisso e sem qualquer via de fuga¡±:
¡°Um ¡°escolho, porém¡±. Você colocou o dedo na chaga: escolher por toda a vida, a escolha do amor. Também ali podemos dizer: ¡°Escolho, porém não agora, mas quando acabar os estudos¡±, por exemplo. ¡°Escolho, porém¡±...aquele ¡°porém¡± nos para, não nos deixa ir, não nos deixa sonhar, nos tira a liberdade. Há sempre um porém que às vezes se torna maior que a escolha e a sufoca¡±.
A coragem de falar de amor
A liberdade é um dom que nos é dado ¨C disse Francisco ¨C e não admite meias medidas: deve-se fazê-la crescer, desenvolver. ¡°E você falava sobre a liberdade maior, que é a liberdade do amor: «Mas por que eu devo acabar a carreira universitária antes de pensar no amor?»¡±:
¡°O amor vem quando quer, o verdadeiro amor. É um pouco perigoso falar aos jovens de amor? Não, não é perigoso. Porque os jovens sabem bem quando existe o verdadeiro amor e quando existe o simples entusiasmo maquiado de amor: distingam bem isto, não sejam bobos! E por isto temos a coragem de falar de amor.¡±
¡°O amor é a vida e se o amor vem hoje, porque devo esperar três, quatro, cinco anos para fazê-lo crescer e para torná-lo estável?¡±, questiona o Papa.
Neste ponto ¡°peço aos pais para ajudarem os jovens a amadurecer quando existe o amor, que o amor amadureça, não deslocá-lo mais para frente dizendo: ¡°Não, porque se você casa agora, depois vem os filhos e não poderás concluir a carreira, e tanto esforço que nós fizemos por você...todos ouvimos esta história.¡±
Assim ¨C é o seu conselho ¨C devemos sempre colocar o amor em primeiro lugar, ¡°mas o amor verdadeiro¡±, aprendendo a discernir ¡°quando existe o amor verdadeiro e quando existe somente entusiasmo.
Vida dupla, maior inimigo do amor verdadeiro
A dificuldade que Martina revela em dizer que está namorando, ou seja, ¡°em mostrar a carteira de identidade nova¡± em sua vida, é devida a um ¡°mundo de condicionamentos¡±, que desencoraja a pessoa a casar, mas sim levar a vida em frente, estudando, fazendo de conta que não ama, e assim começa a viver a ¡°vida dupla¡±:
¡°O maior inimigo do amor é a vida dupla, entenderam? Ou devo ser mais claro? O maior inimigo do amor não é somente não deixá-lo crescer agora, esperar acabar a carreira, mas é ter a vida dupla, pois se começas a amar a vida dupla, o amor se perde, o amor vai embora¡±.
Amor não tolera meias medidas
E digo isto ¨C continua o Papa ¨C porque no verdadeiro amor, o homem tem uma missão e a mulher tem outra missão, ¡°a totalidade¡±:
¡°O amor não tolera meias medidas: ou tudo ou nada. E para fazer crescer o amor, é preciso evitar os artifícios. O amor deve ser sincero, aberto, corajoso. No amor você deve colocar toda a carne no fogo: assim dizemos na Argentina¡±.
Uma só carne, o ideal do amor e do matrimônio
Francisco recorda a passagem da Criação do mundo onde diz que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança: ¡°Os criou homem e mulher, os dois à sua imagem e semelhança. Este é o amor¡±:
¡°Quando você vê um matrimônio, um casal de um homem e uma mulher que vão em frente na vida de amor, ali há a imagem e a semelhança de Deus (¡). Não diz que o homem é imagem e semelhança de Deus. Não, os dois, juntos, são imagem e semelhança de Deus. E depois continua no Novo Testamento: ¡°Por isto o homem deixará seu pai e sua mãe, para formar uma só carne com sua mulher¡±. Este é o amor¡±.
E qual é a missão do homem no amor? ¡°Tornar mais mulher a esposa, ou a namorada¡±.
E qual é a missão da mulher no amor?:
¡°Tornar mais homem o marido ou o namorado. É um trabalho a dois, que crescem juntos; mas o homem não pode crescer sozinho no matrimônio, se não o faz crescer sua esposa e a mulher não pode crescer no matrimônio e não a faz crescer seu marido. E esta é a unidade, e isto quer dizer ¡°uma só carne¡±, tornam-se ¡°um¡±, porque um faz o outro crescer. Este é o ideal do amor e do matrimônio¡±.
Um ideal assim, quando se sente verdadeiro e está maduro, não deve ser adiado para mais adiante por outros interesses, diz o Papa. ¡°É preciso arriscar no amor, no amor verdadeiro, não no entusiasmo amoroso maquiado de amor¡±.
O amor é vender tudo ¡°para comprar esta pérola preciosa de altíssimo valor¡±, reitera Francisco, advertindo que ¡°se não há fidelidade não há amor, ou é um amor doente, ou pequeno, que não cresce¡±.
¡°Pensem bem no amor, mas no amor que arrisca, o amor fiel, o amor que faz crescer o outro e reciprocamente crescem. Pensem no amor fecundo¡±, foi seu conselho final.
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