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Palestinos recebem refei??es em um centro de distribui??o de alimentos na Cidade de Gaza, em 13 de agosto de 2025. O Ex¨¦rcito israelense anunciou em 13 de agosto a aprova??o do arcabou?o para uma nova ofensiva na Faixa de Gaza,. Palestinos recebem refei??es em um centro de distribui??o de alimentos na Cidade de Gaza, em 13 de agosto de 2025. O Ex¨¦rcito israelense anunciou em 13 de agosto a aprova??o do arcabou?o para uma nova ofensiva na Faixa de Gaza,.  (AFP or licensors)

Situa??o em Gaza ¨¦ cr¨ªtica, alerta MSF. Israel aprova plano para controlar Cidade de Gaza

A ajuda humanit¨¢ria que atualmente chega ¨¤ Faixa representaria cerca de um ter?o do que ¨¦ necess¨¢rio. "Os hospitais est?o sobrecarregados, completamente no limite... n?o h¨¢ pessoal, dinheiro ou espa?o. Faltam medicamentos, ¨¢gua e combust¨ªvel", denuncia o coordenador de emerg¨ºncia de MSF. Neste contexto, O ex¨¦rcito israelense aprovou o plano para assumir o controle da Cidade de Gaza,

Vatican News

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou nesta quarta-feira sobre a situação humanitária "crítica" em Gaza:  "muitas pessoas estão morrendo sem tratamento", com hospitais lotados e sem recursos.

No encontro com a imprensa realizado em Bilbao (norte da Espanha), Aitor Zabalgogeazkoa, que foi diretor-geral da organização até 2012 e atualmente é seu coordenador de emergência, descreveu suas últimas oito semanas em Gaza, lançando um apelo por um "cessar-fogo imediato".

A situação na Faixa de Gaza está "pior do que nunca", observou ele, após uma campanha militar de 22 meses do exército israelense e com perspectivas "não boas", dentro de uma zona "completamente fechada".

Nesse sentido, seu alerta para o ritmo de evacuações médicas semanais realizadas pela Organização Mundial da Saúde, limitado a cerca de trinta crianças, enquanto o número de pacientes que necessitam de tratamento fora da Faixa de Gaza ultrapassa 10.000.

"Os hospitais estão sobrecarregados, completamente no limite... não há pessoal, dinheiro ou espaço. Faltam medicamentos, água e combustível", afirmou.

Ele enfatizou a "impossibilidade" de lidar com a avalanche diária de feridos e mortos nas salas de emergência, com espaço limitado e falta de pessoal. "Muitas pessoas estão morrendo porque não podem ser tratadas", acrescentou.

Ajuda insuficiente

 

Ele também lamentou que a ajuda alimentar para dois milhões de pessoas chega "gota a gota" por estrada e é distribuída apenas em dois pontos administrados pela Fundação Humanitária de Gaza ¡ª patrocinada por Israel ¡ª, e que se tornaram uma "armadilha".

"Às vezes, os ataques aos caminhões ocorrem a 50 metros dos postos de controle israelenses, e os soldados atiram", criticou.

Em relação à ajuda entregue por via aérea, considerou que "não resolve nada" e representa um "gesto político fútil" devido à sua pequena escala. "Além disso, é perigoso", explicou, acrescentando que inúmeras pessoas ficaram feridas e mortas, esmagadas pelas bombas que caíram do céu. "Os países que estão fazendo isso deveriam buscar outros tipos de pressão sobre Israel.

Neste sentido, a ajuda humanitária que atualmente chega à Faixa representaria cerca de um terço do que é necessário.

Ele também alertou para as consequências da ofensiva anunciada pelo exército israelense na Cidade de Gaza, uma circunstância que causaria um deslocamento populacional "gigantesco".

Exército israelense aprova plano para ocupar Cidade de Gaza

 

O exército israelense anunciou nesta quarta-feira que "aprovou" o plano para assumir o controle da Cidade de Gaza, a maior do território palestino. Sob ordens do gabinete militar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Exército, que atualmente controla três quartos do território, prepara-se para lançar esta nova fase de suas operações para libertar todos os reféns israelenses mantidos em Gaza e "derrotar" o Hamas, de acordo com seus objetivos declarados.

Testemunhas relataram pesados ataques aéreos na cidade na quarta-feira, bem como a presença de tanques israelenses e fortes explosões nos bairros de Tal al-Hawa e Zeitoun, onde o exército estava demolindo casas.

Após 22 meses de guerra, Israel pretende assumir o controle desta cidade no norte e dos campos de refugiados vizinhos, uma das áreas mais densamente povoadas da Faixa de Gaza, a fim de desmantelar o que descreve como os últimos redutos do Hamas. O movimento islâmico palestino denunciou "incursões agressivas na Cidade de Gaza" e uma "escalada perigosa por parte de Israel" na quarta-feira.

Nas ruas da Cidade de Gaza, famílias palestinas fugiam mais uma vez, com bagagens e colchões empilhados em bicicletas ou carrinhos.

Os preparativos de Israel

 

"Há vários dias, os tanques avançam (...) na parte sudeste do bairro de Zeitoun, destruindo casas. Os tanques também avançam na parte sul de Tal al-Hawa", disse à AFP Abu Ahmed Abbas, um homem de 46 anos cuja casa foi destruída em Tal al-Hawa.

"As explosões são massivas, há muitos ataques aéreos (...) os tanques ainda estão lá, e vi dezenas de civis fugindo" em direção ao oeste da cidade, testemunhou também Fatoum, uma mulher de 51 anos que mora com o marido e a filha em uma barraca em Tal al-Hawa.

De acordo com a Defesa Civil e fontes médicas, 18 palestinos, incluindo várias crianças, foram mortos na quarta-feira por bombardeios e tiros israelenses, incluindo onze que aguardavam ajuda humanitária.

Os preparativos israelenses coincidem com o anúncio do Hamas de que uma delegação do Hamas havia chegado ao Cairo para "conversas preliminares" com autoridades egípcias sobre uma nova trégua.

O Egito anunciou na terça-feira que estava trabalhando com o Catar e os Estados Unidos para um cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza, onde a guerra foi desencadeada em 7 de outubro de 2023, pelo ataque sangrento do Hamas em solo israelense.

Benjamin Netanyahu declarou no domingo que o plano israelense "não visava ocupar Gaza, mas sim desmilitarizá-la".

Ele listou os objetivos de Israel: "Primeiro, desarmar o Hamas. Segundo, que todos os reféns sejam libertados. Terceiro, que Gaza seja desmilitarizada. Quarto, que Israel exerça o controle primário da segurança. E quinto, uma administração civil pacífica e não israelense."

"Parem a guerra!"

 

O primeiro-ministro enfrenta intensa pressão da população, preocupada com o destino dos 49 reféns ainda mantidos em Gaza, dos quais 27 já morreram, segundo o exército. Crescem os apelos estrangeiros para pôr fim ao sofrimento dos mais de dois milhões de habitantes do território sitiado, ameaçados de "fome generalizada", segundo a ONU.

O ataque do Hamas resultou na morte de 1.219 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo uma contagem baseada em dados oficiais. Já represálias israelenses em Gaza deixaram 61.722 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Na quarta-feira, o Chefe do Estado-Maior enfatizou "a importância de aumentar a disponibilidade e a prontidão das tropas para o recrutamento de reservistas", uma questão política espinhosa, já que os ultraortodoxos, que potencialmente representam dezenas de milhares de homens, recusam o recrutamento.

Na terça-feira, centenas de pilotos aposentados da Força Aérea se manifestaram em Tel Aviv, gritando "Parem a guerra!" para trazer os reféns de volta para casa. "Nunca nos opusemos a nenhuma guerra no passado. Nunca", disse o ex-general Dan Halutz, ex-chefe do Estado-Maior do Exército. "Esta é a primeira vez. E se pessoas que lutaram por este país por décadas forem às ruas, isso significa alguma coisa", é "um aviso ao governo", enfatizou.

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13 agosto 2025, 13:50