Genoc¨ªdio contra povos Herero e Nama recordado pela primeira vez na ±·²¹³¾¨ª²ú¾±²¹
Federico Piana - Notícias do Vaticano
Um dia histórico na Namíbia. Histórico porque o país da África Austral recorda pela primeira vez as vítimas do genocídio perpetrado contra os povos locais Herero e Nama pelo Império Alemão entre 1904 e 1908, anos em que ocorreu a chamada partilha da África pelas nações europeias.
Memória compartilhada
Histórico porque a cerimônia comemorativa de quarta-feira, 28, nos jardins do centro da capital Whindoek, na presença das mais altas autoridades do país, marca o primeiro passo para a metabolização pacífica de uma memória coletiva sobre a qual essas atrocidades ainda pesam como uma pedra de moinho: entre os Herero, as mortes foram de 65.000 de um total de 80.000 pertencentes ao grupo étnico, enquanto os Nama contabilizaram 10.000 vítimas, exatamente metade de sua população. Todos mortos porque ousaram se rebelar contra a colonização, com uma fúria que não poupou nem mesmo milhares de crianças, mulheres, idosos e doentes abandonados à fome e à sede em campos de concentração.
Caminho da unidade
"Convidamos todos os namibianos, todos os cidadãos, a virem celebrar este dia conosco. Que as almas corajosas das vítimas continuem a descansar em paz eterna", disse a ministra da Informação, Emma Theofelus, enquanto Gaob Dawid Gertze, representante de um clã da comunidade Nama, entrevistado pela mídia local, reiterou a necessidade de "nunca menosprezar os privilégios que a democracia oferece. No entanto, a beleza da democracia reside no fato de que hoje toda a sociedade se une a esta celebração".
O compromisso "moral e político" da Alemanha
Somente em 2021 a Alemanha reconheceu oficialmente esses massacres como genocídio, anunciando, como um "compromisso moral e político", um investimento de mais de 1 bilhão de euros ao longo de 30 anos para o desenvolvimento do país africano, negando indenização aos descendentes individuais das vítimas.
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