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Apag?o na Europa: brasileira em Portugal revive drama da ¨¦poca da Covid

"O mercado estava lotado, lotado! As pessoas estavam enchendo os carrinhos como na ¨¦poca da Covid, como se fosse faltar tudo. Eu fiquei uma hora para pegar dois gal?es de ¨¢gua", conta Carla Cassaro, brasileira que mora h¨¢ 16 anos em Lisboa. Um enorme apag?o atingiu Portugal e Espanha nesta segunda-feira, 28 de abril, cancelando voos e for?ando hospitais a suspender procedimentos de rotina e a utilizar geradores para atender pacientes cr¨ªticos.
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Andressa Collet - Vatican News

A terça-feira, 29 de abril, parece ter voltado à normalidade para quem vive na Espanha e em Portugal, porque a segunda-feira (28/04) foi de muitos transtornos para milhares de pessoas que ficaram sem energia elétrica. Um enorme apagão atingiu a maior parte dos dois países. Voos foram cancelados, o transporte público foi interrompido e os hospitais foram forçados a suspender os procedimentos de rotina e a utilizar geradores de reserva para atender pacientes críticos. O Ministério do Interior espanhol declarou emergência nacional, enquanto os governos dos dois países fizeram reuniões de emergência pelo blackout de grande escala que não é normal de acontecer na Europa. As causas do problema na rede elétrica que chegou a afetar a França estão sendo investigadas.

O metrô espanhol que também sofreu com o apagão
O metrô espanhol que também sofreu com o apagão   (ANSA)

A experiência vivida por uma brasileira em Lisboa

Carla Andrea Cassaro, brasileira há 16 anos em Portugal, comentou com o Vatican News que, inicialmente, a falta de energia no final da manhã desta segunda-feira (28/04) parecia ser "algo passageiro" e da região onde mora, a cerca de meia hora do centro de Lisboa. Mas logo soube da situação ao contatar colegas da multinacional do setor de tecnologia onde trabalha:

"Entramos no chat no WhatsApp da empresa para perguntar aos colegas se também estavam sem internet e descobri que as colegas de norte a sul estavam sem internet. Inclusive a nossa colega que estava na Espanha ontem também estava sem internet. Então tentei ligar a escola do meu filho para saber as diretrizes e fiquei assustada porque não completava a chamada. Tentei ligar ao meu marido e também não conseguia falar com ele. E a minha irmã idem. E para piorar estava sem com pouquíssima bateria no celular."

O drama da pandemia voltou

O celular, Carla carregou no carro. E foi ao mercado para garantir água potável e, já no caminho, via as pessoas nervosas no trânsito porque os semáforos não funcionavam. O "pânico" da gaúcha de Erechim veio ao chegar no mercado para garantir os produtos básicos:

"Estava lotado, lotado! As pessoas estavam enchendo os carrinhos como na época da Covid, como se fosse faltar tudo. Eu fiquei uma hora para pegar dois galões de água e já aproveitei que estava lá eu peguei duas, três coisinhas, porque eu costumo ter mesmo reservas em casa. Passei na escola do meu filho. Entretanto, eles disseram que seria o ideal deixar as crianças lá, porque eles estavam brincando e tinha luz natural na salas. Mas no final do dia, quando fui buscar o meu filho, já tinha muitas crianças chorando, porque muitos pais foram e retiraram seus filhos. Então muitos ficaram ficaram assustados: 'por que os meus pais não vêm?'. E a escola não conseguia se comunicar com os pais, porque não havia rede de comunicação."

A rotina mudou totalmente também em casa, com falta de energia elétrica que durou até o final da noite desta segunda-feira (28/04): "tivemos que aquecer a comida numa panela com a vela embaixo", comentou Carla, que também se muniu de um radinho à pilha à espera de pronunciamentos do governo para administrar a situação. O lado bom de tudo isso? 

"Com o escuro total à noite fomos ver as estrelas que não se veem normalmente como ontem, em função das luzes. Depois jogamos jogos de tabuleiro à luz de velas. E o que preocupa é que nessas situações nós estamos completamente despreparados. Inicialmente tinham falado em três dias sem luz: no terceiro dia estaríamos com as comidas estragadas; se tivéssemos comida de qualquer maneira, onde iríamos fazer, numa fogueira? Uma pessoa começa a se perguntar o precisa ter em casa para essas situções. O tal do kit (contendo os produtos básicos de sobrevivência) que tem que se ter em casa precisa ser muito mais completo do imaginei inicialmente. Ficou essa lição."

Carla com o filho Luca, de 10 anos
Carla com o filho Luca, de 10 anos

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29 abril 2025, 11:12