Oxfam: em Gaza, maior deslocamento for?ado desde 1967
Vatican News com Agência SIR
¡°Uma onda de violência sem precedentes levada a cabo pelo exército israelense e pelos colonos na Cisjordânia está provocando o maior deslocamento forçado desde o início da ocupação em 1967. Tal como já aconteceu em Gaza, também aqui as pessoas são forçadas a sair, mais de 40 mil, desde o início do cessar-fogo, o maior número dos últimos 58 anos¡±.
Este é o alarme lançado nesta quarta-feira, 26, pela Oxfam (confederação de 19 organizações e mais de 3000 parceiros, que atua em mais de 90 países na busca de soluções para o problema da pobreza, desigualdade e da injustiça, por meio de campanhas, programas de desenvolvimento e ações emergenciais), após a ofensiva militar israelense, que causou grande destruição, especialmente no norte da Cisjordânia. Uma operação ¨C como é sublinhado ¨C que começou apenas dois dias após o cessar-fogo em Gaza com o ataque a Jenin e que agora se estende também aos campos de refugiados de Tulkarem, Nur Shams e El Far¡¯a.
¡°Em toda a região, comunidades palestinas estão sujeitas a detenções arbitrárias, impedidas de se deslocar, trabalhar ou ir à escola. Eles estão assistindo impotentes à demolição de suas casas e da infraestrutura essencial da qual dependem¡±, denuncia Paolo Pezzati. O porta-voz para crises humanitárias da Oxfam Itália destaca que ¡°estamos enfrentando uma escalada sem precedentes que o governo israelense está realizando com total impunidade, apoiando os ataques ilegais dos colonos. Uma anexação de fato, que torna cada vez mais difícil para a Oxfam e outras organizações humanitárias ajudar os deslocados, cujas necessidades aumentam a cada dia. Nossos trabalhadores e parceiros foram ameaçados em postos de controle e repetidamente impedidos de entregar ajuda essencial à população.¡±
Desde o início da operação israelense em 21 de janeiro, 51 palestinos - incluindo sete crianças e três soldados israelenses - foram mortos, recorda a organização. No campo de refugiados de Jenin, um ataque militar israelense matou no mesmo dia pelo menos 12 palestinos e forçou mais de 20.000 pessoas a fugir.
Um jovem beneficiário da Oxfam contou que os militares começaram a atirar nas pessoas, queimaram casas e destruíram infraestrutura essencial, incluindo hospitais, enquanto ambulâncias ficaram paradas por horas. No campo, que agora está praticamente deserto, as forças israelenses alargaram as ruas e instalaram placas de trânsito em hebraico dentro das áreas evacuadas.¡°
A situação é muito séria¡±, disse Suhair Farraj, diretora da Women Media and Development, uma organização parceira da Oxfam. ¡°No passado - acrescentou - houve incursões ocasionais do exército israelense, mas nunca nada parecido com isso. Os fechamentos e postos de controle tornam a entrega de ajuda quase impossível. Para uma viagem de duas horas, agora são necessárias doze.¡±
¡°Desde o cessar-fogo em Gaza, Israel tem impedido os agricultores de acessar suas terras na Cisjordânia¡±, disse Abbas Milhem, diretor executivo da União dos Agricultores Palestinos, parceira da Oxfam. Somente neste mês, o exército israelense ordenou a expropriação de 1.000 acres (cerca de 40 hectares) para facilitar a anexação e a expansão dos assentamentos. Os colonos também intensificaram seus ataques: ataques físicos e armados, danos, arranquio e derrubadas de árvores se multiplicaram. Uma escalada de violência que está forçando um grande número de pessoas a abandonar áreas agrícolas."
¡°Israel ¨C concluiu Pezzati ¨C está implementando uma estratégia de anexação bem planejada. Violações dos direitos humanos e do direito internacional estão sendo cometidas diante dos olhos do mundo, que permanece silencioso e cúmplice. Estamos testemunhando o que já aconteceu em Gaza, Rafah e Deir Al-Balah. Por isso, lançamos um apelo urgente à comunidade internacional para que a ocupação ilegal e os crimes cometidos por Israel não fiquem impunes, que organizações humanitárias sejam autorizadas a levar ajuda e que o direito à autodeterminação do povo palestino seja garantido".
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