Volta ¨¤s aulas na pandemia: com responsabilidade, sejam art¨ªfices do futuro, encoraja o Papa
Andressa Collet, Eliana Astorri - Vatican News
A maioria das escolas na Itália reabriram regularmente a partir desta segunda-feira (14) e depois de 6 meses fechadas por causa do lockdown imposto pela pandemia da Covid-19. Apesar do número de contágios continuar aumentando no país, mais de 5,5 milhões de estudantes retornaram às aulas, segundo dados do Ministério da Educação. ¡°Se as regras forem respeitadas¡±, entre evitar aglomerações, manter distanciamento, usar a máscara e lavar sempre as mãos, afirma o presidente da Sociedade Italiana de Pediatria (SIP), Alberto Villani, em entrevista a Sky Tg24, o ambiente escolar é seguro e ¡°o risco concreto de contágio é quase zero¡±.
O tom otimista para a volta às aulas também veio do Papa Francisco que, no último sábado (12), por ocasião da Peregrinação Nacional das Famílias pela Família na Itália, fez votos para que o reinício do ano escolar seja vivido ¡°com responsabilidade¡± por todos. Na última quarta-feira (9), ao saudar os fiéis de língua árabe na Audiência Geral, no Vaticano, o Pontífice também se dirigiu ao universo estudantil:
Todos à escola: os heróis de hoje
O Vatican News entrevistou a neuropsicóloga e psicoterapeuta da Fundação Policlínico Universitário Agostino Gemelli, de Roma, Daniela Chieffo, sobre a implicação psicológica desse retorno às aulas com a presença invisível da Covid-19 que, inevitavelmente, deve mudar o comportamento de crianças, adolescentes e jovens. As máscaras e o distanciamento físico irão impedir as relações sociais fundamentais normais entre eles.
Daniela ¨C ¡°Para as nossas crianças e jovens, retornar mesmo com medidas de distanciamento significa, antes de tudo, retornar na proteção de relações que é a escola, então, retomar, de alguma forma, o relacionamento com os coetâneos. Com, claramente, um distanciamento que, no entanto, pode ser compensado com outras estratégias de comunicação. Portanto, certamente há necessidade de outras estratégias de contato físico, mas a proximidade e distância devem ser compensadas neste período com uma forma diferente de afeto, é necessário favorecer, acima de tudo, a comunicação.¡±
A especialista, então, afirma que, para não desenvolver certos medos, é importante que os estudantes ¡°não sejam considerados veículos de contágio¡±:
Daniela ¨C ¡°Isso é um perigo especialmente para os pequenos, pensando que eles podem adoecer os próprios avós. Essas são mensagens que devem ser tranquilizadas, pois é claro que pode ser desenvolvida uma ansiedade, um medo do outro ao se relacionar. Acredito que, no contexto do crescimento, crianças e adolescentes devem receber informações com uma espécie de serenidade, sem colocar a ênfase em certos conceitos de contágio, com alarmismos ou um sentido militarista dessas medidas de cautela.¡±
Sobre o futuro e a recordação desse período de pandemia, sem abraços e com muitas máscaras de proteção, a especialista afirma:
Daniela ¨C ¡°Acredito que eles se lembrarão disso como pertencendo a um momento muito difícil que toda a humanidade viveu e está vivendo, portanto serão crianças e jovens que já irão ter desenvolvido recursos em si mesmos em comparação aqueles que não viveram esse período e, provavelmente, acredito que devemos promover a resiliência nessas crianças. A recordação será uma recordação, certamente para alguns até traumática, mas também é verdade que acreditamos muito nas famílias, mas também nos professores, neste caso, na sociedade, para que este evento traumático possa se transformar em um evento de crescimento e até mesmo de partilha."
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